quinta-feira, 19 de julho de 2007
Acidente da TAM: Cony dá aula de jornalismo a Heródoto Barbero
Carlos Heitor Cony já foi um grande nome da resistência jornalística brasileira, durante a ditadura, no Correio da Manhã. Hoje, no programa da CBN que divide com Artur Xexéo e é capitaneado por Heródoto Barbero, ele deu aula singela sobre jornalismo, digamos, de oposição. Disse que 1) deve-se sempre desconfiar dos governos - se eles dizem que o céu é de uma cor, a gente deve achar que é de outra cor -, mas 2) linchamento não faz parte do jornalismo. Ele falou algo asssim por causa da incessante pergunta/cobrança de Heródoto (desde as 6 da manhã) sobre a necessidade de se demitir alguém do Governo Federal (provavelmente ele pensa no próprio Lula...) como responsável pelo acidente da TAM. Cony falou apenas o óbvio: ninguém sabe nada certo ainda; é preciso investigar e ter certezas, antes de acusar. Elementar, meu caro Heródoto. Mas parece que o âncora matinal da CBN não se convence com o uso do bom senso. Continua tentando provar que o tráfego aéreo do Brasil é um dos mais perigosos do mundo, e mostra-se cego e surdo (e mudo) sobre os índices internacionais que dizem o contrário. O índice de acidentes aéreos do país (0,87 acidentes por milhão de decolagens) está bem abaixo da média internacional, que é de 1,2 (Ler entrevista na Folha do dia 3 de outubro de 2006 com especialista em segurança de vôo do SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), Ronaldo Jenkins). O ideal, é claro, é aperfeiçoar cada vez essas atividade, com a meta de se chegar a acidente zero. Isso, sim, deve ser permanntemente cobrados dos governos. O que não se pode é usar a tragédia com oportunismo político.
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