sexta-feira, 31 de julho de 2009

Lula em Piraí (1): "Essa visita mudou minha cabeça"

Foi um dia de festa em Piraí, um dia histórico. Pela primeira vez um Presidente da República visitou a pequena cidade (menos de 25 mil habitantes) cortada pela Dutra, a 100 km do Rio de Janeiro. Pela primeira vez no mundo uma cidade tem todos os seus estudantes da rede pública com laptop para uso na escola e em casa. Lula foi até lá (para a entrega dos laptops que faltavam) contra tudo e contra todos, porque o mau tempo não permitiu o uso de helicóptero e o uso de carro foi desaconselhado por causa de sua agenda cheia. Insistiu em ir por dois motivos: por causa do Vice-Governador Pezão (que lançou o Programa Piraí Digital quando era Prefeito da Cidade), a quem elogiou por sua dedicação, sua competência, sua capacidade de trabalho (“Parabéns, Sérgio Cabral, você tem o melhor Vice-Governador do país”); para conhecer de perto e tirar dúvidas sobre uso de computador na sala de aula. Lula fez questão de percorrer salas de aula e conversar com os alunos. Soube dos progressos da cidade na redução da evasão escolar e no aumento do desempenho dos alunos. Soube que esses índices nas escolas com inclusão digital tinham sido alcançados em menos de dois anos, enquanto a expectativa para as outras escolas do país é de oito anos. Essas informações foram importantes, mas Lula continuou, chegou perto de uma menina, quietinha no seu canto, e perguntou: “Você gosta de ter esse computador?” Ela respondeu que sim e ele fez outra pergunta: “E o que você ganhou com isso?” Ela respondeu prontamente: “Ganhei sabedoria”. Lula emocionou-se e declarou que a visita a Piraí tinha mudado sua cabeça.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Gripe suína ameaça um dos cinco pilares do Islã

"Fazer a peregrinação a Meca" é um dos cinco pilares do islamismo (os outros são Recitação e aceitação do credo; Orar cinco vezes ao longo do dia; Pagar dádivas rituais; Observar o jejum no Ramadã). Pois, acredite, o Irã está avaliando a possibilidade de proibir a peregrinação à Meca durante o Ramadã (22 de agosto a 19 de setembro, uma peregrinação menor, mas muito importante) por causa do risco de propagação da gripe suína. Segundo a agência oficial iraniana, o ministro da Saúde Kamran Bagheri Lankarani anunciou que as autoridades detectaram 61 casos de vírus A (H1N1) no país, muitos dos quais eram peregrinos que regressavam de Meca, e que, portanto, a "pequena peregrinação (Omra) será muito limitada ou, se necessário, cancelada". Leia mais na Folha.

Arthur Virgílio, quem diria, já está devolvendo o dinheiro público

Saiu hoje no Estadão: "Virgílio terá de devolver mais de R$ 210 mil ao Senado". Diz a reportagem:
Integrante do Conselho de Ética do Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), terá de devolver R$ 210.696,58 aos cofres públicos. Na segunda-feira, ele depositou a primeira parcela, no valor de R$ 60.696,58. O dinheiro se refere ao que o Senado pagou em salários para um assessor do líder tucano durante um ano e meio de estudo de teatro na Espanha. O senador disse que vai se desfazer de imóveis e realizar empréstimos para quitar a dívida. Arthur Virgílio foi obrigado a devolver o dinheiro depois da revelação de que Carlos Alberto Andrade Nina Neto passara 18 meses no exterior, longe do gabinete do tucano, sendo mantido na Europa à custa do Senado. A diretora de Recursos Humanos, Doris Peixoto, informou ao líder do PSDB que os R$ 210 mil são a soma de salários e recolhimento de impostos que saíram das contas da Casa para custear as despesas com o assessor na folha de pagamento. (...) Essa primeira parte, segundo Virgílio, é resultado da venda de um terreno de sua mulher. O restante, informou o parlamentar, será pago em três parcelas de R$ 50 mil pelos próximos três meses.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

César Maia deu 50 conselhos para políticos, mas ocultou o que ele mais usa

No seu Ex-Blog de hoje, César Maia resolveu oferecer "Cinquenta Conselhos para os Políticos" (clique aqui), com uma recomendação: "Imprima. Leia com calma. E coloque embaixo de um vidro na sua mesa de trabalho". Na nota seguinte do mesmo Ex-Blog, ele lançou o factóide insinuando que Ciro Gomes poderá se candidatar a Governador do Rio. Fui procurar na lista dos 50 Conselhos e não encontrei "crie factóides". César Maia deve achar que 51 é uma boa idéia e guardou o 51º Conselho só pra ele...

Lula em Piraí: “Nunca antes, na história da humanidade...”

Fiquei muito feliz em receber do Prefeito Tutuca, de Piraí (RJ), esse convite para a entrega dos Laptops do Programa Piraí Educação Digital que será feita pelo próprio Lula. Tenho carinho especial pela cidade, desde 96, quando fiz a primeira campanha do Pezão para Prefeito. Piraí, com 25 mil habitantes, a 90 km da capital do Rio de Janeiro, foi a primeira cidade a concretizar o projeto “Um Computador por Aluno (UCA)”, sonhado por Lula para todo o país. A partir de agosto, todos os 6.200 alunos das 21 escolas públicas poderão usar em sala de aula e em casa um laptop. Com a vantagem de que todo o município já é coberto por rede de internet. Piraí é o primeiro lugar do mundo a ter todos os seus alunos com laptop em sala de aula. Por isso, farei tudo para estar presente e ouvir Lula dizer: “Nunca, antes...”

terça-feira, 28 de julho de 2009

Gabeira não gosta de Brasília, mas reconhece que é difícil vencer no Rio

O Deputado Fernando Gabeira (PV) deu uma entrevista interessante a Ana Paula Grabois, do Valor Econômico. Ele se diz "cansado de Brasília", onde cumpre o quarto mandato consecutivo na Câmara Federal. “O ambiente do Planalto Central, onde apenas se respira política, não é um atrativo para Gabeira. Acha até monótono”, escreve Ana Paula. É natural portanto que sonhe com um cargo que o mantenha no Rio de Janeiro. Pressionado pelos aliados tucanos, bem que pensou em candidatar-se a Governador em 2010. Mas ele vê o atual Governador Sérgio Cabral como candidato "muito forte", por isso prefere examinar melhor - porque não quer levar seus eleitores “a uma nova derrota", diz o deputado. Em outras palavras, Gabeira deve tentar voltar à Brasília que ele acha monótona como Senador ou Deputado Federal...

Brasil dá um salto no índice de confiança do consumidor

A Nielsen acaba de concluir sua pesquisa sobre o nível de confiança do consumidor nos principais mercados mundiais, conforme noticia a Forbes.com. Foram feitas 14.000 entrevistas em 28 países, e o Brasil cresceu 8 pontos na comparação entre os índices de março e junho deste ano. Ocupa o 4º lugar, atrás apenas da Indonésia, Índia e Filipinas, à frente da China, que ficou em 6º, e dos Estados Unidos (17º). Obviamente, essa é uma notícia ruim para a Oposição. Afinal, com a confiança do consumidor crescendo e o PIB em plena ascensão, qual o discurso anti-Lula que sobra para 2010?

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Eleições 2010: Guerra nas Webs

Recentemente a imprensa andou noticiando a batalha entre PT e Oposição pela conquista da BSD – Blue State Digital, a empresa que ganhou projeção por ter fornecido as ferramentas de campanha on-line para Barack Obama (com essas ferramentas a campanha mobilizou 3 milhões de doadores e arrecadou cerca de 500 milhões de dólares). Mas a BSD vai além disso, trabalhando na estratégia e produção de materiais para a Web de inúmeros clientes. Se de fato ela vier para cá, certamente a campanha de Dilma Roussef estará muito bem assessorada para enfrentar os tucanos nos céus da Web. Vale a pena conhecer o site da BSD. O vídeo abaixo é da campanha “Not in my name” da Hope not Hate, na Inglaterra

Como Serra vê a candidatura Ciro?

do Google Obviamente o Governador José Serra (PSDB) não está vendo com bons olhos a candidatura de Ciro Gomes (PSB) à sua sucessão em São Paulo. Se Serra se candidata a Presidente, não vai poder contar tão tranquilamente com os votos paulistas. Ciro certamente ajudaria em mais votos para Dilma. Os tucanos não têm nome suficientemente forte para enfrentar Ciro, e a Oposição talvez tivesse que optar por Kassab (DEM) o que reduziria a presença do número tucano em São Paulo. Por outro lado, se Serra se decidisse por tentar a re-eleição, sabe desde já que não vislumbraria vitória certa. Ciro é o pior adversário (depois de Lula-Dilma) que Serra poderia desejar e, caso vença, sabe também terá surgido outro nome muito forte nos céus de São Paulo para perturbar os voos tucanos. A favor de Serra, no momento, somente a resistência de setores do PT paulista a apoiar Ciro - mas que vai acabar concluindo que o que é ruim para Serra é bom para o PT. Além de não saber exatamente onde mirar, Serra não deve andar com a pontaria muito boa.

DOMINGO NOS ESPORTES

No futebol, Obina (que não é um jogador hábil, mas é um goleador nato) fez a diferença. Cielo emocionou na água. A família do vôlei esteve inigualável. E o acidente de Massa deixou o país inteiro em silêncio. Alô, Brasil - haja coração!

domingo, 26 de julho de 2009

Blog da Petrobras x Mídia: mais um round

Não tenho dúvida que o Blog da Petrobras é um importante veículo de comunicação, principalmente diante da intensa batalha política que se trava no momento, onde informação precisa é ouro. Na sexta, saiu matéria no Estadão manchetando “TCU manda parar obras de complexo da Petrobras”. Não corresponde à verdade. O Blog da Petrobras informa que “… em virtude do volume de chuvas nos últimos meses ter sido muito maior do que a média histórica na região de Itaboraí, no Estado do Rio, a verba prevista dentro do contrato para cobrir os gastos com as paralisações durante as chuvas se esgotou. Portanto, a paralisação parcial das obras não tem relação com um possível questionamento do TCU sobre o preço pago às empreiteiras…” Ainda não encontrei correção no Estadão.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Polícia Federal americana imita Polícia Federal brasileira

O FBI (polícia federal) prendeu hoje de manhã em New Jersey dezenas de pessoas, inclusive 2 prefeitos, um deputado e vários rabinos. Foi o resultado de 2 anos de investigação sobre corrupção e lavagem de dinheiro na região. Pelo jeito, estão seguindo aquele ditado: o que é bom para o Brasil, é bom para os Estados Unidos... NYT

César Maia torce pela multiplicação dos palanques estaduais - logo, Lula deve ser contra...

César Maia abriu seu Ex-Blog de hoje com um título bem sugestivo: "QUANTO MAIS PALANQUES ESTADUAIS, MELHOR!" E desenvolve seu raciocínio afirmando que essa é a estratégia de Lula para eleger Dilma, passando por cima de aliados peemedebistas, como seria o caso do Governador Sérgio Cabral, no Rio. Mas isso está longe de ser verdade. A aliança PT-PMDB é estratégica e determinante para eleger Dilma, já no primeiro turno. O PMDB provavelmente indicará o Vice (que hoje tende para Michel Temer) e participa de boa parte das negociações. Duvido, por exemplo, que o Governador Sérgio Cabral não estivesse a par da negociação que entregou o PR a Garotinho para disputar a vaga de Governador. Se bobear, participou ativamente da negociação, mesmo correndo o risco de um segundo turno enfrentando Garotinho (que teria, óbvio, o apoio da Oposição). Garotinho no PR significou um palanque a menos para a Oposição no primeiro turno, e ele sozinho não terá condições de levar a eleição para segundo turno. Essa é a lógica real e a pretensa candidatura Lindberg não se encaixa nisso. O resto é desespero da Oposição sem avanço eleitoral - e César Maia demonstra isso. Veja o seu texto completo:
"QUANTO MAIS PALANQUES ESTADUAIS, MELHOR!"
1. Dilma e Alfredo Nascimento - ministros - inauguraram no Estado do Rio a temporada de " tô nem aí " para os candidatos aos governos dos estados. O fundamental é eleger Dilma. Lula já deixou bem claro isso ao encaminhar o dócil PR em direção à candidatura do Garotinho, que se tornou forte com os desacertos, viagens e ciclotimias do Cabral. A soma dos palanques - Cabral+Garotinho - trará mais votos para Dilma. E se o Lindberg demonstrar isso, que venha o terceiro palanque.
2. O lançamento do comissário Tarso Genro a governador do RGS apontou na mesma direção. E ele mesmo disse que para Dilma melhor serão dois palanques do que um. Quem perder terá o generoso seguro de vida política tão bem usado por Lula em relação a 2002 e 2006.
3. Em seguida virão os dois palanques da Bahia. E depois os dois do Paraná, Ceará, S.Paulo... E por aí vai.
4. O recado é claro: tudo pela Dilma e todos os que mostrarem que mais um palanque soma votos a sua campanha presidencial ouvirão um sonoro: - Que venham mais palanques!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Ainda sobre a candidatura Tarso

Sobre a postagem que fiz ontem, “Tarso contra a eleição plebiscitária de Lula?”, recebi um comentário com alguns pingos nos iis: “Gadelha, a diferença é que, enquanto o Tarso tem 40% de intenção de voto e o PT do RS sempre fez total oposição ao Governo Yeda, o Lindberg tem 5% e o PT carioca compõe o Governo do Sérgio Cabral. Espero que o Lindberg coloque-se no seu lugar”. É uma observação importante, porque tratei muito superficialmente da candidatura Tarso em si – estava mais preocupado com as possíveis desculpas para rompimentos da aliança PT-PMDB em vários estados, com reflexos na campanha presidencial. Claro que não dá para comparar nem candidaturas nem candidatos nos casos de Tarso e Lindberg. São projetos com histórias diferentes. O PT gaúcho já governou o estado uma vez (Olívio Dutra) e a capital 5 vezes (duas vezes, o próprio Tarso Genro), tem marca forte e alto índice nas pesquisas. No Rio a situação é bem diferente. O PT só governou o estado uma vez, durante 9 meses, quando Benedita da Silva ocupou a vaga deixada por Garotinho. Jamais conseguiu vencer na capital. Além disso, o governo peemedebista de Sérgio Cabral, que busca a reeleição, é forte aliado de Lula e do PT local. Lindberg sabe que não será candidato, mas tenta se cacifar para lances futuros, mesmo que seja à custa de ataques aos aliados. Não vai dar certo, claro. Mas significa mais uma pedra no caminho de Dilma, cuja vitória é o objetivo maior do partido. Talvez fosse o caso do próprio Tarso explicar para Lindberg a importância da aliança com o PMDB.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Tarso contra a eleição plebiscitária de Lula?

Tarso Genro lançou-se pré-candidato a Governador do Rio Grande do Sul, apesar da orientação contrária da Direção Nacional do PT. Ele tem suas razões, mas, mais do que ampliar o imbróglio da eleição local, Tarso pode estar estimulando outras candidaturas a romperem a aliança prioritária PT-PMDB. Se pode existir um segundo palanque gaúcho para a candidatura Dilma, por que não poderia haver no Rio, como deseja Lindberg (e seu aliado Garotinho)? Ou na Bahia, como deseja Geddel? A partir daí, os problemas para a candidatura Dilma tenderiam a se multiplicar. Boa parte do PMDB poderia criar muita dificuldade e até mudar-se com malas e bagagens para a Oposição. Outras candidaturas presidenciais poderiam surgir, e o sonho que Lula tem de eleição “plebiscitária” (sim ou não ao seu Governo), com vitória de Dilma no primeiro turno, poderia virar um pesadelo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Ciro, o vértice da Oposição?

Para mim fica cada vez mais claro que a Oposição sonha com Aécio para Presidente e Serra para re-eleição em São Paulo. Para isso ganhar melhor forma, seria necessário que Ciro aceitasse ser o Vice de Aécio. Assim, a Oposição resolveria três problemas de uma só vez: garantiria o eleitorado mineiro de Aécio, manteria o eleitorado anti-Lula de São Paulo e ainda poderia ter uma pequena entrada no Nordeste. Cabe a Lula e ao PT desfazer o jogo.

Eleições RJ: qual o candidato da Oposição?

O Ruan essa semana me perguntou a opinião sobre quem "será o candidato a Governador do Rio, pela oposição? "César Maia, Gabeira ou, quem sabe, Denise Frossard?" Eu tendo a achar que nenhum deles, mas, quem sabe, poderia acontecer de os três serem. César Maia sabe que não tem chance. Mas, dependendo do desempenho do seu candidato presidencial, ele pode ir para o “sacrifício”, até porque precisa massificar o número 25, do DEM, para ajudar as bancadas estadual e federal. Gabeira sem dúvida prefere tentar o Senado, onde o risco é menor. Denise Frossard pensa longe disso, prepara-se, talvez, para outras surpresas. Eu diria que é mais fácil ela voltar a disputar a Câmara Federal. A Oposição poderia tentar lançar os três, para forçar um segundo turno e aí investir no melhor colocado. O risco seria nenhum dos três ir para o segundo turno (Garotinho agradeceria...). Como fica, então? Oposição sem candidato? Creio, assim como meu amigo André Siqueira, que Ronaldo César Coelho é um nome possível para ser o candidato da Oposição. Principalmente se candidatura presidencial começar a fazer muita água...

Qual a casta de Juliana?

Anos atrás, contava-se (como se fosse verdadeira) a seguinte história: o economista Carlos Lessa, em uma prova de vestibular (ou algo semelhante), diante da questão “Qual a diferença entre casta e classe social?” teria respondido, só de sacanagem, que a diferença é que “as mulheres castas não têm classe e as mulheres de classe não são castas”. Era a melhor piada sobre mulheres castas (ou vice-versa) que eu conhecia. Foi superada por essa história do colunista José Simão da Folha/Bandnews não poder dizer que Juliana Paes não é casta.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Segurança Rio: pesquisas e percepções

Uma jornalista minha amiga está desesperada. O assalto que acabou na morte de uma moça na madrugada do Rio foi praticamente em frente ao seu edifício e agora morre de medo de sair de casa à noite. Sua percepção de insegurança aumentou nos últimos dias. Mas o que será que o Governo Sérgio Cabral está fazendo para combater a criminalidade? A população apoia ou não apoia? O Instituto GPP fez pesquisa também sobre segurança no Rio de Janeiro, para o PV, e o Vereador verde Alfredo Sirkis que analisa a pesquisa em seu site espantou-se com o resultado. Notou que a avaliação geral sobre segurança pública, no governo Sérgio Cabral, foi positiva (melhorou para 37,7%, piorou para 17,7%), e notou também que diante da pergunta “Como se sente, pessoalmente, no governo Sérgio Cabral?” o resultado é bem diferente: 13,7% dizem se sentir mais seguros e, 20%, menos seguros. Ele pergunta: “Como explicar essa dicotomia entre avaliação de segurança pública, em geral, e segurança individual?” E responde: “Há aqui, na minha opinião, um dado de maturidade do cidadão carioca e fluminense. Por um lado, reconhece uma menor politização e mais profissionalismo da atual equipe em relação a anterior, cujos dirigentes mais visíveis saíram candidatos (e um deles acabou cassado e preso)”. Na verdade não há exatamente uma “dicotomia”, já que os resultados não se opõem. É perfeitamente lógico que as pessoas possam se sentir menos seguras e, ao mesmo tempo, aprovem as ações do Governo na área de segurança. A escalada da violência é inegável, mas isso não implica necessariamente desaprovar o Governo. No mínimo, as pessoas sentem que o Governo está agindo de verdade - e esperam resultado cada vez melhores. Vejam esses números da pesquisa do Instituto Mapear sobre segurança:

terça-feira, 14 de julho de 2009

Eleições 2010 no Rio: mapeando rejeições

Pelo que dizem os números da pesquisa Mapear (ver postagem abaixo), está difícil encontrar adversário para Sérgio Cabral (PMDB). Dos cinco nomes que mais são citados para tentarem a sucessão, a maioria não deve continuar. Lindberg não deve ter aval do seu partido, o PT, para se opor à candidatura peemedebista. Wagner Montes (PDT) é muito bem cotado, mas ele sabe que seu público/eleitorado prefere que continue à frente de seu programa de televisão. Gabeira (PV) não deve arriscar tanto o seu mandato de Deputado Federal – ele sabe que até mesmo a candidatura ao Senado é arriscada. César Maia bem que gostaria ser Governador, mas a sua rejeição é alta e ele deve tentar o Senado. Resta Garotinho, que disputa com César Maia a rejeição mais alta e que provavelmente vai até o fim – mas, nesse caso, não haverá segundo turno, independente de quem seja o candidato tucano. Hoje falei com meu amigo Cláudio Gama, do Instituto Mapear, com quem já realizeis milhões de pesquisas (há mais de 15 anos!). Ele soube que eu estava com números da pesquisa que seu Instituto realizou e resolveu me passar mais alguns dados. Mostro aqui tabelas relacionadas com rejeição.

A segurança das pesquisas

As pesquisas são seguras? Claro que são. Sendo bem feitas, sem segundas intenções e dentro das margens de erro estabelecidas, sempre são seguras. Esse mês, vi (no Blog do PV e no Ex-Blog de César Maia) os resultados de uma pesquisa do Instituto GPP que não me convenceram muito – apesar do GPP, preferido do César Maia, me parecer um instituto respeitável. Foram 2.000 entrevistas (margem de erro de 2,2%) com avaliações do governo estadual e com intenções de voto para Governador e Senador em 2010. Achei exagerado o índice atribuído a César Maia (35%) na intenção de voto para Senador, já que na maioria das pesquisas que vi até agora seus índices eram reduzidos (NOTA: na verdade, algumas pesquisas tinham índices bem inferiores, outras semelhantes aos do GPP). Mas notei também que no cenário apresentado não apareciam nem Benedita nem Denise Frossard, o que talvez justifique a distorção. Senti estranheza também na avaliação do governo e nas intenções de votos e, com dados que recebi de uma pesquisa do Instituto Mapear (3.600 entrevistas, margem de erro de 1,6% e 7.200 entrevistas, margem de erro de 1,2%), resolvi fazer uma comparação. Há uma diferença de duas semanas no campo, mas ainda assim é possível comparar. Vejam as tabelas abaixo. Notem que pelos números do Mapear, sem Wagner Montes, Sérgio Cabral vence no primeiro turno. Amanhã falarei sobre segurança.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Heráclito Fortes, o piadista da semana

Hoje, na CBN, o Senador Heráclito Fortes, DEM, dava como uma das justificativas da existência da CPI da Petrobras a necessidade de esclarecer os altos salários da empresa. Pode? Qual a autoridade que tem esse grupo de Senadores da CPI para discutir os salários da Petrobras, se o Senado não consegue esclarecer os salários de seus próprios funcionários nem os extras dos seus Senadores? É ou não é piada?

domingo, 12 de julho de 2009

Senado do Rio: por que a opção por Benedita?

Faz tempo que venho apontando que a chapa majoritária da aliança PMDB-PT no Rio é formada por Sérgio Cabral e Pezão (ambos do PMDB) para Governador e Vice, com Benedita (PT) e Picciani (PMDB) para as duas vagas do Senado. Falou-se muito que Lindberg (PT) tinha-se pré-candidatado a Governador para poder negociar a vaga de Senador, mas essa alternativa (se é que passou por sua cabeça) está longe de acontecer. E os motivos são pelo menos três:
1) Político. Lindberg pretende projetar-se para ser Governador do Rio e depois Presidente da República. Até aí, tudo bem, é natural. Todo político, mal se elege Vereador, já pensa na Presidência - o que é até louvável. O problema é que o projeto de Lindberg parece muito mais ser pessoal do que partidário. Sua ambição, no momento, parece estar acima da eleição da Dilma, já que ignora a aliança do PT com o PMDB no Rio (existe um alerta na campanha presidencial sobre o assunto). E isso – que interfere também na re-eleição de Sérgio Cabral – o Planalto não perdoará.
2) Eleitoral. Mesmo com Garotinho e César Maia tentando inflar sua candidatura (o que é compreensível), Lindberg está longe de acompanhar Benedita em intenções de voto. Pelas pesquisas de que fui informado, Benedita está sempre na faixa de 23% para cerca de 30%, dependendo do cenário, enquanto Lindberg tem dificuldade em alcançar dois dígitos.
3) Pessoal. Sérgio Cabral tem mais afinidade com Benedita. Tem inclusive uma gratidão muito grande pelo que ela fez por sua campanha, participando diretamente nas ruas, mesmo com o pé engessado. Ele chegou a comunicar pessoalmente esse sentimento a Lula.
Os mais insatisfeitos com essa notícia são Garotinho (que apostava na não-aliança PT-PMDB para garantir segundo turno) e César Maia (que fica mais distante ainda de se eleger a cargos majoritários). Desvendado o principal nó da aliança, o importante agora é correr pras urnas.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A Oposição perdeu – outra vez

Não existiria vitória maior para a Oposição do que a saída de Sarney. Isso deixaria o Planalto extremamente enfraquecido. Junto à opinião pública. No Senado. E entre seus aliados. A eleição de Dilma poderia de fato ficar comprometida. Mas para que o afastamento de Sarney fosse um sucesso oposicionista, faltava um pequeno detalhe: que a Oposição escapasse incólume do mar de escândalos. Mas ela percebeu que os escândalos no Congresso dificilmente limitam-se a um ou outro parlamentar. A situação é tão grave que não dá mais para varrer o lixo para debaixo do tapete – simplesmente porque não se percebe mais nenhum tapete debaixo de tanto lixo. A próxima derrota da Oposição deverá ser na CPI da Petrobras.

O fator “uai” para 2010

A notícia da reunião, ontem, da chamada cúpula demo (Deputados Rodrigo Maia, Ronaldo Caiado e ACM Neto, o líder no Senado, José Agripino, e o Governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda) com Aécio Neves, em Belo Horizonte, reforça o que já disse aqui, que Minas passou a ser a nova menina dos olhos da Oposição. Ela descobriu (principalmente através dos cálculos de César Maia) que é no eleitorado mineiro (segundo maior do país) que se encontra a sua maior chance de crescimento significativo em 2010. Em 2006, Lula venceu em Minas por pouco mais de 1 milhão de votos no primeiro turno e por pouco mais de 3 milhões de votos no segundo turno. Esses números talvez possam ser revertidos com o “fator Aécio”. Ele poderia ser o Vice de Serra – o que acho pouco provável. Ou poderia ser o candidato a Presidente, com alta chance de vitória em seu estado. Nesse caso, Serra iria para a re-eleição, podendo segurar o eleitorado paulista, e não seria difícil encontrar um Vice. Para despistar toda essa movimentação, andaram dizendo que Itamar seria o Vice de Serra – o que se transformaria em tragédia eleitoral oposicionista. Mas o maior indício da trama foi a data que escolheram para a reunião, 9 de julho, feriado paulista que comemora a Revolução Constitucionalista de 32. Isso deu a desculpa para o Prefeito Gilberto Kassab não precisar comparecer à reunião (serrista de carteirinha, a sua presença daria outro contorno). Indício importante também foram as críticas de Aécio ao Governo Lula após a reunião, com um tom bem mais agressivo. Resta saber se esse trem consegue engrenar...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Por que a Oposição tirou o olho do Nordeste e passou a ver Minas com bons olhos

Os Maia (Rodrigo e César) deram bons sinais recentemente de que Minas é a nova menina dos olhos da Oposição (no mínimo, dos demos). O Deputado Rodrigo Maia, DEM, andou declarando sua afinidade com o tucano Aécio Neves, pré-pré-candidato à Presidência da República. E seu pai, o guru César Maia, escreveu no seu Ex-Blog de sexta-feira sobre “A importância de Minas Gerais em 2010!” Apesar dos números errados, ele dá indícios claros da sua visão estratégica: “Em grandes números, o Nordeste tem 20% dos eleitores e SP um pouco mais apenas. É provável que eleitoralmente se anulem em 2010”. Na verdade, pelos dados de maio de 2009 do TSE, o eleitorado do Nordeste corresponde a 27,04% do total e São Paulo a 22,35% – o que dá uma diferença de quase 5% a mais para o Nordeste... Ele continua: “O Sul tem uns 15% e o NO/NE (entendi que quis dizer CO/N) uns 10%. Aqui, o candidato a presidente da oposição, levará vantagem sobre 5 pontos, digamos, uns 30 pontos ou 1,5% sobre o total”. Os números corretos são: Sul, 14,99%; CO/N, 14,28%. Mas independente desses erros, as conclusões é que são curiosas – para não dizer que são bastante míopes. Como é possível vislumbrar São Paulo “anulando” o Nordeste, se, no segundo turno de 2006, Lula teve, no Nordeste, 13.613.901 votos a mais e, em São Paulo, teve apenas 1.012.162 votos a menos? Claro que ele deve contar que Dilma não terá o mesmo desempenho de Lula, mas, mesmo assim, salta aos olhos que está tentando tapar o sol com a peneira. Outra conclusão curiosa: “Portanto, a eleição terá Minas Gerais como seu palco principal e decisivo. Em 2006, se Alckmin tivesse tido em Minas Gerais a votação de Lula, e vice-versa, a eleição teria sido basicamente empatada no primeiro-turno”. Como seria possível isso? No primeiro turno, Lula ganhou de Alckmin em Minas com 1.040.932 a mais, e no total com 6.693.996. Se invertêssemos, isto é, se tirássemos a vantagem de Lula e passássemos para Alckmin, ainda assim Lula teria 4.612.132 votos a mais. No segundo turno, seria ainda mais difícil, porque Lula ganhou em Minas com diferença de 3.173.189 votos e, no Brasil, com 20.751.864 – sendo 13.613.901 a mais no Nordeste. O que há de diferente, então? Aécio. A Oposição, no meu modo de ver, desistiu de acreditar em sucesso no Nordeste e passou a investir onde poderia alterar resultados significativamente. Assim, a tradicional escolha de Sudeste-Nordeste para a Presidência e Vice ficaria em segundo plano. Seria lógico, por exemplo, dois nomes do Sudeste (Serra-Aécio) ou mesmo Aécio Presidente (garantindo vantagens no segundo maior colégio eleitoral) e Serra na reeleição para São Paulo (tentando ampliar vantagens no maior colégio eleitoral). Ainda assim, é difícil dar certo. Mas é bom que a candidatura Dilma abra o olho.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Eleições Rio: Lindberg tenta conquistar Benedita

Lindberg Faria, Prefeito de Nova Iguaçu - RJ (que está se lançando candidato a Governador contra a orientação estratégica do seu partido, o PT, por uma aliança com o PMDB), em encontro recente, tentou atrair sua principal adversária na atual disputa interna, Benedita da Silva. Acenou com uma chapa ideal formada por ele, Governador, e ela, Senadora. Difícil acreditar nessa possibilidade.

Arthur Virgílio garante a paz no Senado

O “empréstimo” que Arthur Virgílio teria recebido de Agaciel e o cineasta com bolsa na Europa que seria financiada com verba de seu gabinete foram a garantia de paz no Senado, com certeza. Os tucanos entenderam o recado quando Lula falou da “disputa no tapetão” e encolheram o bico. A saída de Sarney significaria uma desgraceira geral para o Senado, com prejuízo em todos os partidos. A Oposição, aliás, poderia ser a maior prejudicada, porque poderia sofrer fortes abalos em sua bandeira “ética”. A 1ª Secretaria “demo” possivelmente também teria muito o que explicar e teria que assumir responsabilidades diante da opinião pública. Nessa história toda, o PT acabou sendo esperto (por incrível que pareça) ao não começar a discussão com um apoio incondicional a Sarney. Deixou a porta aberta para um retorno, em nome da governabilidade, e com isso passou a imagem de não ter “rabo preso”, e de só apoiar Sarney em nome de uma proposta maior para o Brasil. Sarney agora pode retomar a sua história em paz...