sexta-feira, 7 de julho de 2006
A Campanha das “Diretas Já” morreu?
No mesmo dia em que teve início oficialmente a campanha eleitoral 2006 morreu Dante de Oliveira, o responsável pela emenda constitucional que pretendia restabelecer as eleições diretas em nosso país, depois de 20 anos de ditadura. Isso foi em 1984 e a emenda deixou de ser aprovada por apenas 22 votos. Apesar disso, a pressão popular pelas “Diretas Já” foi fundamental para o restabelecimento da ordem democrática. Uma luta vitoriosa que eliminou de vez a ditadura. Mas, ao mesmo tempo, a morte de Dante de Oliveira neste 6 de julho parece um protesto – ou desânimo – diante de tantas trapalhadas que fizeram em nossa política. O Congresso e as leis eleitorais se transformaram em grande bagunça. Escândalos, fisiologismo, leis eleitorais oportunistas. E as normas estabelecidas para a eleição deste ano são outra grande confusão: pode outdoor/não pode outdoor, pode imagens ao vivo/não pode imagens ao vivo, pode pesquisas/não pode pesquisas/pode pesquisas. O primeiro dia dos candidatos nesta campanha 2006 foi um tumulto, ninguém se entendia. Mesmo os advogados especialistas em direito eleitoral estavam tontos. Cadê a CNPJ nos materiais impressos?!? E nas placas? Tem que pôr o nome do Vice? Quantas coligações ou partidos têm que aparecer? Placas de no máximo 4m²? E os caminhões de som – podem ter mais? Sempre existe TPE – Tensão Pré Eleitoral. Mas este ano foi demais. Os candidatos partiram em todas as direções em busca do voto – e os eleitores, mais desorientados ainda, olhavam em outras direções. Com certeza o espírito das “Diretas Já” não morreu. Mas é preciso urgentemente uma “Diretas Já – II”.