quinta-feira, 2 de novembro de 2006
O PSDB acabou
Quem afirma isso não sou eu, é Carlos Alberto Sardenberg, em sua coluna de hoje no jornal O Globo (assinantes). Sardenberg desenvolve seu raciocínio a partir da tentativa insólita de Alckmin durante o último debate de desacreditar Lula acusando-o entregar a Amazônia para empresas nacionais e estrangeiras. E Lula mandou de volta uma aula sobre o que estava acontecendo no melhor estilo “Governo Fernando Henrique”. Mostrou a diferença entre “venda” e “concessão”, coisa aliás feita em profusão pelo antigo governo tucano. “Podia-se discutir se o sistema de concessões era ou não o melhor meio de preservar a Amazônia. Mas desqualificar o projeto porque permitia concessões a empresas estrangeiras poderia cair bem no discurso de Heloísa Helena. No de Alckmin pareceu o que era: falso”. Na essência, Sardenberg diz que Lula e o PT apropriaram-se do que havia de mais importante na agenda do PSDB – deixando o PSDB sem agenda. A inflação baixa de Lula é o melhor exemplo. Consagrada pelo regime de metas, o BC autônomo, o superávit primário, a responsabilidade fiscal e o dólar baratinho. Além disso, Lula surge como pai dos pobres e destruidor das elites. Isso tudo serviria para provar, seguindo o raciocínio de Sardenberg, que o PSDB acabou. Infelizmente, ele procura identificar Lula inteiramente com o neo liberalismo, o que está longe de ser verdade, mesmo reconhecendo semelhanças. É preciso considerar ainda que ações sociais no Governo Lula nunca foram tão amplas e profundas, ganhando reconhecimento internacional (como aconteceu na semana passada pela FAO, órgão da ONU encarregada de ações para acabar com a fome do mundo). Além do mais, é difícil imaginar o "sorbônico" Fernando Henrique como “pai dos pobres”...