sexta-feira, 28 de março de 2008

César Maia sentiu o golpe e parte para o ataque

Que seria da Oposição sem o César Maia? O que seria do jornalismo político sem as pautas diárias passadas por César Maia? Não sei o que seria, mas seria com menos graça, com certeza. Desde a última terça-feira, quando Sérgio Cabral anunciou a aliança PT-PMDB para as próximas eleições municipais no Rio de Janeiro, César Maia andava abalado, sem saber direito o que fazer, cabisbaixo nas fotos. Foi até pedir ajuda ao Senhor do Bonfim... Ontem veio mais uma pancada, com a pesquisa CNI-Ibope, aumentando a aprovação de Lula e seu Governo. Pior: os Demos (ex-pefelistas) do Brasil inteiro, segundo vejo na imprensa, parece que estão se rebelando contra os Maia. Como reação, César resolveu aumentar a virulência do seu Ex-Blog. E em função disso jogou fora qualquer resquício de coerência. Tentando desqualificar a pesquisa CNI-Ibope, ele escreveu hoje em seu Ex-Blog: "Ao se saber - ou se mandar fazer - uma pesquisa de opinião, o interessado faz uma intensa programação de visibilidade, seja com publicidade na mídia, presença para cobertura da imprensa... E quando se é presidente, isso é garantia de espaços nos jornais de TV à noite. (...) O resultado inevitável é conseguir mais taxas de popularidade do que se tem". Ele está falando, sem dúvida, de seu próprio método, como já escrevi em meu livro sobre a campanha para Governador do Rio em 98 (Garotinho x César Maia). Outra nota muito interessante de César Maia é especificamente sobre a decisão do PMDB do Rio de apoiar o PT, em vez de apoiar o DEM (ex-PFL), como ele esperava. Diz a nota: "Complicada a equação que produziu a decisão do PMDB-RIO apoiar o PT-RIO em 2008. (...) Os candidatos a prefeito do PMDB na região metropolitana não aceitam que o número 13 - que será o de maior tempo de TV e assistência (a capital transmite a TVGlobo) - contamine as eleições metropolitanas". Pergunto: "os candidatos a prefeito do PMDB na região metropolitana" aceitariam o número 25 de César Maia? Outro trecho: "Os deputados que não foram consultados sequer tiveram tempo de ser parte cênica da liturgia da escolha". Pergunto: e no "acordo" com o DEM (ex-PFL), os deputados peemedebistas foram consultados? E as intervenções nos diretórios municipais do DEM (ex-PFL)?. Claro que César Maia não está preocupado em ter coerência. Ele quer influenciar a mídia - e por tabela a opinião pública - a seu favor. Mas isso está ficando cada vez mais difícil.