sábado, 22 de março de 2008
Eleição no Rio: Crivella escolhe o adversário mais fraco
Com a posição confortável de líder das pesquisas e único candidato (até agora) com perfil "povão", o Senador Bispo Marcello Crivella (PRB), pré-candidato a Prefeito do Rio, resolveu polarizar com o candidato mais fácil de derrotar em um possível segundo turno, o candidato tucano-verde, Fernando Gabeira. Em primeiro lugar, Crivella tenta evitar confronto com o candidato do PT, Alessandro Molon. Esse é o seu pior cenário, onde ele não pode contar com o apoio de Lula, além de criar polêmica em torno de uma possível "guerra santa" (evangélicos x católicos). Não interessa o confronto (ainda) com o candidato Eduardo Paes, que também é da base aliada (PMDB), é apoiado pelo Governador Sérgio Cabral e está com a indicação em risco. Não interessa polemizar com aliados do "bloquinho": Jandira (PCdoB), Paulo Ramos (PDT), Carlos Lessa (PSB). Não interessa nem mesmo polemizar com Solange Amaral, porque ele não quer afugentar o voto conservador. E o candidato do PSOL, Chico Alencar, não oferece perigo. Ao atacar Gabeira, Crivella foi esperto, ao empurrá-lo para o "gueto" das drogas e das polêmicas sobre aborto e homossexualismo. Gabeira percebeu a jogada e levou a resposta para o campo concreto da dengue, mas sua aliada tucana, Andrea Gouvêa Vieira, atrapalhou-se um pouco. A meu ver, essa iniciativa de Crivella facilitou a vida dos outros candidatos, que podem se posicionar de forma mais competitiva - mesmo sem fazer marola no início da disputa.
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