quinta-feira, 31 de agosto de 2006
Afinal, qual o papel da imprensa na disputa presidencial?
Todo mundo que acompanha o noticiário da grande imprensa sobre a corrida presidencial percebe claramente as tendências de cada jornal, de cada jornalista ou colunista, às vezes até de cada repórter. Mas pode ocorrer de o leitor misturar o seu próprio partidarismo e acusar a imprensa injustamente de parcialidade. Por isso achei bem interessante a pesquisa do Observatório Brasileiro de Mídia medindo a cobertura dos candidatos feita pelos jornais O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense, desde o dia 6 de julho deste ano. A notícia foi distribuída pela Reuters (acesse aqui) e reproduzida pelo Blog do Josias. (Você aqui tem acesso direto ao site do Observatório Brasileiro de Mídia.) No gráfico acima, você pode ter uma visão geral, deixando bem claro que a cor vermelha significa notícia negativa, a cor verde significa notícia neutra, a cor azul significa notícia positiva e a cor cinzenta é o total de reportagens. Os noticiários medidos foram (da esquerda para a direita, no gráfico) sobre Alckmin, Lula Candidato, Lula Presidente, Heloísa Helena e Cristovam Buarque. Os números não deixam dúvidas. Alckmin vinha voando em céu azul na imprensa, até a segunda semana de agosto (teve o seqüestro dos jornalistas da Globo) e deu outra avermelhada agora no final do mês. Mesmo com todo esse vento azul a favor, o candidato não sai do vermelho... nas pesquisas. Lula Candidato é vermelho como o partido. Não tem jeito, o noticiário é contra. Talvez isso prove que pobre não lê jornal, porque nas pesquisas está tudo azul. Lula Presidente é vermelho até os dentes. As notícias sobre o “presidente” conseguem ser mais negativas do que sobre o “candidato”. Heloísa Helena, onde está sua cor? Vinha navegando em um mar azul, mais azul do que o mar de Ipanema. Mas nos últimos dias começou a perder sua nova cor... e a ganhar a antiga de volta. Cristovam Buarque é difícil de corar. Tudo azul, mas com certa instabilidade. Veremos os próximos dias.