quarta-feira, 23 de agosto de 2006
Horário Eleitoral Gratuito: mais uma vez a Folha de São Paulo erra o título
As empresas de comunicação brasileiras têm o péssimo hábito de combater a existência do Horário Eleitoral Gratuito. Muitas vezes elas têm razão, quando criticam baixa qualidade de muitos programas exibidos. Mas o Horário é importante para a prática da democracia e deve ser estimulado, não combatido. As criticas devem ser feitas no sentido de melhorar o Horário, não eliminá-lo. Na semana passada (dia 18) mostrei neste Blog que o jornal Folha de São Paulo preferia valorizar em sua manchete 16% de aparelhos de TV ligados que não estavam sintonizados e menosprezar os impressionantes 43% que estavam assistindo o Horário Eleitoral Gratuito. Não percebem a importância de se obter 43% de audiência, qualquer que seja o programa – um programa eleitoral, então, nem se fala! Hoje a Folha repete a dose de, digamos, preconceito, com a manchete “Maioria não assiste a propaganda eleitoral”. E o que diz a reportagem? (Assinantes, acessem aqui) Que na primeira semana do Horário Eleitoral Gratuito, o programa de Lula foi assistido por 46% dos eleitores, o de Alckmin foi assistido por 43% e o de Heloísa Helena por 40%. Alô, repórteres, alô, editores, alô, empresários de comunicação – vocês acham isso pouco? Em que planeta vocês vivem? Qual a idéia que está por trás de suas manchetes e reportagens? Será que vocês não entendem a importância desses índices? Ou não querem entender? O Horário Eleitoral Gratuito é um importante financiamento público de campanhas eleitorais que está sendo aprovado pela população e está sendo muito bem aproveitado pelos eleitores. Não queiram piorar nosso processo eleitoral. É preciso combater o que atrapalha o Horário Eleitoral Gratuito, isso, sim. Se queremos uma boa e necessária reforma política, temos que começar pela reforma de nossas reportagens políticas.