sexta-feira, 18 de agosto de 2006
HORÁRIO ELEITORAL GRATUITO: GOVERNADORES DO RIO
Infelizmente, tive que gravar o Horário Eleitoral Gratuito de quarta-feira e só ontem à noite pude assistir. Quero fazer observações sobre os programas dos principais candidatos ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, Vladimir, Eduardo Paes, Denise Frossard, Crivella e Sérgio Cabral, nessa ordem, do menor para o maior ibope. Vladimir. Tem uma história excelente. Invejável, admirável. Lembro que há mais de um ano, quando começou a história do mensalão, fui chamado pelo PT-RJ para fazer o programa partidário e defendi com veemência a participação de Vladimir. A sua história daria credibilidade ao PT, mostraria o velho PT de lutas e glórias. Foi uma pena que Vladimir (para preservar sua imagem, creio) não quis participar. Agora, candidato a Governador, ele apresenta sua história. Mas, lamentavelmente, ela veio precedida de um quadro onde ele aparece de cartola e varinha de condão, “ironizando” os políticos. Ele não deveria ter feito isso com a sua própria história... Eduardo Paes. O melhor do programa foi a participação do candidato Zito, ex-Prefeito de Caxias (RJ). A direção de arte é boa, mas houve falha no enquadramento de Eduardo Paes, que ficou com a cabeça reduzida. Denise Frossard. É um programa cômico. O seu desempenho é muito fraco, não sei se por culpa própria ou da direção. César Maia participa conceituando muito bem a eleição: só existem dois lados, o dos que querem que o que está aí permaneça igual e o dos que não querem. Mas, ao contrário do que ele próprio ensina, esqueceu de “dar imagem ao pensamento”. Ele deveria mostrar com imagens o que é um e outro. Por exemplo: “os que querem continuar com esse clima de insegurança, como eu mesmo testemunhei na semana passada, onde uma criança chorava na porta de casa, com medo de ser assaltada no caminho da eacola...” Perdeu a chance de fazer isso no início do Horário, quando, como ele também sabe, a audiência e a atenção são maiores. Crivella. Fez papel de bobo. Primeiro por não aparecer no programa, desperdiçando tempo precioso junto ao eleitorado. Depois, por ter apresentado um quadro ridículo, combatendo o preconceito contra ele – que realmente existe, que deve ser combatido, mas que deve ter aumentado após o quadro... Sérgio Cabral. Esperava mais do programa. É um programa rico, como se esperava, mas sem emoção. O quadro inicial, “A Força do Rio” (que me lembrou “Força, Rio”, do governo Moreira), é um boa idéia que, infelizmente, mostra muita obra e pouco povo. Pouco, não – nenhum! Sérgio Cabral falando no escritório (deve ser real, da própria casa ou de algum amigo) está bem. Mas não precisava falar dentro de uma van em movimento, brincadeirinha desnecessária. O Preto Jóia deste ano não foi tão bom quanto no passado e o jingle ficou devendo. Parabéns pelo depoimento da Rosinha. Apesar da rejeição que hoje ela carrega, seria desrespeitoso não convidá-la. Em 98, apesar dos fortes ataques que o candidato adversário Cesar Maia fazia contra o brizolismo, Garotinho convidou Brizola várias vezes para participar do programa. Foi o próprio Brizola que, sabiamente, recusou. NOTAS APÓS A VEICULAÇÃO DAS 13 HORAS: 1) Fui informado que, após sua apresentação no Horário Eleitoral, Vladimir passou a ser muito cumprimentado nas ruas. Não tenho dúvidas disso. 2) Recebi um telefonema simpaticíssimo de Guto Graça justificando as dificuldades do primeiro quadro de Crivella. Quero aproveitar para dar parabéns pelo programa de agora à tarde, mostrando o maior comício da temporada e mostrando Crivella. 3) O programa de Sérgio Cabral apresentou um excelente quadro sobre segurança. Competente, necessário, estava devendo. 4) Algumas pessoas cobraram a ausência de comentários sobre Milton Temer e Lupi. Falha nossa. O programa do Milton Temer está muito bom, com ótimo aproveitamento de Heloísa Helena e de Ziraldo. A frase "Corrupção ninguém agüenta; vote 50" é muito boa. Quanto ao Lupi, a produção é limitada e "La, lé, li, ló, Lupi" é dose... Mas o uso das tradicionais bandeiras brizolistas é bom.