quarta-feira, 23 de agosto de 2006
Mais uma vez Cesar Maia faz análise quase perfeita do cenário eleitoral para presidente. Quase...
No Ex-Blog de hoje, Cesar Maia faz mais uma de suas boas análises eleitorais, com conclusões que geralmente favorecem o seu desejo político. Sobre a pesquisa Datafolha divulgada ontem, diz ele que a mais importante informação “é quanto à avaliação de Lula. Pela primeira vez sua avaliação está acima da intenção de voto, com isso pela primeira vez ocorre uma correlação entre ambas, na medida que, como se sabe, avaliação ótimo+bom é teto de decisão de voto. Este crescimento da avaliação para 52% é claro reflexo do programa eleitoral de Lula, que se concentra em mostrar feitos do governo Lula, mesmo que não sejam dele.” Cesar Maia está certíssimo nisso, o que deve desagradá-lo muito. Há semanas, em função do “teto” de ótimo+bom para o seu governo, Cesar dizia que bastavam “apenas 3 pontinhos” para garantir o 2º turno. Agora faltam 6 pontões e meio! Cesar Maia também está certo, quando afirma que a “assistência aos programas é excelente, chegando a 46%, quase de um para dois, o que mostra o potencial de impacto dos mesmos.” Perfeito, concordo com isso, como pode ser lido duas postagens antes dessa. Mas Cesar falha na conclusão do seguinte trecho: “Lula e Alckmin voltaram a disputar a eleição para Prefeito do Brasil, com temas sócio-municipais-estaduais, como assistência social e ensino de primeiro e segundo graus. Até aqui não há candidato estadista. Uma tática defensiva cuja chance de desmontar seria muito grande pela fragilidade da figura do presidente-prefeito.” A figura do presidente-prefeito não é nada frágil, na atual conjuntura. A grande maioria do eleitor de Lula está querendo exatamente isso, um presidente mais próximo, que entenda melhor as necessidades da população mais pobre, que saiba dar carinho e soluções imediatas. Estratégia corretíssima da campanha de Lula e dificílima de ser derrotada. Cesar volta a estar certo no trecho seguinte: “Na próxima semana se entra naquele período em que o eleitor já acostumado ao programa não dá muita bola, e acelera o processo de troca de opiniões – jogo da coordenação, como dizem os especialistas – com seus conhecidos, e as informações recebidas. E entra neste jogo sem informação inoculada de desconstrução de Lula. Volta a dar atenção aos programas nos últimos dez dias. Pode não ser suficiente. Especialmente porque os candidatos a governador, senador, deputados, vão para um salve-se quem puder que vimos nos ultimos dias em estados do nordeste, e que acentuam a imagem de Lula.”