terça-feira, 22 de agosto de 2006
Cesar Maia faz análise quase perfeita da campanha presidencial. Só esqueceu duas coisinhas...
No Ex-Blog de hoje, Cesar Maia faz análise da campanha de Alckmin, cobrando maior empenho da equipe pessedebista em expor o tema “corrupção” para tentar derrotar Lula. Diz ele: “Uma campanha com candidato à reeleição tem suas características básicas que se repetem no mundo todo. A tendência do eleitor é ficar com quem conhece, a menos que a percepção do governo deste seja um desastre. Se for, provavelmente este não será candidato. A chave da vitória da oposição é exaltar os erros e desvios do governo e projetar um governo ainda pior para o período seguinte, afetando a percepção. A corrupção tem sido um tema crescente na agenda das campanhas eleitorais pelo mundo afora, respondendo a reação da opinião pública a casos que surgem ou se tornam conhecidos pela capacidade de investigação e a exposição de imagens. O caso brasileiro – sob patrocínio do governo de Lula – é de longe o mais grave. A campanha de Lula na TV comete um erro que poderia ser fatal ao se fixar no que – diz que – foi feito. Não projeta expectativas além da rolagem do próprio governo (fez e fará mais). Mas a de Alckmin comete erro maior, pois se fixa em fazer afirmações mais ou menos genéricas,do que fará e se esquece de dizer ao eleitor porque não deve votar em Lula.” Em seguida, ele escreve um texto, “Corrupção e Eleições”, onde cita um artigo que saiu no Financial Times, “escrito pelo pollster maior do Partido Democrata dos EUA, Stan Greenberg”. Conforme o Ex-Blog, no artigo, "Greenberg diz que a corrupção está se tornando um tema maior nas eleições pelo mundo afora: da vitória do Hamas, na Palestina, ao Partido Conservador no Canadá, passando pela derrota de Berlusconi na Itália. São exemplos de eleições onde a corrupção foi a agenda da campanha. Em 20 países estudados é o terceiro tema com 21% das citações, na média”. O artigo diz: "Aqueles políticos que tomem a dianteira no tema – explicando os seus custos, identificando os autores e oferecendo soluções – serão capazes de estar em sintonia com a maioria dos eleitores em eleições nacionais, marchando na frente do que está se tornando uma demanda global por transparência e mudança." Cesar Maia só esquece duas coisas: 1) Não cita o trecho em que Greenberg declara que “no ano passado, Moises Naim, editor da Foreign Policy, escreveu no Washinton Post que ‘a guerra à corrupção está minando a democracia, ajudando a eleger líderes errados e desviando a atenção da sociedade de problemas urgentes’. Mr. Naim e outros estão certos", continua Greenberg, "quando dizem que um foco na corrupção nem sempre produz bons resultados”. E cita o exemplo palestino. 2) Cesar Maia confunde "Lula" com "Governo". Em termos de marketing eleitoral, isso pode ser fatal. César oferece o link para Stan Greenberg.