quinta-feira, 12 de outubro de 2006
Acreditar ou não acreditar em pesquisas, eis a questão
Em 98, quando fui fazer o 1º programa de Garotinho para Governador do Rio, deparei-me com um grande problema. Queria já no começo mostrar pesquisa com Garotinho à frente, mas o PDT (partido de Garotinho, na época) não aprovava. Sabem por quê? “Porque Brizola sempre foi contra”, responderam. Brizola sempre considerou que todas as pesquisas era manipuladas contra ele. Ainda argumentei que dessa vez o candidato pedetista estava à frente, logo seria mais seguro. “Engano seu. Eles fazem isso no começo para dar credibilidade à queda que provocarão depois”, responderam sem pestanejar. Perdi a batalha do 1º programa, mas acabei com essa bobagem do 2º em diante. Eu parto do princípio que uma pesquisa, bem feita, não erra. Seus erros são de interpretação. Claro que acredito que algumas pesquisas podem ser manipuladas, mas aí chegamos a lugar nenhum, porque a pior manipulação será no caso de não haver pesquisa alguma. Acho essa atitude de Alckmin tentando desqualificar as pesquisas que mostram sua queda completamente infantil e típica de quem acusa o golpe. Soa muito mais como um reconhecimento de que o chuchu foi pro brejo. A pesquisa, quantitativa ou, principalmente, qualitativa, sempre será um aliado do marketing eleitoral. O candidato, mesmo desconfiando de um ou outro resultado, tem que valorizar as pesquisas. E tem que saber contratá-las e saber tirar partido de todos os resultados, inclusive os adversos. Um vencedor tem que acreditar em pesquisas – mesmo que duvide de certos resultados...