Por desatenção, coloquei o nome de Rodrigo Maia, que não pode se candidatar. Mas, com tantas variações da lei, pode ser...
sexta-feira, 27 de outubro de 2006
Cesar Maia e 2008
Cesar Maia, o prefeito-marqueteiro, deve estar mergulhado nas águas muito profundas das pesquisas. Não por causa do desastre Alckmin - apenas mais um tucano fora do baralho. A preocupação maior é com o desempenho de sua pupila, Denise Frossard, candidata ao Governo do Rio (PPS-PFL-PV), que anda em queda livre. Ele esperava um resultado mais consistente, visando as eleições de 2008, principalmente na Capital, a cidade do Rio de Janeiro. Ele tem a obrigação de vencer as próximas eleições no município, como tem ocorrido em quase todas as eleições, desde 92, quando foi eleito pela primeira vez. Venceu em 94, quando apoiou Marcello Alencar para Governador; venceu em 96, quando elegeu Conde como seu sucessor; venceu em 98, apesar de ter perdido a disputa estadual para Garotinho; venceu em 2000, quando se elegeu novamente Prefeito; em 2002, teve sua única derrota no município, quando sua candidata ao Governo, Solange Amaral, perdeu para Rosinha Garotinho (que, aliás, venceu em todos os municípios do Estado); venceu em 2004, quandoi foi eleito Prefeito pela terceira vez; e agora a sua candidata Denise Frossard deve perder para Sérgio Cabral (apesar de ter vencido por pouco no 1º turno - 29,38% a 29,97%). No momento, as pesquisas (Ibope) mostram vitória de Sérgio Cabral no Estado de 59% a 31%, sendo que na Capital é de 53% a 37%. É aí que reside todo o dilema de Cesar Maia. Quem poderá ser lançado por ele em 2008 capaz de reverter esses números, sucedê-lo como Prefeito, garantir a continuidade a seu pensamento lacerdista e servir de sustentação político-financeira para possível candidatura pefelista em 2010? Qual será esse nome? Denise Frossard dificilmente será, porque foi um fiasco e possivelmente até abandone a política. Sirkis, do PV, era uma possibilidade, mas se rebelou. Gabeira é muito "independente", pouco confiável. Um dos seus pupilos, tipo Índio da Costa? Ainda parece ser pouco maduro. O filho, Rodrigo Maia? Pode ser, mas com poucas chances, até agora. Enquanto vive essas dúvidas, Cesar Maia trata de delimitar o seu campo ideológico-eleitoral. Aproveita-se de outras candidaturas, como Alckmin, Denise Frossard ou até mesmo Calderón, do Máxico, para deixar bem delineado o seu perfil conservador, segurando a bandeira do "trinômio lei, ordem e família". Apesar das suas dificuldades momentâneas, Cesar Maia não é adversário a ser desconsiderado. As derrotas de 2006 e a aparente dificuldade de caixa que a cidade vive não são problemas insuperáveis. Ele já demonstrou grande capacidade de inovação, como é o caso de sua entrada nas novas tecnologias da informação, mostrando grande desenvoltura para pautar a mídia local e nacional. Terá contra ele, claro, toda a força do Governo Lula e do Governo Estadual de Sérgio Cabral. Que os estrategistas fiquem atentos a essa próxima disputa.