quinta-feira, 19 de outubro de 2006
Navegando contra a mídia
Mino Carta tem seu nome associado a grandes feitos da nossa imprensa – por exemplo, Quatro Rodas, Jornal da Tarde, Veja, IstoÉ, República, Carta Capital e outros. É tipicamente um nome da velha guarda, meio avesso às novidades tecnológicas – tanto que na foto de seu Blog ele valoriza o uso de máquina de escrever comum. Mas ele está descobrindo com prazer os novos rumos da internet, e declarou no seu “post” de ontem: “Estou a descobrir o valor da Internet. A reportagem de capa de Carta Capital, de autoria de Raimundo Pereira, conta aí com uma repercussão impressionante. Para este velho jornalista ainda preso à Olivetti e temeroso do computador, capaz de engolir a humanidade em peso pela bocarra do vídeo, é surpresa encantadora. É deslumbre. (...) O jornalismo on-line, ao menos no Brasil, é melhor do que o impresso e o eletrônico”. Esse texto de Mino está bem afinado com o texto de hoje do ConversAfiada de Paulo Henrique Amorim, que levanta a questão de “como governar quando toda a imprensa é contra”. Diz Paulo Henrique que só existem duas alternativas, a tipo Chávez, que parte para o enfrentamento direto (tirando programas do ar, interferindo em outros progrmas, etc.), ou a tipo Roosevelt, que faz uso das novas tecnologias (“Na eleição de 1932, seis de cada dez jornais fizeram oposição a ele e Roosevelt acreditava que era vitima de um ódio profundo de donos de empresas jornalísticas, que distorciam as noticias para prejudicá-lo. As redes de estações de rádio, ao contrário, deram total colaboração... e o Presidente usou o rádio para atingir o público diretamente e explicar seus programas”). Diante da situação semelhante – ou pior ainda – que Lula enfrenta, Paulo Henrique sugere que ele adote a alternativa Roosevelt, dando um salto tecnológico e passando a usar a internet. ”É o único espaço que sobra para o Governo Lula – se ele for reeleito”.