domingo, 8 de outubro de 2006

As regras do debate

Sumô, Google Em “O Efeito dos Debates”, Thomas Holbrook (mesa de cabeceira de Cesar Maia), citando um estudo de Geer sobre o primeiro debate presidencial americano de 1976, diz que “os debates têm, de fato, influência sobre os eleitores”. Mas Holbrook também destaca (citando Lanoue e Schrott, 1991) que “os debates projetam a informação para além dos limites da tela da televisão: a cobertura da mídia é uma outra via muito importante. Nos dias seguintes ao debate, a mídia aborda o que foi considerado como os pontos mais importantes da noite anterior e aponta o candidato que pareceu ”ganhar” o debate. O noticiário pode influenciar a avaliação que os eleitores tiveram do debate e pode dar impulso ao candidato declarado vencedor”. Como a mídia está contra, esse passa a ser o principal “adversário” que Lula enfrenta hoje à noite, apesar de ser um horário bom (20,30h,na Band – horário bom, mesmo com a concorrência do Fantástico da Globo), com muitos eleitores atentos. A questão principal do debate (mais do que em qualquer outro momento) é a percepção. Nesse sentido, Lula tem de desenvolver os seguintes pontos: 1) reduzir os argumentos para a percepção negativa que a mídia vai repercutir nos dias seguintes (por exemplo, evitando a frase “eu não sabia de nada”; 2) mostrar-se na ofensiva, desconsiderar o adversário, encostá-lo nas cordas, perguntar se ele está nervoso mordendo os lábios, repetir que ele não sabe de nada – além de desconcertar o adversário, isso ajuda a inflamar a militância; 3) iludir o adversário, fazer perguntas sobre um tema com o objetivo de desenvolver outro 4) municiar a militância com argumentos para a amplificação da campanha durante as próximas semanas; 5) posicionar-se descontraído em cena, mas, sempre que puder, olhar no olho do eleitor. Esse debate deverá ser mais importante do que o da Globo – se é que ele vai acontecer – e Lula conta com a vantagem de ter arrancado na frente para o 2º turno.