terça-feira, 3 de outubro de 2006
A dança das pesquisas na disputa pelo Senado do Rio
Já falei aqui sobre a disputa acirrada pelo Senado no Rio de Janeiro, polarizada entre Jandira Feghali (PCdoB) e Dornelles (PP). Dornelles acabou vencendo, contra a previsão de todos os institutos, atribuindo-se isso, como o próprio Cesar Maia já disse, a certo corpo mole feito por setores do PT do Rio, à crise com a igreja católica por causa da questão do aborto (defendido por Jandira) e à entrada do PFL (traindo o candidato da própria aliança, Sirkis) a favor de Dornelles nos ultimos dias. Gostaria de acrescentar a baixaria eleitoral dos últimos dias, com mensagens telefônicas e panfletos apócrifos violentíssimos contra Jandira. Foi um dos níveis mais baixos dessa eleição, tirando uma vitória certa de Jandira. É verdade que Dornelles deveria ter mais votos do que a maioria dos institutos estavam captando, mas no final era evidente a vitória da candidata de esquerda. Ao longo da campanha, apenas um instituto, o Informa, mostrou o tempo todo Dornelles à frente. Talvez porque ele sempre tenha trabalhado com um número maior de entrevistas (nunca menos de 2.000 entrevistas, chegando a fazer, no primeiro estudo, 16.000 entrevistas), talvez por maior experiência no Interior, onde Dornelles sempre foi mais forte. De qualquer modo, o número de Nâo-Votantes (Brancos + Nulos + Indecisos) era muito alto, não permitindo certeza a ninguém. O curioso é que 4 ou 5 dias antes da eleição, na sua última pesquisa, o Informa captou a vitória de Jandira, igualando-se a todos os outros institutos. E acabou sendo atropelado pelos 3 últimos dias de baixaria e pelo apoio do PFL a Dornelles. Foi uma eleição de definição em cima da hora, destruindo todas as previsões.