terça-feira, 3 de outubro de 2006

Alianças – que sejam eternas enquanto durem

O xadrez das alianças será o principal item deste 2º turno. Algumas serão feitas naturalmente, outras depois de muito esforço e outras serão – ou parecerão ser – surpreendentes. Heloísa Helena, por exemplo, alia-se naturalmente a Alckmin. Mas o PSOL é inteiramente Lula. O mesmo acontece com Cristovam (Alckmin) e o PDT (Lula). Isso acontece porque esses dois candidatos derrotados tiveram boa votação entre eleitores com perfil diferente do eleitor tradicional de seus partidos. A classe média conservadora que encheu os dois de votos não se identifica com as propostas de esquerda do PSOL nem com o brizolismo do PDT. Nessa disputa, Lula deverá herdar a maioria dos votos do PSOL (na reta final, Heloísa perdeu muitos votos com perfil alckmista) e Alckmin deverá herdar a maioria dos votos de Cristovam (que parece ter crescido além dos limites eleitorais do PDT; há também a questão do Maranhão, onde o pedetista Jackson Lago disputa 2º turno com Roseane (PFLdoS), e do Paraná, onde Osmar Dias disputa com o aliado lulista Requião). O PMDB vai se dividir, como sempre. No Rio, o PMDB fará uma aliança natural com Lula. Sérgio Cabral estará disputando o 2º turno diretamente com Denise Frossard, a candidata de Cesar Maia, de Alckmin e do lacerdismo em geral. O perfil do eleitor de Sérgio Cabral é mais próximo do de Lula e também do de Marcelo Crivella (o 3º colocado). Sérgio Cabral pode tentar ainda, através (ou apesar) dessa aliança, tentar conquistar votos da classe média progressista carioca – tradicionalmente anti-Garotinho. E o mais curioso é que Sérgio Cabral deverá ter apoio do PSDB de Alckmin, que teve como candidato Eduardo Paes, rival de Cesar Maia-Denise Frossard. Aliás, o vitorioso Zito (ex-Prefeito tucano de Duque de Caxias), apesar de aparecer no programa de Eduardo Paes, deu seu apoio a Sérgio Cabral já no 1º turno. Outro apoio importante na disputa presidencial é o peemedebista Germano Rigotto, derrotado no Rio Grande do Sul por tucanos e petistas. Por enquanto, deprimido, ele se mantém silencioso e neutro. Dificuldades para Lula em Santa Catarina, onde o peemedebista Luiz Henrique disputará com Espiridião Amin (PP), mais difícil de ser assimilado pelo eleitor petista. Alianças políticas são assim, acontecem e desacontecem entre parceiros pensáveis e impensáveis. Podem durar, ou não. Podem ser fiéis, ou não. Depende do que cada “pretendente” oferece como “dote”.