sábado, 30 de setembro de 2006
"Concreta 56 - A Raiz da Forma"
Cadê a imprensa democrática?
Tortura: o que era produto exclusivo das ditaduras está virando produto de consumo tipicamente americano
sexta-feira, 29 de setembro de 2006
BBC: Brasil sobe 4 pontos em ranking de democracia
Debate Maior
DEBATE ABERTO Os votos na redação da Carta Maior
SÃO PAULO – Todos os nossos leitores e todas nossas leitoras sabem que a Carta Maior tem uma posição editorial pela reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mas em nossa redação convivemos com posições diversas. Estamos apresentando abaixo as declarações daqueles e daquelas que quiseram abrir seu voto, apresentados na ordem em que chegaram ao editor.
Flávio Aguiar. editor-chefe da Carta Maior.
”Eu voto Lula. Tomo emprestado do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, minha justificativa de voto: “É preciso trabalhar com Lula e apoiar Lula. Não se pode pedir a Chávez que faça o mesmo que Fidel. Não se pode pedir a Lula que faça o mesmo que Chávez. Assim como não se pode pedir a Evo que faça o mesmo que Lula ou que Chávez. É tudo um processo, cada qual tem suas circunstâncias. Cabe a nós desenhar a forma da unidade na América Latina. O caminho é árduo, mas podemos vencer, com unidade e sabedoria estratégica.” Marco Aurélio Weissheimer ”O critério do meu voto é o da luta política. Voto em Lula para poder continuar brigando. Para poder cobrar um segundo mandato que aprofunde a redistribuição de renda e a integração da América Latina; que acelerece o crescimento e a criação de emprego. Só Lula tem a a força e a condição ideológica para ser cobrado.” Bernardo Kucinski ”Voto em Lula para ver continuadas as políticas já implantadas de equalização das discrepâncias sociais. No campo da política cultural, espero a continuidade do reestabelecimento de um sistema eficiente de políticas de Estado continuadas e focadas na valorização das culturas populares e no respeito à diversidade, sempre com a permanência da lógica da "subversão estatal" que inverte a ordem de implementar "políticas e projetos de balcão e negócios", danosa prática que utiliza a parceria entre os setores público e privado apenas com propostas acolhidas mercadologicamente.” Eduardo Carvalho ”Voto em Heloísa Helena por apostar num fortalecimento de outras alternativas políticas. Para o país, é importante criar um novo imaginário da esquerda brasileira. A pluralidade de idéias e de correntes estimula o debate político com a população. Vejo o PSOL como algo ainda embrionário, mas que pode dar certo.” Natália Suzuki ”Voto na Heloísa Helena porque considero importante fortalecer eleitoralmente o PSOL. O partido se transformou num abrigo - talvez temporário, mas necessário - para este momento de reorganização das forças políticas de esquerda no Brasil. Diante da atual conjuntura, é fundamental construir uma alternativa de esquerda, socialista, e dar um recado ao governo que se elegeu como uma possibilidade de fazer política de um jeito diferente e empunhando a bandeira da transformação social real.” Bia Barbosa ”Voto em Heloísa Helena porque precisamos construir uma alternativa à falsa polarização entre PT e PSDB, que passa ao largo dos problemas estruturais do Brasil. Enquanto não atacarmos a questão da desigualdade social, da democratização da propriedade da terra, da renegociação soberana da dívida pública, da democratização dos meios de comunicação e da dominação imperial, o país seguirá girando em falso. A candidatura de Heloísa reabre este debate.” Gilberto Maringoni ”Voto na Heloísa Helena para fortalecer o PSOL. O sistema político brasileiro precisa de um partido forte que tenha o ideal de "ruptura" em seu horizonte utópico: ruptura com a oligarquia política e com o modelo econômico. Hoje, é o PSOL que tem mais chances de cumprir esse papel.” Marcel Gomes ”Voto em Lula. Acredito que, apesar das políticas sociais (como o Bolsa-Família) terem sido tímidas no primeiro governo, elas se aprofundarão nos anos seguintes e levarão a uma mudança social sem precedentes na História brasileira. Tudo desde que a reeleição de Lula seja feita sem turbulências. Expressas principalmente na chance de um segundo turno, essas turbulências podem levar Lula a fazer mais concessões para os partidos de centro-direita para garantir a governabilidade do Brasil.” Rafael Sampaio ”Voto no Lula porque sua candidatura representa o campo da esquerda - com sua força e suas debilidades - no enfrentamento da direita hoje, sendo sua reeleição o melhor espaço de reagrupamento da esquerda no Brasil. Além de que a alternativa é o retorno da direita, com todas suas conseqüências negativas para o Brasil e a América Latina.” Emir Sader ”Voto no Lula porque temos de consolidar uma frente libertária na América Latina, respeitando as diferenças entre os vários países, que construa políticas públicas de inclusão social que se neutralizem os nefastos efeitos do neoliberalismo, e abram caminho para uma democratização da sociedade, da cultura, da política e da economia.” Flávio Aguiar "Voto Lula de novo. Foram muitos erros. Muitas tristezas. Muita decepção. Mas voto pela continuidade das políticas de extensão dos direitos sociais. Voto pela integração da América Latina. E voto principalmente pelo outro olhar e pensar da cultura, garantindo a diversidade como identidade. Fortalecendo o papel do Estado e ao mesmo tempo subvertendo a ordem das políticas culturais." Carlos Gustavo Yoda
"Concreta 56 - A Raiz da Forma"
Lula venceu o debate
2º turno no Rio?
Correção (13:42h). Quase todo dia estou aqui corrigindo o Cesar Maia. Hoje foi ele que me corrigiu. Por algum motivo (não vale a pena explicar) eu me confundi com as datas e escrevi que a pesquisa Datafolha não havia captado o debate. Na verdade, foi feita depois do debate. E isso talvez explique a recuperação do Crivella (que estava caindo sem parar) e torna mais efetiva a possibilidade do 2º turno. Obrigado, pela correção, Cesar Maia.
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
"Concreta 56 - A Raiz da Forma"
Denise Frossard deve ter sido vítima dos conselhos de Cesar Maia
“Mas vamos às dicas para debate, aos quatro candidatos. Nossa senadora Heloísa Helena deveria levar esses pontos para o camarim. Tratam-se de experiências de debate em eleições em outros países, especialmente nos EUA”.Dá algumas dicas óbvias muito boas e outras duvidosas. Por exemplo: “Debate ninguém ganha”. É uma boa frase de efeito. Mas depende do debate e do momento. Em 94, Garotinho ganhou bons pontos quando pôs o dedo no nariz do até então “bicho-papão” General Newton Cruz. E ganhou também todos os debates, em 98, contra o próprio Cesar Maia. Ele coloca entre suas dicas ouvir antes um discurso de Carlos Lacerda (coisa que Denise Frossard, se fez, não assimilou). E manda essa:
“Nos intervalos os assessores devem não dar dica alguma. Não mande assessores técnicos falarem com o candidato. Só atrapalham. Deve ir alguém de imagem, a maquiadora, e um amigo. A pessoa de imagem corrige detalhes formais. A maquiadora ajusta o cabelo e tira o suor. E o amigo diz que o candidato está dando um banho, levantando sua energia”.Será que foram essas as mesmas dicas que ele deu para Denise Frossard no debate dos candidatos ao governo do Rio? Algo deu errado, então, porque ela se saiu pessimamente. Segundo os jornais, o assessor Cesar Maia seguiu à risca o próprio conselho e não compareceu ao local. Mas estavam lá Rodrigo Maia e Solange Amaral – e creio que não estavam no papel de “amigo” e “maquiadora”. Quem terá preparado aquelas “colas” (ou “pescas”) que Denise lia sem parar? Quem disse para ela mentir sobre o tempo de serviço público? Será que a “cola” tinha escrito “promotora” no lugar de “professora”? Será que ela foi orientada a considerar que serviço em empresa privada (e da família) é também público? Não sei, não. Acho que, antes de seguir os conselhos de Cesar Maia, Heloísa Helena tem que conversar com Denise Frossard...
César Maia insiste em transformar “fantasma” em “apto a votar”
“parte deles se deve a falecimentos, parte a pessoas que estão viajando, parte a pessoas muito idosas, parte aos doentes sem mobilidade, parte aos que estão presos, parte aos que são doentes mentais ou alcoólatras, parte aos que tem mandado de prisão e não podem se apresentar, parte a migrantes recentes, parte quem não tirou o título”.Até aí está certo. Mas esquece dos famosos “fantasmas”, que são incluídos erroneamente (falha na atualização do cadastro do TSE) como “aptos a votar” e que este ano devem chegar a cerca de 10.000.000 de “pseudo-eleitores”, ou seja mais ou menos 8%. As pesquisas naturalmente já excluem esse índice, porque elas não podem considerar quem não existe. Portanto, os Não-Votantes reais são menos do que César Maia apresenta. César Maia continua com sua “tese”:
“os estudos que fizemos nos últimos anos mostram uma tendência muito maior de concentração nos níveis menores de renda e instrução”.Ou seja, se ele é minimamente coerente, está querendo dizer que o eleitor de Lula morre mais, viaja mais, é mais idoso, é mais doente, está mais nas prisões, é mais doente mental, é mais alcoólatra, tem mais mandado de prisão e não pode se apresentar, tem mais migrantes recentes, tem mais gente sem título e, por isso, vai comparecer menos no dia da eleição. (Ele pode também estar querendo dizer que o eleitor de Lula erra mais no uso do teclado eletrônico, mas esquece que isso foi antes do Bolsa Família...) Tenho certeza que, depois dos resultados desta eleição, César Maia nunca mais será o mesmo. No mínimo vai deixar de ver fantasmas em toda parte...
Datafolha e Ibope: este Blog acertou na mosca
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
RECORDE DE EMPREGOS!
"Concreta 56 - A Raiz da Forma"
Rio: debate morno com algumas surpresas
Lei do outdoor em São Paulo: a visão de cada um
Gestão chocante
Choque tucano. O "choque de gestão" de Geraldo Alckmin em São Paulo deixou, só até setembro, um rombo de R$ 1,2 bilhão nas contas do Estado. O governador de São Paulo, Cláudio Lembo, confirma a informação. Há três meses, ele enviou ofício a todos os secretários proibindo novos investimentos e determinando "redobrada atenção do governo" e "rigorosa austeridade nos gastos públicos". Houve também "diminuição no ritmo de velocidade das obras", diz Fernando Braga, ex-assessor especial de Alckmin e hoje secretário de Planejamento.
Choque tucano 2. Só a suspensão de novos gastos não será suficiente para enquadrar as contas paulistas na Lei de Responsabilidade Fiscal. O governo está atrás de novas receitas. Espera que nesta semana seja aprovada a lei que dá descontos de até 100% nas multas e 50% nos juros para devedores de ICMS que saldarem seus débitos já. Com isso, espera arrecadar R$ 700 milhões, diz Braga, do Planejamento. O que falta para cobrir o rombo deverá vir de uma "blitz gigante" sobre os 50 mil maiores devedores de IPVA do Estado.
terça-feira, 26 de setembro de 2006
"Concreta 56 - A Raiz da Forma"
Informe do Dia ironiza Cesar Maia
Não é por aí. A esperança dos alckministas é que os menos alfabetizados, eleitores de Lula, digitem errado os números na eleição. Esquecem que, todos os meses, eles digitam suas senhas para o Bolsa Família
O Presidente do TSE deveria ter mais cuidado com os grampos e rolos que tem na cabeça
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
Triiim-triiim: será que o TSE passa trote?
96 milhões em ação!
A límpida linha de Mauro Santayana
Até agora, os fatos conhecidos não constituem, de acordo com os juristas, delito algum. Não se consumou o ato delituoso, cuja frustração é ainda mistério. Há personalidades estranhas nesse processo, como a do sr. Abel Pereira, desaparecido até a tarde de ontem, e tido como elemento de ligação entre os Vedoin e o Ministério da Saúde, quando ocupava o cargo o sr. Barjas Negri. É de se estranhar que esse sr. Pereira não tenha procurado ainda a Polícia Federal, seja para desmentir os Vedoin, seja para explicar a sua participação no esquema, se este for o caso.
Há, nesse emaranhado de afirmações e negativas, uma linha de Leibniz, que passa por todos os pontos, e pode explicar por que o acessório (uma denúncia, que envolve apenas as eleições paulistas) prevalece sobre o principal: a escolha do presidente da República e, portanto, do destino do país nos próximos quatro anos. Essa linha tem o seu curso submetido a interesses oligárquicos, em associação com corporações estrangeiras. Desde o segundo governo Vargas, sempre que o país começa a encontrar o caminho de seu desenvolvimento autônomo e a exercer uma política social mais justa, reúnem-se contra essa trajetória interesses internos associados aos externos. Foi assim em 1954, em 1955, em 1961 e, finalmente, em 1964.
Assim, podemos concluir que o favoritismo de Lula se deve à constatação da maioria dos brasileiros, de que o seu governo é melhor do que governo anterior – chefiado pelos que hoje lhe fazem oposição.O seu texto merece ser lido - e lembrado - na íntegra. Cadastrados podem acessar aqui.
domingo, 24 de setembro de 2006
Pobres americanos: estão voltando à Idade do Papel...
sábado, 23 de setembro de 2006
O país está rachado
Eleitor Lula. Maioria homem (58%/51%), ligeiramente mais idoso, tem ou freqüenta o ensino fundamental, ganha até 2 salários mínimos, mora no Nordeste.
Eleitor anti-Lula. Maioria mulher (42%/49%), ligeiramente mais jovem, tem ou freqüenta o ensino superior, ganha mais de 10 salários mínimos, mora no Sul.
Datafolha confirma: polarização garante vitória a Lula já no 1º turno
NOTAS DE PÉ DE PÁGINA
Se Heloísa Helena pretende voltar a crescer, tem que se diferenciar de Alckmin. Já ficou provado que do eleitor de Lula ela não consegue nada. O mesmo vale para Cristovam Buarque.
A grande imprensa está tão desesperada que resolveu (pautada por Cesar Maia) atacar os aplausos de Lula na ONU. O que aconteceu (substituição de imagens durante a apresentação do programa eleitoral) ocorre com grande freqüência. O editor não tem imagens para representar o que realmente está acontecendo (as imagens de aplausos reais não representavam o áudio real dos aplausos) e ele pega a primeira que encontra. Não foi tão grave como querem fazer crer. Muito mais grave foi a grande imprensa ignorar os aplausos reais, inclusive o fato de Lula ter sido eleito "O Estadista do Ano".
A verdade é uma só. A grande imprensa dava seu apoio às vezes disfarçado à direita. Agora, chegando ao 1º de outubro sem que Lula caia nas pesquisas, ela resolveu escancarar.
DOSSIÊ CICARELLI
sexta-feira, 22 de setembro de 2006
Cesar Maia precisa transformar o desespero em alegria e em razão de viver.
"Esse Ex-Blog lembra: Brancos/Nulos/Indecisos desta pesquisa 9%. No dia da eleição abstenção+brancos+nulos, serão uns 25%. Diferença 16%. Líquido (falecimentos...): 13%."Está errado. São 8% de fantasmas que o TSE coloca erroneamente como aptos para votar por falta de atualização de cadastro. Cesar Maia não quer ver a realidade. Prefere ver fantasmas. Precisar sair dessa e ter mais alegria de viver.
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Deu Lula de novo
Chávez, o garoto-propaganda preferido dos americanos
Movimentos sociais fazem manifesto em defesa de Lula
Neuromarketing neles!
O ledo engano de Vladimir
O Rio no limite do 1º turno
Bum habitacional
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Baixaria é marketing?
NOTA: Em 2004, o derrotado foi o próprio Garotinho. Ele coordenou a campanha de Pudim para Prefeito de Campos e eu coordenei a TV no 2º turno da campanha vitoriosa de Campista. Garotinho usou e abusou do "estilo Cesar Maia"; e eu usei e abusei do "estilo Garotinho 98"...
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Deu Lula
Lula oferece Bolsa Família para Nações Unidas
Novidades do front
* A Reuters noticia que sai Freud e entra Lorenzetti. Na falta de indícios convincentes do envolvimento do assessor Freud Godoy no caso Dossiê Serra, busca-se culpa agora em Jorge Lorenzetti. Ele seria "o chefe do 'dispositivo de tratamento de informações' da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva". Ex-dirigente da CUT, é o churrasqueiro pessoal de Lula. Na campanha da reeleição, Lorenzetti seria "o superior imediato do ex-policial Gedimar Passos Pereira, preso sexta-feira em São Paulo com cerca de 1,7 milhão de reais, para comprar um dossiê que ligaria o ex-ministro José Serra à máfia dos sanguessugas", informa a Reuters.* No front político-econômico, a má notícia é o golpe militar na Tailândia, país emergente, que, por causa disso, está derrubando bolsas no mundo. A situação ainda está confusa. Segundo a BBC, o primeiro ministro tailandês Thaksin Shinawatra, que se encontra em New York para a Assembléia Anual das Nações Unidas, declarou Estado de Emergência. Aguardemos novas notícias.
Dossiê Serra: “Foi plantado!”
segunda-feira, 18 de setembro de 2006
Fantasmas do TSE abalam sofisma de Cesar e Lavareda
Cesar Maia lança-se candidato para 2010 e arrasa PSDB
VALE-TUDO FINAL!
domingo, 17 de setembro de 2006
Talvez Elio Gaspari precise escolher melhor suas fontes
"Durante jantar de plutocratas a que Lula compareceu na quinta-feira, o empresário Eugênio Staub perguntou-lhe como pretendia fazer, durante o segundo mandato, as reformas que julga necessárias. Nosso Guia respondeu: “Staub, não acorde o demônio que tem em mim, porque a vontade que dá é de fechar esse Congresso e fazer o que é preciso”. Segundo Lula, o próximo Congresso será pior do “que esse que está aí”, pois virá com Paulo Maluf e Clodovil. Expressando-se na sua língua franca, deixou mal a mãe de pelo menos 20 notáveis nacionais. A proposta golpista do demônio que Lula carrega consigo foi contestada por inúmeros convidados que a ouviram. Lula vê outro empecilho para o êxito do seu projeto: a imprensa. Nos últimos 50 anos, o Coisa Ruim rondou três presidentes: Jânio Quadros, João Goulart e Costa e Silva. Nenhum deles concluiu o mandato. Castelo Branco e Ernesto Geisel fecharam o Congresso por poucas semanas. Seja o que Deus quiser.”E agora Congresso fechado Por Sonia Racy em O Estado de S. Paulo, hoje:
"A conversa corria animada, entre um grupo de empresários e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no jantar oferecido quinta-feira passada pelo ministro do Desenvolvimento, Luiz Furlan, quando um dos presentes fez a pergunta crucial: o que seria preciso fazer para o Brasil crescer num ritmo maior, quem sabe no ritmo da China?' Aqui é mais complicado', respondeu o presidente. 'A China é uma ditadura. Para fazer isso, só se eu fechasse o Congresso'. Todos em volta riram. Imediatamente, de um lado e de outro, brotaram comentários de que isso não seria possível - mas todos passaram, no ato, a fazer fortes críticas ao atual Congresso. E o nível do próximo, a ser eleito daqui a duas semanas, na opinião geral não deverá ser melhor. O presidente lembrou que, entre outros eleitos, lá estarão figuras como Paulo Maluf e Clodovil. Em seguida, porém, trouxe à lembrança a frase famosa de um cacique da política nacional, Ulysses Guimarães. 'O dr. Ulysses já dizia: ruim com os políticos, pior sem eles', ponderou Lula.
Quem paga mais?
“Pérolas” da imprensa brilhante
sábado, 16 de setembro de 2006
Qual a marca do Lula?
“A crise, com a dimensão e a publicidade que teve, deveria ter semeado mais dúvidas no eleitorado. E, no entanto, ele se apresenta mais decidido, portador de convicções bastante convincentes”. Tereza Cruvinel pergunta ainda: “Mas por que mesmo o eleitor se decidiu tão cedo e de forma tão definitiva?”A melhor resposta está nas formas de construção de marcas. Em primeiro lugar, deve ficar claro que essa construção tem mão dupla. Quer dizer: não basta colocar a marca na testa e sair por aí; o outro precisa perceber, precisa querer perceber a marca. Outro ponto a considerar é que ninguém tem marca única. São marcas distintas, positivas e negativas, que podem ter pesos diversos, para públicos variados. Por fim, é preciso determinar quais as marcas predominantes, positivas e negativas, o que é feito em função da relação com os públicos. Lula, ao longo dos anos (e também das derrotas eleitorais), soube trocar a marca predominante que carregava de “candidato do trabalhador” para “candidato do povo brasileiro” (uma decisão que tem suas raízes no 5º Encontro Nacional do PT, de 1987, capitaneado por José Dirceu) e depois para “candidato do povão brasileiro” (o que garantiu sua vitória em 2002 e garante os seus altos índices de aprovação atuais). Lula foi em busca das aspirações e necessidades da parte mais pobre e quantitativamente maior do povo brasileiro e tratou de buscar identidade nesse campo. O que não foi difícil por um lado (por causa de suas origens) e tarefa hercúlea por outro (por causa da grande dificuldade em atender reivindicações de uma população tão miserável, de um país com desigualdades profundas e com uma economia estraçalhada). Essa marca de povão foi construída ao longo de anos e fortalecida a partir do primeiro dia do seu governo. O Bolsa Família passou a personalizar essa opção pelos mais pobres. A multiplicação dos investimentos sociais é a comprovação dessa marca. Não foi algo construído para se acabar no dia seguinte à eleição, no velho estilo “bica d’água”. É uma marca bem construída, forte suficiente para resistir aos poderosos ataques da oposição que tentou fazer prevalecer a marca da “corrupção”. O eleitor se decidiu por Lula “tão cedo e de forma tão definitiva”, porque a boa marca é aquela construída bem antes da campanha eleitoral. Lula conseguiu ser coerente e convincente na construção da sua marca. A marca do Lula virou a marca do povo mais pobre e mais sofrido. Algo fácil de perceber no Nordeste ou nas periferias dos grandes centros; dificílimo de entender nos Jardins e nas redações.
Abaixo todas as baixarias
Esse Papa não é pop
A poesia é concreta
Um poema é feito de palavras e silêncios. Um poema é difícil. (Décio Pignatari, 2 de abril de 1950)No dia 26 de setembro, o Museu de Arte Moderna de São Paulo vai comemorar os 50 anos da "1ª Exposição Nacional de Arte Concreta" com a mostra "Concreta 56 - A Raiz da Forma". A força da Poesia Concreta, construída desde reuniões entre os irmãos Augusto e Haroldo de Campos e Décio Pignatari em 1949, deve ser comemorada sempre. Poucos movimentos da cultura mostraram tanto vigor como o da Poesia Concreta. Sempre provocou incompreensões e reações contrárias, como o comentário de um jornal sobre a exposição de 50 anos atrás, que pôs em manchete: "Mesmo sendo ‘concretos’, ninguém entendeu nem poesias nem quadros". A Poesia Concreta ganhou raízes profundas, ganhou o mundo e se mantém concreta até agora. Na Folha de hoje, Marcos Augusto Gonçalves entrevista Augusto de Campos. Trechos:
“(...) a massificação cultural é um fato iniludível da "overpopulation", do baixo nível de escolaridade, da exaustão mental provocada pelos trabalhos forçados do ganha-pão acachapante. A poesia, se não resolve, consola o ser humano da sua miserabilidade, da sua incognoscência, das precariedades do seu "design" imperfeito. Dá-lhe, quem sabe, a ilusão de estar um pouco acima. E o seu desvalor econômico, o seu fracasso antipopulista, num mundo obcecado pelo lucro e pelo sucesso, lhe conferem uma força ética ímpar. Os livros estão de pé na estante. Muito pouco na TV, é verdade, mas cada vez mais nos desvãos e desvios da internet, que embute uma verdadeira revolução cultural nas suas reservas "interguêticas" e nos seus reservatórios enciclopédicos. Quem quiser buscar mais e melhor, que vá atrás. (...) A tecnologia chegou a ser uma esperança para otimistas-natos como Buckminster Fuller e John Cage, cujo anarquismo tecno-zen rimava com o bárbaro tecnizado de Oswald. Estamos longe de chegar perto desses formosos ideais. Mas olhamos para os olhos de uma criança e temos de acreditar que um dia (que não verão os septuagenários como eu) a 'humanimaldade' será mais sensível e menos insensata. Quem sabe se a tecnologia, multiplicando o acesso à informação e aos recursos materiais, não pode dar uma boa mão a um maior solidarismo social, se os gigaglutões econômicos do Primeiro Mundo não continuarem a querer tudo só para eles. Mesmo porque, se não tomarem juízo, o bumerangue da pobreza ainda poderá recair sobre as suas cabeças.”(entrevista completa, para assinantes)
sexta-feira, 15 de setembro de 2006
Cesar Maia não gostou do espetáculo circense contra o pobre Serra
São Paulo: acendeu a luz amarela para Serra
O assistencialismo de Merval
Merval Pereira é um jornalista com lugar importante no cenário político nacional. Tem uma coluna diária no importantíssimo jornal O Globo, é comentarista em noticiários de rádio e televisão e é sempre citado por uns e outros. Mas às vezes aparenta ser um jornalista com médios e baixos. Hoje, em sua coluna “A não-política”, onde desenvolve a sua saga anti-Lula, ele escreve algo que me surpreendeu: jogou o crédito consignado e o financiamento da agricultura familiar dentro da vala comum do assistencialismo. Jogou também o Bolsa Família – que também não concordo, mas envolve outro tipo de discussão. Disse ele: “Diante da força de atração da Bolsa Família e de outras políticas assistencialistas como o crédito consignado e o financiamento da agricultura familiar, não há como propor uma mudança de rumos a uma vasta parcela do eleitorado...” Já tinha visto o Bolsa Família ser acusado de assistencialista, mas o crédito consignado e o financiamento da agricultura familiar é a primeira vez.
Segundo texto de 2003, escrito por Luiz Fernando Toscano (apresentado como Engenheiro Agrônomo, Assistente de Planejamento Sócio - Economia, Ambiental do PEMBH e Agricultura Familiar - CATI Regional de Votuporanga), “aproximadamente 85% do total de propriedades rurais do país pertencem a grupos familiares. São 13,8 milhões de pessoas que têm na atividade agrícola praticamente sua única alternativa de vida, em cerca de 4,1 milhões de estabelecimentos familiares, o que corresponde a 77% da população ocupada na agricultura. Cerca de 60% dos alimentos consumidos pela população brasileira vêm desse tipo de produção rural e quase 40% do Valor Bruto da Produção Agropecuária são produzidos por agricultores familiares. Cerca de 70% do feijão consumido pelo país, alimento básico do prato da população brasileira, vêm desse tipo de produção rural e quase 40% do Valor Bruto da Produção Agropecuária são produzidos por agricultores familiares. Vêm daí também 84% da mandioca, 5,8% da produção de suínos, 54% da bovinocultura de leite, 49% do milho e 40% de aves e ovos. A agricultura familiar também vem registrando o maior aumento de produtividade no campo nos últimos anos. Na década de 90, foi o segmento que mais cresceu. Entre 1989 e 1999, a produção agrícola familiar aumentou em 3,8% ao ano, o bom desempenho ocorreu mesmo em condições adversas para o setor, quando nesse período sofreu uma queda de 4,7% ao ano nos preços recebidos”. (texto completo)Isso bastaria para mudar o entendimento de Merval. Conversando com Christino Áureo, ex-Secretário de Agricultura dos governos Garotinho e Rosinha, ele declara: “É exatamente o contrário. O financiamento da agricultura familiar contribui para que no futuro reduza-se a prática assistencialista”. Com relação ao crédito consignado é a mesma coisa. Além de tirar trabalhadores das mãos de agiotas, troca mais segurança no pagamento do crédito por juros menores (que, aliás, precisam ser ainda menores). O risco no crédito consignado é de outra natureza. O trabalhador beneficiado perde um pouco de sua agilidade para administrar sua dívida. Isso pode até ser prejudicial. Mal administrado, “pode se transformar em um tiro na testa do trabalhador”, como diz Christino. Tomar posições contra ou a favor de um político ou de um governo é natural, faz parte do jogo democrático. Forçar a barra não faz sentido. (Coluna do Merval, para cadastrados)
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
O xadrez do Rio ganha mais pesquisa
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
O xadrez eleitoral do Rio
Três candidatos estão nessa disputa direta. No Datafolha, Sérgio Cabral tem 44% das intenções de votos (51% dos votos válidos). Marcelo Crivella (PRB) e Denise Frossard (PPS-PL-PV) disputam o segundo lugar, na faixa dos 18% a 15%, com Denise Frossard em ascensão e Crivella em queda. Os perfis dos eleitores de Sérgio Cabral e Crivella se parecem mais: Povão, Periferia, Interior. Denise Frossard é mais forte na Capital (Zona Sul, Zona Tijucana), faixa de renda e ensino Superiores. É o voto mais Popular contra o voto mais Classe Média Conservadora. Sérgio Cabral é do partido de Garotinho, mas conseguiu se desvencilhar da imagem negativa do ex-Governador (exceto na Interior e parte da Região Metropolitana, onde Garotinho ainda tem força). Ao contrário de Garotinho, Sérgio Cabral tem alguma aceitação junto à Classe Média Conservadora, mas sem a mesma força de Denise Frossard. Crivella, por ser da Igreja Universal, é altamente rejeitado na Capital, particularmente na Zona Sul e Barra. Para evitar 2º turno, Sérgio Cabral terá que conquistar eleitores de Crivella e crescer na Capital, impedindo o avanço de Denise. A Crivella, em queda, só resta tentar conquistar eleitores de Sérgio Cabral (perfil mais próximo) para ficar em 2º e ainda forçar o 2º turno (e é isso que explica as baixarias de sua campanha na direção de Sérgio Cabral). Denise, que passou de franco-atiradora para se tornar uma ameaça real a Crivella (e até mesmo à vitória de Sérgio Cabral no 1º turno), tem movimentos mais óbvios, na direção dos votos Brancos-Nulos-Indecisos. Esse é um nicho dos eleitores com perfil semelhante aos dos seus próprios eleitores: Conservador, Moralista, Lacerdista. Crescendo nesse segmento, ela pode conseguir ao mesmo tempo forçar o 2º turno e ultrapassar Crivella.Os outros candidatos não têm como influenciar muito no processo. Vladimir (PT), Milton Temer (PSOL), Lupi (PDT) e, principalmente, Eduardo Paes (PSDB) saem dessa eleição bastante enfraquecidos. Só resta a eles torcer por um 2º turno e conseguir com isso fazer alguma negociação de apoio. A Vladimir não imagino o que interessa, mas ao PT, com certeza, interessaria um 2º turno entre Sérgio Cabral e Denise Frossard (apoiaria o primeiro); Milton Temer e seu PSOL teriam dificuldades em apoiar qualquer um deles. Lupi provavelmente caminharia com Sérgio Cabral. E Eduardo Paes com certeza está torcendo por um 2º turno entre Sérgio Cabral e Crivella.
Resta ainda saber de quem seriam os votos da Abstenção (ou seja, das pessoas que não irão votar). Hoje, os Votos Válidos estão em 86% (excluem os votos Brancos+Nulos+Indecisos), mas no dia da eleição eles poderão ficar entre 79% e 81% (excluem Abstenção+Brancos+Nulos). Quem deixará de votar em maior número: o Povão menos informado ou a Classe Média desiludida? Falta pouco para o xeque-mate.