Nas suas alckmias eleitorais, César Maia é capaz de tudo. Vê 2º turno em toda parte. Pode ser até que o 2º turno aconteça (não creio), mas jamais será por causa do que ele argumenta. Usa o exemplo de 2002 para dizer que os Não-Votantes (Abstenção + Brancos + Nulos) serão muito maiores do que se imagina e isso vai prejudicar Lula. Diz ele sobre os Não-Votantes: “parte deles se deve a falecimentos, parte a pessoas que estão viajando, parte a pessoas muito idosas, parte aos doentes sem mobilidade, parte aos que estão presos, parte aos que são doentes mentais ou alcoólatras, parte aos que tem mandado de prisão e não podem se apresentar, parte a migrantes recentes, parte quem não tirou o título”.
Até aí está certo. Mas esquece dos famosos “fantasmas”, que são incluídos erroneamente (falha na atualização do cadastro do TSE) como “aptos a votar” e que este ano devem chegar a cerca de 10.000.000 de “pseudo-eleitores”, ou seja mais ou menos 8%. As pesquisas naturalmente já excluem esse índice, porque elas não podem considerar quem não existe. Portanto, os Não-Votantes reais são menos do que César Maia apresenta. César Maia continua com sua “tese”:
“os estudos que fizemos nos últimos anos mostram uma tendência muito maior de concentração nos níveis menores de renda e instrução”.
Ou seja, se ele é minimamente coerente, está querendo dizer que o eleitor de Lula morre mais, viaja mais, é mais idoso, é mais doente, está mais nas prisões, é mais doente mental, é mais alcoólatra, tem mais mandado de prisão e não pode se apresentar, tem mais migrantes recentes, tem mais gente sem título e, por isso, vai comparecer menos no dia da eleição. (Ele pode também estar querendo dizer que o eleitor de Lula erra mais no uso do teclado eletrônico, mas esquece que isso foi antes do Bolsa Família...) Tenho certeza que, depois dos resultados desta eleição, César Maia nunca mais será o mesmo. No mínimo vai deixar de ver fantasmas em toda parte...