quarta-feira, 30 de junho de 2010
Serra vai ter que fazer um programa de Índio
Tupã trouxe uma semana ruim, muito ruim, para Serra. Teve contra ele as pesquisas do Ibope e do Vox Populi, teve a derrota do seu time para o Brasil, teve a crise do Vice e, para piorar, hoje Serra teve de se curvar ao tacape de Cesar Maia e aceitar a indicação do deputado Índio da Costa para ser seu Vice. Poucos Dias depois de humilhar os "aliados" Demos, esses se vingam com uma flechada certeira no Álvaro. Por outro lado, os votos que essa escolha vai acrescentar à candidatura tucana serão cerca de ... nenhum voto!
terça-feira, 29 de junho de 2010
O Chile embalou o Brasil para os jogos finais
Jogar contra o Chile não poderia ter sido melhor. Time sulamericano, de jogo aberto, disposto a fazer bonito. O seu técnico argentino, Bielsa, jamais se submeteria a jogar na retranca contra o Brasil. Estava disposto a jogar de igual para igual e isso nos permitiu mostrar que somos “mais igual” dos que os outros.
O time jogou leve, com um três a zero tranquilo fácil – o que deu a tranquilidade e a autoconfiança que precisávamos para avançar. Apesar do estilo Dunga, deu para fazer um jogo um pouquinho melhor de ver. Vamos para o jogo contra a Holanda mais fortes do que estávamos na primeira fase. Aposto em 2x1 e final contra a Espanha.
domingo, 27 de junho de 2010
Mais vale um gol na mão do que 0 x 0 no sutiã
Segundo domingo da Copa Chata. O Brasil vai ser Campeão, é o que parece. Mas esses jogos estão uma grande jabulani, difícil de digerir. Chegamos ao dia de hoje com a média de apenas 2,12 gols por partida. E aquele Brasil x Portugal, que chatice foi aquela? Os patrícios foram píores ainda. Subi nas tamancas e selecionei o Mamonas Assassinas e seu "Vira-vira" para animar o nosso domingo.
sábado, 26 de junho de 2010
Vice-versa na Oposição
A Oposição me faz lembrar aquela música do Caetano, “Atrás do Trio Elétrico”. Por ser “oposição”, acha que política se faz “do outro lado // do lado de lá do lado // que é lá do lado de lá” – e por causa disso vive um verdadeiro inferno astral em busca de um Vice. Ou vice-versa.
Primeiro, achou que ia botar pra rachar com o nome de Aécio. Mas o tucano mineiro logo mostrou que o diabo não nasceu para se pôr sob as asas de tucano paulista. Foi aquele alvoroço, rufar de asas de Norte a Sul. O principal aliado, DEM, que está em queda livre e precisa voar mais alto de qualquer maneira, meteu o tridente e bradou: “O Vice tem que vir pro lado de cá”! Os estrategistas tucanos olharam de lado e fizeram de conta que não era com eles. Fizeram pior: escolheram o Vice Álvaro Dias (!) na moita e anunciaram a decisão pelo twitter do Roberto Jefferson (!) e pelo questionário do Datafolha (!) – coisa pra aloprado nenhum botar defeito!
Os diversos lados da Oposição ameaçam mudar de lado – mas para que lado? Rodrigo Maia, presidente do DEM (que é dividido no mínimo em dois lados...), declarou enraivecido: “A eleição nós já perdemos, não podemos perder o caráter”. Seu pai, o estrategista e candidato ao Senado Cesar Maia, tuitou hoje: “Foi lançado ontem em SP o livro: ‘Estratégias de Como Perder uma Eleição’. Editora Labirinto”. Tem ironia maior?
Enquanto isso, o Bloco Lula-Dilma-Eleitor sai cantando: “Atrás do Trio Elétrico só não vai quem já morreu...” (ou vice-versa).
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sexta-feira, 25 de junho de 2010
Datafolha escondeu dos Democratas a informação sobre Vice tucano
(clique para ampliar)
Li no Twitter do Nassif e fui lá conferir. É verdade, no questionário (ver acima) da próxima pesquisa Datafolha (que se realizará nos dias 30 e 1º) que foi registrada hoje no TSE já constava o nome de Álvaro Dias como Vice de Serra. O Datafolha já sabia quem era o Vice, mas os "aliados" do DEM não sabiam nada. Estavam sendo levados no bico pelos tucanos. É melhor começarem a pensar sobre 2014...
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Pesquisa CNI-Ibope: é Dilma de Norte a Sul
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quinta-feira, 24 de junho de 2010
CNI/Ibope: primeiro turno à vista
Pesquisa com 2002 entrevistados, realizada entre 18 e 21
de junho, com margem de erro máxima de 2,2%.
Essa nova pesquisa CNI/Ibope silenciou o que ainda restava de bico nos tucanos. Ela confirma todas as preocupações de Fernando Henrique com o seu candidato Serra, e vai além - aponta na direção de vitória de Dilma ainda no primeiro turno. Dentro de uma simulação dos votos válidos, Dilma só precisa de 2,5% (+1 voto) para chegar à maioria absoluta.
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domingo, 20 de junho de 2010
Copa do Mundo: boringness is money
Excelente o artigo de Vinicius Torres Freire, hoje, na Folha, sobre o futebol chato das Copas do Mundo. Ou melhor: da europeização do futebol. A Jabulani e a redução das médias de gols traduzem isso muito bem. As grandes empresas do mundo esportivo estão driblando o mundo inteiro e derrotando a beleza dos jogos. Concordo com isso há séculos. Felizmente ainda nos resta a garotada do Santos para continuar adorando o futebol.
Leiam o texto de Vinicius:
A economia do futebol chato
Livre mercado de atletas e racionalização do negócio esportivo uniformizaram e "europeizaram" o esporte
"Não há mais time bobo." "As seleções jogam de modo cada vez mais parecido." "O futebol da Copa é cada vez mais chato." Cada um desses clichês têm muita verdade; todos refletem uma tendência inevitável e fenômenos conhecidos:
1) O futebol é um negócio europeu e um produto montado finalmente na Europa, com recursos naturais importados do resto do mundo;
2) Os "softwares" (técnicas e táticas) de treinamento são tão acessíveis como planilhas de cálculo;
3) Como qualquer negócio, o futebol é orientado pela maximização de resultado, do campo de jogo à contabilidade, e pelos interesses do corpo burocrático que o dirige;
4) Em termos esportivos, a Copa é prejudicada pelos interesses do negócio europeu do futebol.
A Copa é jogada no final da temporada europeia. Nos clubes, os atletas atuam no limite da capacidade humana, o máximo de tempo possível e exigido por clubes, patrocinadores e TVs. Ao fim da temporada, estão esgotados ou machucados. O interesse dos clubes limita cada vez mais o treinamento das seleções a raras semanas ou a um dia antes de jogos de torneios preparatórios. As seleções, pois, mal existem como equipes entrosadas.
Os principais jogadores do mundo atuam em times europeus. As transferências de atletas são tão antigas como a primeira Copa. Mas começaram a se tornar rotina nos anos 1980. Passaram ao estágio de livre comércio em 1995. O negócio agora em parte regride a algo parecido ao estabelecimento de feitorias coloniais. Em vez de pagar caro por jogadores prontos e famosos, clubes europeus adquirem atletas juvenis e infantis. Ou criam centros de recrutamento e treino de crianças em países das Américas e da África.
A seleção brasileira de 1982 foi a primeira a contar com jogadores "estrangeiros", que jogavam no exterior: 3 de 22. A de 1990 inaugurou a maioria de "estrangeiros": 12 de 22, como a de 1994. Nas de 2006, 20 de 23 eram estrangeiros. Como o time desta Copa de 2010.
Desde 2002, o Brasil "vende" em média cerca de 800 jogadores por ano. Quase 60% da exportação destina-se à Europa. Na Inglaterra, 59% dos jogadores são estrangeiros. Em Portugal, 54%. Na Alemanha, 52%. Itália, 40%. Espanha, 37% (dados de 2008, do Professional Football Players Observatory).
A internacionalização dos times europeus foi impulsionada por uma decisão da Corte de Justiça Europeia, de 1995, liberando os times de cotas para jogadores estrangeiros e dando cabo de contratos que contrariavam a lei europeia de livre fluxo de trabalhadores. Pelo mundo, seguiram-se medidas que abririam o mercado de atletas e os libertariam da propriedade dos clubes.
A mundialização deveu-se ainda ao crescimento do negócio europeu do futebol, favorecido em especial pela alta da renda publicitária. Oligopólios transnacionais pagam cada vez mais para aparecer em transmissões planetárias.
Cada vez mais cedo, atletas submetem-se a rotinas de treinamento e práticas de otimização de resultados muito similares. Fazem-no em campos europeus, segundo técnicas e tradições esportivas do continente, ou lá adaptadas. Antes da "mundialização", os atletas diferenciavam sua maneira de jogar graças à heterogeneidade cultural no modo de encarar o jogo.
Guerra e paz na África
Neste domingo de nossa guerra particular contra a Costa do Marfim, um pouco do pacifista marfinês Alpha Blondy cantando "Peace in Liberia" (país ao lado do seu).
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Faltou muita coisa no programa tucano
A iluminação, fotografia, trilha, tudo muito bom. O Serra foi bem dirigido. A escolha de saúde e educação foi óbvia, mas bem feita. Falar do seguro-desemprego, em época de redução do desemprego, não foi muito bom, e falar de segurança, menos ainda, porque, afinal, o Governo Serra em São Paulo foi bem fraco nessa área. O slogan de pré-campanha “pode mais” não é lá essas coisas, mas quebra o galho. Esconder o Fernando Henrique foi uma das virtudes do programa – mas todos sabem que isso vai ser mais difícil durante a campanha propriamente dita.
Faltaram duas coisas (que estão muito ligadas entre si): mais emoção e Lula. Sem isso, por melhor que tente ser, o programa despenca. Não é Fernando Henrique nem Serra que o povo quer. O que o povo brasileiro quer é manter as conquistas sociais e econômicas e, acima de tudo, a autoestima que o Governo Lula garantiu e não apareceu no programa.
Em outras palavras, faltou tudo.
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quinta-feira, 17 de junho de 2010
Bola abaixo
(Clique para ampliar)
O representante da FIFA, promovendo a Jabulani, disse que estavam fazendo uma bola para aumentar a média de gols no futebol. Mas desde que as bolas começaram a se tornar mais leves e velozes as médias de gols por partida nas Copas do Mundo tem diminuído. Os técnicos descobriram o óbvio: contra os poderosos chutões, retrancas cada vez maiores. Como é mais difícil o domínio das bolas mais leves, fica também mais difícil o uso do drible para abrir os ferrolhos. Tudo leva a crer que a Jabulani vai reduzir ainda mais as médias de gols. Pelo menos foi o que aconteceu até ontem, com média de 1,65 gol em 17 partidas. Clique para ler também meus posts de de 2006: aqui, aqui, aqui e aqui.
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quarta-feira, 16 de junho de 2010
Brasil jogou feio, mas jogou bem
Já disse que preferia o time do Santos. Mas ontem o dunguismo foi fundamental. A Coreia do Norte entrou para garantir o zero a zero e fez isso muito bem – auxiliada pela Jabulani. Jogo difícil, por causa da defesa cerrada e a bola leve e rápida, de domínio mais difícil e direção incerta. Partida muito bem jogada, onde o Brasil acabou se dando bem graças à “ajuda” da Jabulani no chute de Maicon: a bola se “inclinou” na direção do gol.
Falam que a Coreia do Norte é a seleção mais fraca, mas acredito que terá sido a mais difícil da primeira fase. Em 66, empatou com o Chile em 1 a 1, venceu a Itália por 2 a 1, foi para a segunda fase e acabou em oitavo.
Quero lembrar ainda que, em 2002, vencemos o primeiro jogo, contra a Turquia, por 2 a 1, graças a um pênalti que não houve em Luizão.
Estatística dos gols
- Desde 1958, a média de gols não ultrapassa 3 por partida.
- A média por partida em 1990 foi a pior: 2,21.
- Os 13 primeiros jogos de 1990 tiveram a média de 2,23 gols.
- Os 13 primeiros jogos desta Copa tiveram a média de 1,77.
- Com o jogo do Brasil, a média passou para 1,86 gols por partida.
terça-feira, 15 de junho de 2010
Posso estar enganado, mas essa notícia tem dedo do Lula
PSB rompendo com o PT, sem mais nem menos? Só tem duas explicações. Ou o Lula entrou pra valer para tirar a candidatura de Crivella ao Senado do isolamento em que se encontrava ou Alexandre Cardoso, que tem base na Baixada Fluminense, está incomodado com a presença de Lindberg na região. Talvez as duas opções estejam corretas. Mas com certeza Lula ficará feliz com esse apoio a Crivella.
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segunda-feira, 14 de junho de 2010
Jingles das campanhas: o eu e os nós
Ouvi hoje os jingles das campanhas de Serra e Dilma e confesso que fiquei chocado. Eles retratam exatamente a campanha polarizada que temos aí, os dois brasis – o Brasil de poucos contra o Brasil de muitos. Aliás, os jingles vão mais longe – é o Brasil de um contra o Brasil de todos.
O contraste serve para mostrar o nó em que se encontra a campanha tucana, completamente perdida no seu posicionamento – não sabe qual é pior, ser Lula ou anti-Lula. As oposições (epa!) começam nos títulos: “Eu quero Serra” X “Dilma brasileira”. A letra de Serra é uma egotrip monumental: “eu sou melhor”, “eu sou competente”, “eu quero”, “eu quero”, “eu quero”. Tudo isso com um ritmo de confronto, de guerra.
O lado da Dilma mostra o oposto. É plural, coloca Lula e o povo brasileiro (sinônimos) como sujeitos da letra. Fala em “Brasil querido”, “Brasil do povo”, “o nosso amor”, “a mulher e sua força verdadeira”. A música é envolvente, de paz.
As diferenças são gritantes. E mostram que a oposição só tem um modo de desatar os seus nós: desatando antes o eu de seu candidato...
Ouça e leia as letras.
Eu quero Serra
Serra porque é bom
Serra porque faz
Serra porque sabe
Como avançar mais
Serra porque é
Correto e boa gente
Serra porque é
O mais competente
Agora é Serra
Pra cuidar dessa nação
Agora é Serra
Pra cuidar da gente
Eu quero Serra
Não tem comparação
Eu quero Serra
Nosso presidente
Serra porque é
O mais preparado
Serra porque tem
Um caminho pro futuro
Serra porque sempre
Teve do meu lado
Serra porque eu quero
O melhor e mais seguro
Quero, eu quero...
Eu quero Serra
Dilma brasileira
Meu Brasil querido
Vamos em frente
Sem voltar pra trás
Pra seguir mudando
Seguir crescendo
Ter muito mais
Meu Brasil novo
Brasil do povo
Que o Lula começou
Vai seguir com a Dilma
Com a nossa força
E com o nosso amor
Ela sabe bem o que faz
Ela já mostrou que é capaz
Ajudou o Lula a fazer pra gente um Brasil melhor
Lula tá com ela
Eu também tô
Veja como o Brasil já mudou
Mas a gente quer mais
Quer mais e melhor
É com a Dilma que eu vou
É a mulher e sua força verdadeira
Eu tô com Dilma
Uma grande brasileira
É a mulher e sua força verdadeira
Eu tô com Dilma
Uma grande brasileira
Lula tá com ela
Eu também tô
Veja como o Brasil já mudou
Mas a gente quer mais
Quer mais e melhor
É com a Dilma que eu vou
Lula tá com ela
Eu também tô
Eu também tô
Veja como o Brasil já mudou
Mas a gente quer mais
Quer mais e melhor
É com a Dilma que eu vou
domingo, 13 de junho de 2010
Até Elio Gaspari critica as abutrinagens da notícia
Na última quarta-feira, critiquei aqui no Blog (Os abutres da notícia) a rapinagem que a grande mídia costuma fazer no seu afã ani-Lula e usei como exemplo as notícias sobre os 9% do PIB. Hoje Elio Gaspari também faz seu protesto sobre o uso e abuso de conjunções adversativas que têm o objetivo único de alterar a informação original.
Coca do Mundo 2010
Por enquanto, o futebol está uma droga. Que confirmem o goleiro inglês e a decepcionante Argentina. O que salva mesmo é a África de Mandela. Para ouvir nesse domingo, vamos a esse comercial da Coca Cola. E para compensar, no final vamos a um anti-comercial engraçado.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Viva a Copa da África! Viva Mandela!
Frango com iogurte X Bife com danone – qual a diferença?
A candidata petista Dilma Roussef declarou ontem, destacando os avanços do Governo Lula, que o povo, hoje, tem acesso a consumir alimentos que antes não tinha, e cita como exemplo o “bife e os danones”. A mídia tratou de lembrar que em 96 Fernando Henrique citou o frango e o iogurte como símbolos de uma nova realidade do país sem inflação.
A lembrança é muito boa, menos pelas semelhanças entre as citações e mais pelas diferenças: na era FHC, junto com o frango e o iogurte, o povo brasileiro teve que engolir desemprego, o título de campeão mundial das privatizações, fracasso na agricultura, humilhação na política internacional, etc., etc.,etc. Imagina se, além disso tudo, o Brasil de FHC tivesse que enfrentar a crise mundial que o Governo Lula enfrentou. A nossa mídia sentiria no estômago a diferença entre tsunami e marolinha...
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quarta-feira, 9 de junho de 2010
Os abutres da notícia
Não precisamos ir longe para perceber que a nossa mídia, impregnada pelo oposicionismo aloprado, só quer ver destruição. O Brasil acaba de apresentar 9% de crescimento do PIB do primeiro trimestre de 2010, comparado com o primeiro trimestre de 2009. Isso é bom ou ruim? Não é bom, não – é estupendo! Mas o que faz a nossa mídia? Em vez de comemorar, estimula o medo da inflação, o medos dos juros altos, o medo de um PIB menor nos próximos meses, o medo de queda de consumo, etc. Tudo óbvio – e que obviamente contará com o controle do Governo. Para a mídia, o que importa é ser do contra.
Outro nessa linha é Cesar Maia, um “contra” de primeira, que escreveu no Ex-Blog de ontem: “o tão decantado crescimento do PIB do Brasil em 2010 se esquece que em 2009, especialmente nos primeiros meses, o PIB decresceu”. É verdade, decresceu 0,8%. Mas ele (e todo mundo) esquece de falar que na época a expectativa era de decrescer 3%. Esquece também que o primeiro trimestre de 2009 caiu 0,8% sobre o primeiro trimestre de 2008 – que tinha crescido 5,8% sobre o primeiro trimestre de 2007! E por aí vai. Mas nada disso conta para a mídia tresloucada que, antes mesmo de dar a notícia, quer acabar com ela.
É bom a Dilma ir se preparando para os próximos 8 anos desse abutrismo.
A imagem do abutre foi tirada do blog “Ninho d’Aninha”.
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terça-feira, 8 de junho de 2010
Expectativa com relação ao Brasil na Copa caiu... entre os mexicanos
Em 2006, 32% dos mexicanos consideravam o Brasil favorito para ganhar a Copa. Hoje o Brasil ainda é o favorito, mas a expectativa caiu para 23%. Depois aparece a Espanha, com 9% (há quatro anos, nem era mencionada...).
Ronaldinho, apesar de não ter sido convocado, ainda é um dos três jogadores mais mencionados, junto com Cristiano Ronaldo e Messi.
São alguns dados da pesquisa do instituto mexicano Mitofsky.
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Má notícia para Serra em Minas: aberta a temporada para o “Dilmasia”
O candidato José Serra perdeu duas vezes, ontem, com a decisão do PT apoiar Helio Costa, do PMDB, para o Governo de Minas. Perdeu, primeiro, porque viu fortalecer ainda mais a aliança dos dois principais partidos da base do Governo. E perdeu também porque com o peemedebista na cabeça da chapa ficou mais fácil para Aécio explorar o voto “Dilmasia” – Dilma (PT) para Presidenta e Anastasia (PSDB) para Governador.
Creio que era exatamente o que Aécio esperava para derrotar de vez o tucanato paulista. Em 2002, Lula teve, no primeiro turno, 53% dos votos, contra 23% de Serra. Em 2006, teve 51% contra 41% de Alckmin. Agora em 2010, Dilma provavelmente ultrapassará os 55% - graças ao apoio de Lula e ao apoio (in)disfarçado de Aécio.
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segunda-feira, 7 de junho de 2010
Túnel Rio-Niterói: deu no Globo... há 50 anos!
Reportagem do Globo de 7 de junho 1960:
O presidente do Comitê Pró-Construção do Túnel Rio-Niterói, Sr. Djalma Nunes, entregou ontem ao governador estudo sôbre a locação da bôca do túnel no Calabouço, do qual constam esquemas de um trevo submarino, o primeiro do mundo, que se destina a distribuir os veículos, procedentes de Niterói, para as zonas Sul e Norte do Rio. Os primeiros entrarão diretamente na Avenida Beira-Mar e nas pistas em construção no atêrro do Flamengo; os da Zona Norte ganharão a Avenida Perimetral.
Era outro mundo ... mas tudo igual. Na mesma edição podemos ver:
Apesar do desmentido do Sr. Abelardo Jurema, dizendo que jamais foi cogitada a anunciada “conferência de cúpula”, confirma-se agora que ela estava realmente sendo preparada. A citada conferência não foi realizada por ter o Sr. Jânio Quadros e recusado a participar da mesma. O sr. Silva Prado seguiu hoje para Brasília, a fim de expor ao ministro da Justiça as razões do Sr. Jânio Quadros, ficando desta forma superados os entendimentos em tôrno da escolha do candidato único. A renúncia de Lott e Ademar seria a nova fórmula com o lançamento de um terceiro candidato, o sr. Tancredo Neves, que teria o apoio do PSP, PTB, PSD, PR, PRP e PRB, além de considerável parcela da UDN.
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domingo, 6 de junho de 2010
Lembrete de Elio Gaspari sobre o bloqueio israelense
Da coluna de Elio Gaspari, hoje na Folha e no Globo:
EREMILDO, O IDIOTA
Eremildo é um idiota e jura que já viu o filme de um navio tentando chegar a Israel. Em 1947 a organização Aliya Belt, apoiada por combatentes da Haganah, embarcou no porto de Marselha 4.500 judeus que pretendiam entrar ilegalmente na Palestina. O barco chamou-se Exodus.
A Marinha inglesa interceptou o navio, matou três e feriu trinta imigrantes. A viagem terminou no porto de Hamburgo, de onde os judeus foram levados para dois campos de refugiados. Mais tarde, quase todos chegaram a Israel.
A comovente história do Exodus virou romance e, no cinema, Paul Newman viveu o papel de Yossi Harel, o comandante do barco. Ele morreu em 2008, em Jerusalém.
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Fernando Henrique parece que veio de outro mundo
Muito bom de ler – para melhor conhecer – esse artigo que Fernando Henrique publicou hoje no Globo, “Política externa responsável”. Logo no primeiro parágrafo encontramos termos como “basófias” e “bordão” que dão a certeza de que se trata de documento de outra época somente agora revelado.
Avançando na leitura, encontramos o relato óbvio de que nossa diplomacia sempre defendeu os valores democráticos, a busca pela paz entre as nações, sua igualdade jurídica e nossos interesses econômicos.
Em seguida, o texto parece procurar se justificar com o Terceiro Mundo – que sempre foi o nosso mundo – ao dizer que “não nos distanciamos do que então se chamava de Terceiro Mundo. Se não nos juntamos propriamente ao grupo dos ‘não alinhados’, dele sempre estivemos próximos”.
Depois, um trecho que parece inexplicável: “nunca nos solidarizamos com o grito de “delenda Israel”, nem com as afrontas de negação do Holocausto”. Fernando Henrique pretende com isso acusar o Governo Lula de fazer algo que nunca fez. E a partir daí percebemos que se trata de um texto vindo de outra época, carregado de ego, que (apesar de citar atitudes soberanas e óbvias tomadas pelo Brasil no Governo passado) veio ao nosso mundo defender algo inteiramente superado que é o atrelamento incondicional do Brasil aos interesses americanos.
A questão central é o sucesso e a projeção do Brasil na elaboração do Acordo Nuclear de Teerã. Fernando Henrique, por vaidade e por ideologia, não aceita o acordo e se apresenta descalço lado a lado com Hillary Clinton. Ele – que além de Presidente foi Ministro das Relações Exteriores – parece querer dar aulas ao peão Lula dizendo que “o xis da questão (...) seria a obtenção pelo Brasil e pela Turquia de garantias mais efetivas de que tal (a fabricação da bomba no Irã) não acontecerá”. Esquece (como fez Hillary) que a garantia que Brasil e Turquia obtiveram foi a mesma exigida por toda a comunidade internacional. Além disso, é impossível garantia total e o melhor que se pode fazer – como deixam claro todos os analistas – é tentar recuperar a confiança entre as partes. O Governo Hillary Clinton não está interessado nisso. Exige que o Irã tire os sapatos e se “agache”. Coisa que não exige de Israel, que nem mesmo assinou o Tratado de Não-Proliferação Nuclear.
Ao final, analisando bem o alfarrábio produzido por Fernando Henrique, podemos concluir que o sucesso de Lula – seja na política internacional, seja na política interna e principalmente no processo eleitoral – parece que lhe faz doer os calos. E em política, como ele mesmo diz, “così è (se vi pare)”.
Política externa responsável
A despeito das bazófias presidenciais que, vez por outra, voltam ao bordão de que “hoje não nos agachamos mais” perante o mundo, se há setor no qual o Brasil ganhou credibilidade e, portanto, o respeito internacional, foi o das relações exteriores. Elas sempre foram orientadas por valores e estiveram intransigentemente fincadas no terreno do interesse nacional. A demagogia presidencial não passa de surto de ego deslumbrado, que desrespeita os fatos e mesmo a dignidade do país.
Com exceção dos flertes com o totalitarismo europeu durante o Estado Novo, sempre nos orientamos pela defesa dos valores democráticos, pela busca da paz entre as nações, por sua igualdade jurídica e pela defesa de nossos interesses econômicos. Com toda a dificuldade do período da Guerra Fria — quando os governos militares se opuseram ao mundo soviético e a seus aliados —, não nos distanciamos do que então se chamava de Terceiro Mundo. Se não nos juntamos propriamente ao grupo dos “não alinhados”, dele sempre estivemos próximos. Terminada a Guerra Fria, restabelecemos relações com os países do campo socialista, Cuba e China à frente, voltamos a estar mais ativamente presentes na África, apoiamos o Conselho de Segurança nos conflitos entre Israel e a Palestina, sustentamos a posição favorável à criação de “dois Estados” e o respeito às fronteiras de 1967, e nunca nos solidarizamos com o grito de “delenda Israel”, nem com as afrontas de negação do Holocausto.
Seguindo esta mesma linha, assinamos o Tratado de Não Proliferação de Armas Atômicas (TNP), com ressalvas quanto à manutenção dos arsenais pelos “Grandes”, fomos críticos das invasões unilaterais no Iraque e só aceitamos a intervenção no Afeganistão graças à supervisão das ações bélicas pela ONU. A reação ao unilateralismo foi tanta que, em discurso na Assembleia Nacional da França, cheguei a aludir à similitude entre o unilateralismo e o terrorismo, provocando certo malestar em Washington. Procedemos de igual modo na defesa de nossos interesses como país em desenvolvimento. No dia em que se publicarem as cartas que dirigi aos chefes de Estado do G-7, ver-seaacute; que predicávamos desde então maior regulação financeira no plano global e maior controle do FMI e do Banco M u n d i a l p e l o s p a í s e s emergentes. Reivindicamos nossos direitos comerciais na OMC, a começar pelo caso do algodão, e, no caso das patentes farmacêuticas, defendemos vitoriosamente em Doha o ponto de vista de que a vida conta mais que o lucro.
Todas estas políticas tiveram desdobramentos positivos no atual governo.
Temos, portanto, credenciais de sobra para exercer uma ação mais efetiva na condução dos negócios do mundo. A hegemonia norte-americana vem diminuindo pelo fortalecimento econômico dos Brics (metáfora que abrange não só os quatro países, mas vários novos atores econômicos), especialmente da China, pela presença da União Europeia, e também vem sendo minada pelas rebeliões do mundo árabe e muçulmano, como o próprio governo Obama reconhece. É natural, portanto, que o Brasil insista em sentar à mesa dos tomadores de decisões globais. Sendo assim, por que a celeuma causada pela tentativa de acordo entre Irã e a comunidade internacional empreendida pelo governo brasileiro? Há duas ordens distintas de questões para explicar o porquê de tanto barulho. A primeira é a falta de clareza entre a ação empreendida e os valores fundamentais que orientam nossa política externa. A segunda é a forma um tanto retórica e pretensiosa que ela vem assumindo.
Quanto ao primeiro ponto, como compatibilizar o repúdio às armas nucleares com a autonomia decisória dos povos? Esta abrange inclusive o direito ao conhecimento de novas tecnologias, mesmo as “duais”, que tanto podem ser usadas para a paz como para a guerra. Em nosso caso, conseguimos, por exemplo, dominar a técnica de foguetes propulsores de satélites (e quem lança satélite pode lançar mísseis). Ninguém desconfia, entretanto, de que a utilizaremos para a guerra, até porque obedecemos às regras do acordo internacional que regula a matéria. Do mesmo modo, dominamos o ciclo completo de enriquecimento do urânio. Mas não cabem dúvidas de que não estamos fazendo a bomba atômica, não só porque nossa Constituição proíbe, mas porque inexistem ameaças externas e porque submetemos o enriquecimento do urânio (guardado o sigilo da tecnologia usada) ao duplo controle de um tratado de fiscalização recíproca com a Argentina e da Agência Internacional de Energia Atômica.
É precisamente isso que falta no caso do Irã: a confiabilidade internacional nos propósitos pacíficos do domínio da tecnologia.
E é isso que o governo americano alega para recusar a intermediação obtida, ao reafirmar que a quantidade de urânio já disponível, mesmo descontada a quantidade a ser remetida para enriquecimento no exterior, permitiria a fabricação da bomba. O xis da questão, portanto, seria a obtenção pelo Brasil e pela Turquia de garantias mais efetivas de que tal não acontecerá.
Deixando de lado as alegações recíprocas sobre se houve o estímulo americano à ação intermediadora (que, para quem quer ter uma posição independente na política externa, é de somenos), uma ação eficaz para evitar o confronto e as sanções — posição coerente com nossa tradição negociadora — deveria buscar desfazer a sensação da maioria da comunidade internacional de que o governo iraniano está ganhando tempo para seguir em seus propósitos nucleares.
Neste ponto, a retórica dos atores brasileiros parece ter falhado.
O levantar de mãos de Ahmadinejad e Lula, à moda futebolística, e as declarações presunçosas do presidente brasileiro passando a impressão de que havíamos dado um drible nas “grandes potências”, digno de Copa do Mundo, reforçaram a sensação de que estaríamos (no que não creio) nos bandeando para o “outro lado”. E em política internacional, mais do que em geral, così è (se vi pare).
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John Zorn, Naked City
Um pouco da Naked City, para esse domingo de final de feriadão, com as grandes cidades ainda nuas.
sábado, 5 de junho de 2010
Ibope confirma: Pontuação Acelerada de Crescimento para Dilma
(Clique no gráfico para ampliar)
Até o Ibope agora confirma o crescimento acelerado da candidata Dilma e a estagnação absoluta de Serra e Marina.Pela primeira vez no histórico do instituto desde setembro do ano passado Dilma chega à liderança. O medo que me revelaram alguns petistas é que agora os tucanos resolvam trocar o candidato. Mas trocar por quem e pra quê?
Coloquei antes o histórico incluindo Ciro Gomes. Aqui é o histórico sem Ciro. Os dois dizem a mesma coisa: Dilma tem crescimento acelerado.
Coloquei antes o histórico incluindo Ciro Gomes. Aqui é o histórico sem Ciro. Os dois dizem a mesma coisa: Dilma tem crescimento acelerado.
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“It’s Lula, stupid!”, diria James Carville
Há um ano atrás, em debate na PUC do Rio, o marqueteiro Chico Santarrita em certo momento especulou (mais ou menos) sobre o futuro tema da campanha de Dilma, como se fosse uma questão ainda a ser pesquisada. Não me contive e disse: “O tema já existe – é Lula”.
Hoje, na Folha, Cesar Maia escreve bom artigo sobre marketing político, “Razões do voto e medo”, onde basicamente fala sobre a necessidade de as pesquisas qualitativas determinarem as associações entre atributos e razões de voto. Bom artigo. Ele critica a “visão quantitativa” que predomina na maioria das pesquisas qualitativas, expõe, com clareza, que não basta identificar as boas qualidades atribuídas a um candidato, mas também se essas qualidades são suficientes para motivar o voto. Lembra a frase famosa do estrategista James Carville, durante a campanha de Clinton contra Bush Pai, em 92, quando identificou o que realmente estava motivando o voto: “It´s the economy, stupid!”
A falha de Cesar Maia (compreensível) está na sua conclusão de que esse estudo sobre a razão do voto “já deveria ter sido feito pelas campanhas”. A campanha de Dilma já fez o estudo: “É Lula, Oposição!”
Veja o texto completo:
Razões do voto e medo
As pesquisas eleitorais são reiterativas sobre intenção de voto e deveriam servir para que as equipes de campanha avaliassem as razões - positivas e negativas - que levam os eleitores a decidir votar. Não é um processo simples. Essas perguntas não são óbvias. A pesquisa qualitativa - de muito difícil avaliação - é quase sempre tratada com a mesma ótica da pesquisa quantitativa. Os institutos que as fazem querem tirar conclusões sobre probabilidade de voto e destacar uma ou outra expressão a ser usada pela campanha ou respondida. Uma utilidade seria preparar perguntas para as pesquisas quantitativas e, com esta combinação, tirar conclusões. Mas há outra questão ainda mais complexa. Se o eleitor atribui a um candidato qualidades maiores que as do outro, deve-se perguntar se é esta uma razão de voto. O Datafolha listou atributos e pediu que o eleitor indicasse o candidato que mais se aproxima deles. Destacou o candidato da oposição como o mais experiente, inteligente, realizador, preparado para ser presidente, próximo aos ricos... Já na candidata do governo, destacou ajudar os pobres e as mulheres, embora entre as mulheres ela perca na intenção de voto. E 18% dizem que a candidata verde defenderá os pobres, embora tenha quase a metade disso em intenção de voto. O eleitor tende a fazer o voto útil e, mesmo que priorize esse atributo, tende a não transformar isso em voto se ela não tiver chance. Esses pontos são importantes, mas não necessariamente decidem o voto. As equipes de campanha devem analisar qual é a agenda vencedora no imaginário do eleitor. Um caso clássico é o da primeira eleição de Clinton a presidente. Numa lista de 40 questões, Clinton só vencia em uma: a economia. Sua equipe de campanha a testou como razão de voto e surpreendeu-se com a correlação. A partir daí, nas reuniões com os multiplicadores de campanha, Carville (coordenador de comunicação) gritava: "É a economia, estúpido!". E foi. A razão de voto pode ser positiva ou negativa. As ruas funcionam como uma pesquisa qualitativa. Uma mesma expressão usada em três pontos completamente diferentes de uma cidade quase sempre significa que dezenas de milhares de pessoas pensam da mesma maneira. Em seguida, deve-se avaliar se é razão de voto e então incluir em uma pesquisa quantitativa. É esse estudo (que já deveria ter sido feito pelas campanhas) de investigação das duas ou três razões de voto que construirá a agenda a ser priorizada na comunicação via mídia e, principalmente, na comunicação direta, nas ruas e reuniões, de forma a acelerar os fluxos de "opinamento" - a favor de si e contra o adversário.
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sexta-feira, 4 de junho de 2010
O jornal russo Pravda fez o oposto do que nossa mídia faz: rasgou-se em elogios ao Brasil de Lula
Com o título de “Brasil: o gigante desperta” (na versão em inglês “Brazil: the giant awakens”), o russo Pravda publicou nessa quinta um artigo destacando as grandes conquistas econômicas, sociais e diplomáticas do Brasil de Lula. “Apesar de seus imensos recursos naturais, de seu amplo mercado interno e um sólido sistema de educação pública, esse colosso latino americano patinava em um mar de má gestão e incompetência – até que chegou Lula”, diz o texto de Timothy Bancroft-Hinchey.
O artigo fala da dívida com o FMI de 30 bilhões de dólares herdada de Fernando Henrique e que foi quitada bem antes do vencimento. Fala que o Brasil é a locomotiva da economia latinoamericana, que tornou-se personagem-chave no mundo diplomático e que tem influência crescente em vários mercados globais. Fala também do PAC, da nova classe média, da Copa 2014, da Rio 2016, e da contribuição de Lula por um mundo multipolar, valorizando o BRIC e o G20. Destaca que estão sendo criadas as condições para que a economia brasileira supere (até 2036) as da Itália, da France e do Reino Unido. Ah, sim, e fala do sucesso brasileiro no acordo de Teerã.
Quem poderia imaginar que um dia seria preciso ler jornal russo para termos boas notícias sobre o Brasil...
O artigo fala da dívida com o FMI de 30 bilhões de dólares herdada de Fernando Henrique e que foi quitada bem antes do vencimento. Fala que o Brasil é a locomotiva da economia latinoamericana, que tornou-se personagem-chave no mundo diplomático e que tem influência crescente em vários mercados globais. Fala também do PAC, da nova classe média, da Copa 2014, da Rio 2016, e da contribuição de Lula por um mundo multipolar, valorizando o BRIC e o G20. Destaca que estão sendo criadas as condições para que a economia brasileira supere (até 2036) as da Itália, da France e do Reino Unido. Ah, sim, e fala do sucesso brasileiro no acordo de Teerã.
Quem poderia imaginar que um dia seria preciso ler jornal russo para termos boas notícias sobre o Brasil...
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Nova pesquisa UP no Rio mostra liderança de Sérgio Cabral e ainda aponta possibilidade de vitória no primeiro turno
O Blog do Garotinho divulgou hoje pesquisa do Instituto UP (Ulrich Pesquisa) com 2.000 entrevistas, com 2,2 pontos percentuais de margem máxima de erro, que teria sido realizada entre os dias 20 e 22 de maio – não encontrei seu registro no T.R.E.
A pesquisa, em contraste com a divulgada pelo Ibope (onde antes trabalhava o Herich, dono do Instituto UP), apontaria Sérgio Cabral (37%) com apenas 12 pontos à frente de Garotinho (25%) e 22 pontos à frente de Gabeira (15%).
No Ibope, Sérgio Cabral aparece com 43% contra 33% na soma de Garotinho (21%) e Gabeira (12%). Sérgio Cabral teria 57% dos votos válidos, configurando vitória no primeiro turno, mesmo com a margem máxima de erro de 3,4% (812 entrevistas).
No UP, Sérgio Cabral aparece com menos de 48% dos votos válidos, mas podendo ter mais de 50% dentro da margem de erro, o que também configuraria possibilidade de vitória já no primeiro turno.
A grande diferença entre as duas pesquisas está nas intenções de voto para Sérgio Cabral.
NOTA: a pesquisa foi registrada, sim, no dia 28/05, sob nº36013/2010.
NOTA: a pesquisa foi registrada, sim, no dia 28/05, sob nº36013/2010.
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quinta-feira, 3 de junho de 2010
A Pesquisa Ibope e o segundo turno no Rio de Janeiro
(Clique no gráfico ara ampliar)
Faz quase um ano que falo aqui no Blog que são grandes as chances de Sérgio Cabral (PMDB) vencer a eleição para Governador já no primeiro turno. E de lá pra cá veja o que aconteceu – as chances ficaram maiores... Os candidatos à vaga diminuíram e Sérgio Cabral tem subido em todas as pesquisas. Lembro que em fevereiro, em uma simulação de votos válidos, Sérgio Cabral tinha 40% contra 40% da soma de Garotinho (PR) e Gabeira (PV). Hoje, segundo a pesquisa Ibope que saiu essa semana, ele tem cerca de 56,6% contra cerca de 43,4%. O curioso é que vejo alguns analistas dizendo que não há motivos para comemorar, baseados em elementos muito fracos.
Claro que nada é impossível, mas é cada vez mais difícil vislumbrar o segundo turno. Cesar Maia (DEM) dizia que o teto de Sérgio Cabral seria 30% - mas ele já está com 43% no Ibope (soube que há outra não registrada em que ele aparece com 44%), e lá atrás o Instituto Mapear chegou a apresentar 47%.
Falam que Garotinho, tornando-se elegível, pode levar a eleição para segundo turno por causa de seu voto popular e maioria no Interior. Mas esquecem que um elegível sub judice perde muita força (que já não está tão grande). É verdade que Garotinho é político extremamente hábil, grande comunicador, cheio de cartas na manga. Mas que por outro lado tem muitos senões. Já não lidera no Interior, porque não tem mais a máquina nas mãos. E também já não reina absoluto no povão, porque a transferência dos votos de Lula nesse segmento será para Sérgio Cabral. Além disso, Garotinho está isolado, com pouquíssimo tempo no Horário Eleitoral.
Gabeira talvez tivesse mais condições de crescer, por causa da Zona Sul e do bom tempo no Horário Eleitoral. Mas por ter-se aliado a Serra terá que enfrentar a enxurrada de votos lulistas que desaguarão na candidatura peemedebista. Além disso, terá que resolver o imbróglio interno, com Syrkis para um lado, Cesar Maia para outro, Marina pra outro, o PPS pra outro e Zito pra outro.
Isso tudo sem falar do acerto na política de segurança, das obras do PAC, do Pré-sal, da Rio 2016, da melhoria na saúde, transportes, ações sociais, etc, etc - sem falar de um sentimento otimista que se espalha.
Claro que ninguém é louco de apostar 100% em qualquer resultado de uma eleição que acontecerá daqui a quatro meses. Mas não tem sentido inventar tromba d’água em um cenário ensolarado como esse. Vitória no primeiro turno é o que mais se vê no horizonte.
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Rachel Corrie resiste
Anos atrás, Rachel Corrie, jovem pacifista americana, decidiu viajar para Israel e juntar-se ao grupo palestino Movimento Internacional da Solidariedade. Começou a participar, com essa associação, de ações para bloquear as escavadoras israelenses que tentavam derrubar as casas de "kamikazes" e de seus familiares, nos territórios palestinos.
No dia 15 de março de 2003, em uma ação em Rafah, na fronteira de Gaza, Rachel sentou-se no caminho de um desses tratores.
O tratorista viu que ela estava ali, mas não interrompeu sua marcha e passou por cima de Rachel.
Os companheiros tentaram parar a escavadora, mas nada mais pôde ser feito.
(informações do Dia de Fúria - Afamaran)
O barco Rachel Corrie, de bandeira irlandesa, continua a luta. Nesse momento dirige-se para Gaza, tentando romper o bloqueio israelense e levar ajuda humanitária aos palestinos.
quarta-feira, 2 de junho de 2010
Nota de parabéns
Hoje, o avô materno de meu filho Hayle, Embaixador Geraldo Holanda Cavalcanti, tornou-se imortal. Passou a ocupar a Cadeira nº29 da Academia Brasileira de Letras.
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Pesquisa Ibope RJ comprova: acelerou a transferência de votos de Lula para Dilma
(Clique no gráfico para ampliar)
Passaram-se apenas 2 meses de uma pesquisa Vox Populi no Rio de Janeiro que apontava Dilma com 29 e Serra com 28 (além de Ciro 16 e Marina 9). Na época, quando Dilma era associada a Lula o quadro mudava para Dilma 35 e Serra 26 (Ciro 13 e Marina 9).
No mês passado, o mesmo Vox Populi apontou Dilma 35, Serra 22 e Marina 11 – agora sem precisar fazer a relação de Lula e Dilma no questionário, mostrando que tinha começado a aumentar a identificação entre eles.
E agora o Ibope mostra um processo ainda mais acelerado: Dilma 44, Serra 27 e Marina 11.
O curioso é notar que, desde março, praticamente não houve grande alteração nos índices nem de Serra nem de Marina. Foi Dilma que cresceu com a força da transferência dos votos de Lula. Provavelmente, Serra começará a cair.
No mês passado, o mesmo Vox Populi apontou Dilma 35, Serra 22 e Marina 11 – agora sem precisar fazer a relação de Lula e Dilma no questionário, mostrando que tinha começado a aumentar a identificação entre eles.
E agora o Ibope mostra um processo ainda mais acelerado: Dilma 44, Serra 27 e Marina 11.
O curioso é notar que, desde março, praticamente não houve grande alteração nos índices nem de Serra nem de Marina. Foi Dilma que cresceu com a força da transferência dos votos de Lula. Provavelmente, Serra começará a cair.
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Nota triste
Cléo Octávio Pereira, avô materno de minha filha Maíra, morreu hoje em Brasília.
terça-feira, 1 de junho de 2010
O principal alvo do ataque israelense foram os Estados Unidos
Vamos deixar claro uma coisa: os dirigentes israelenses são truculentos, mas não são burros. Eles estavam carecas de saber que o mundo inteiro condenaria a matança que fizeram na Flotilha da Liberdade, e não se preocuparam com isso. A grande preocupação israelense é com a posição americana que, ultimamente, tem desagradado a seus interesses.
A Estratégia de Segurança da Era Obama não está afinada com Israel. Os Estados Unidos procuram acabar com os conflitos no Oriente Médio e empurrá-los para o Extremo, mais para perto da China. Cedo ou tarde, os Estados Unidos forçarão a criação do Estado Palestino e até mesmo chegarão a um acordo com o Irã. Para manter o poder em mundo de perfil mais multipolar, Obama sabe que é melhor perder alguns anéis (mesmo sendo valiosos) a perder as garras. Esse novo quadro causa preocupação a Israel, cercado de árabes, turcos e iranianos por todos os lados. Teme perder terreno e água (o Rio Jordão, em território Palestino), teme pela sobrevivência. Mas Israel conta com um grande aliado: o eleitorado americano.
Dia 2 de novembro é dia da Declaração de Balfour, feita pelos ingleses, em 1917, sob inspiração sionista, determinando a criação de um “lar” para o povo judeu, em pleno território palestino. Também no próximo 2 de novembro ocorrerá mais uma dramática eleição americana, renovando toda a Casa dos Deputados e um terço do Senado. Obama, evidentemente, aposta tudo em uma vitória dos Democratas. Mas sabe que isso significa ter que agradar a poderosa AIPAC (American Israel Public Affairs Committee), ou seja o lobby israelense nos Estados Unidos.
Israel está chantageando Obama. Procura frear seus movimentos rumo a um mundo menos favorável aos interesses israelenses. Usando como refém o eleitorado americano, Israel tensiona, encosta Obama contra a parede e trata de garantir seu espaço – mesmo que seja matando meio mundo.
Leia também o artigo do escritor israelense Uri Avnery, no CounterPunch.
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