sábado, 31 de outubro de 2009

Macacos me mordam - o Brasil está fazendo tudo certo

Bem interessante esse artigo de Paulo Nogueira Batista Jr. hoje no Globo:
Brasil: bolhas e macacos
Estou nos Estados Unidos, leitor, há mais de dois anos. Uma coisa me impressionou desde o início: a popularidade do Brasil no exterior, em marcado contraste com a nossa frágil e problemática autoimagem.
Essa popularidade continua crescendo. Vai-se formando, quase diria, um entusiasmo internacional pelo Brasil.
A onda pró-Brasil parece configurar uma espécie de bolha. No campo econômico-financeiro já temos sintomas de um movimento de manada. Isso levou o governo a taxar a entrada de capitais — medida que seria considerada herética e impensável há alguns anos.
Quando o Brasil adotou o IOF sobre certos tipos de investimento estrangeiro, um analista de mercado baseado em Nova York observou: “Eles estão lutando contra o mercado inteiro . Todo mundo quer estar no Brasil agora.” Deus nos livre dos entusiasmos do mercado financeiro! Já vimos, repetidas vezes, os estragos que esse tipo de entusiasmo pode produzir.
À euforia, segue-se o colapso.
Quanto maior a primeira, mais catastrófico o segundo. Ou, no popular: quanto mais alto o galho, maior a queda do macaco.
Por outro lado, macaco velho não põe a mão em cumbuca. A decisão de taxar a entrada de fluxos financeiros visa justamente a deter, ainda que em parte, a entrada de capitais de curto prazo, encarecendo a especulação com ativos denominados em reais. O objetivo do governo é dificultar a formação de bolhas especulativas no mercado cambial e na Bolsa de Valores.
Não sei se a medida será bem sucedida.
Ela requer provavelmente medidas complementares e, em especial, uma aplicação rigorosa.
Dizem que a moderna “engenharia financeira” permite contornar qualquer controle ou regulação.
Não há dúvida de que a engenhosidade da turma da bufunfa é grande. São craques em inventar formas de evasão regulatória e fiscal.
Para fazer valer as suas medidas, o governo precisa, por um lado, aplicá-las de forma inteligente e seletiva. Por outro, deve estar preparado para impor punições aos que infringirem as leis e a regulação.
Com algumas punições exemplares, bem aplicadas, os bufunfeiros, engenhosos ou não, se alinharão rapidamente.
Mas era outro o ponto que queria fazer. A onda pró-Brasil é tão grande que até uma medida controvertida como o controle de capitais foi bastante bem recebida no exterior.
Parece que o Brasil não consegue fazer nada de errado! O governo colheu vários elogios ao novo IOF, inclusive do mais importante jornal econômico da Europa, o “Financial Times”, e do codificador do famigerado “ Consenso de Washington”, o economista John Williamson.
Elogios do pai do “Consenso”! Quase pergunto: Onde foi que erramos? Realmente, começo a estranhar um pouco esse sucesso todo. Afinal, não estamos com essa bola toda. O sucesso econômico brasileiro é relativamente recente.
Os nossos indicadores sociais e educacionais são ainda muito ruins. E o próprio sucesso econômico pode conter as raízes de uma crise futura.
Por exemplo: a excessiva valorização do real pode minar de maneira grave a posição externa da economia e o seu potencial de crescimento e diversificação.
Não fosse o eterno risco de recaída no complexo de vira-lata, até recomendaria que vestíssemos as sandálias da humildade.
O mais importante, entretanto, é proteger-se contra a especulação, manter as contas públicas e externas em ordem, aplicando com rigor controles e regulamentos prudenciais.
E lembrar que, como escreveu Kipling, triunfo e desastre são impostores e devem ser tratados da mesma forma.
PAULO NOGUEIRA BATISTA JR. é economista e diretor-executivo pelo Brasil e mais oito países no Fundo Monetário Internacional.

Honduras: os Estados Unidos pressionaram Michelleti, mas foi o Brasil que pressionou os Estados Unidos

Vamos colocar claro uma coisa: sem a presença decisiva do Brasil em defesa da restauração da democracia em Honduras, os golpistas nunca mais sairiam do poder. Os Estados Unidos - que certamente apoiaram o golpe por baixo dos panos - fariam vista grossa e aproveitariam para ampliar seus domínios na região. Mas não tiveram como se contrapor à oposião séria e carregada de prestígio do Brasil. Chávez também foi muito importante dando sustentação operacional ao retorno de Zelaya. E o próprio Zelaya, com sua atitude firme, decidido a lutar pelos direitos democráticos, tornou-se uma rocha no caminho dos golpistas. Há ainda que parabenizar Obama, que conseguiu perceber a tempo que os "conselheiros" de Hillary estavam forçando a barra na contramão da História. Obama tratou de ordenar que Michelleti parasse de gracinha. Quem ficou completamente sem argumentos foi a Mídia de Bananas. Perdeu a chance de louvar o papel de destaque do governo brasileiro no cenário internacional criando condições para o retorno de Honduras à democracia.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Bittar 88: recordar é viver

Militei uns tempos na política do Rio de Janeiro e em 88 fazia parte de um grupo que se aproximou do PT. Havia eleições e Jorge Bittar era o candidato petista para Prefeito do Rio. Como publicitário, propus para a campanha majoritária o tema "Tá na hora de Bittar", que o candidato aceitou imediatamente - mas alguns setores da direção partidária foram contra porque "não falava de socialismo". Depois apresentei um jingle (que fiz em parceria com Fernando Mendes). O produtor Liminha quando ouviu o "monstro" pela primeira vez declarou: "Hayle, isso é tão bom que produzo de graça". E fez isso mesmo, produziu no seu estúdio, "Nas Nuvens". Antes de virar sucesso de campanha, o jingle teve que concorrer com 10 sambas - e o nosso jingle era o único rap... Eram tempos primitivos, comparados com os de hoje. Recursos zero. Todo mundo trabalhando praticamente de graça. Não fiquei o tempo todo na campanha, ainda participei do primeiro dia da gravação do Horário Eleitoral. Recuperei o clip (esqueci o nome da produtora - CVT?), com o jingle censurado em um trecho que falava do "Centrão" dos tempos de Sarney. Recordar é re(vi)ver. Vejam o clip, com apresentação de Paulo Béti.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Minas x São Paulo

Serra perdeu Minas. De novo. Se houvesse acordo com Aécio, Minas poderia compensar um pouco as perdas que a Oposição terá nas regiões NE, N e CO. Cesar Maia deve ter falado disso exaustivamente, mas o medo enlouquecido de dupla derrota (BR e SP) deve ter emperrado completamente o raciocínio de Serra. Agora ficou claro para todos o racha oposicionista entre Aécio e Serra, Minas e São Paulo. Eleitor mineiro de Aécio dificilmente vai votar em Serra - principalmente se tem a opção da mineira Dilma. Aliás, Minas já tinha derrotado os tucanos Serra (2002, 1º turno: Lula 53%, Serra 23%) e Alckmin (2006, 1º turno: Lula 51%, Alckmin 41%). Se continuar assim, Serra perde até entre eleitores palmeirenses...

Lindberg x Dilma

Lindberg, Prefeito de Nova Iguaçu e que acena com candidatura petista a Governador em 2010, não deve ter gostado nada da foto de Dilma Roussef abraçada aos peemedebistas Sérgio Cabral e Pezão (Governador e Vice-Governador RJ, pré-candidatos à re-eleição) e à petista Benedita da Silva, pré-candidata ao Senado (ver dois posts abaixo). Por outro lado, o Planalto não deve ter gostado nada da decisão da Executiva do PT do Rio, que aprovou proposta do grupo de Lindberg transferindo inserções de Dilma e dos deputados petistas para o Prefeito de Nova Iguaçu. Já foi feito recurso ao Diretório Estadual, onde a proposta deve ser derrubada. Se Lindberg continuar nesse ritmo, Dilma vai acabar fazendo declaração explícita contra ele.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Sim, Cesar Maia aderiu ao voto plebiscitário

A Oposição, cada dia que passa, mais confusa está. Divide-se que nem células descontroladas, não sabe se vai ou se fica, se fica ou se vai. Os tucanos estão cada vez mais divididos entre Serra e Aécio. Os Demos, que já estão divididos entre Bornhausen e Maias, também se dividem entre Aécio e Serra. Mas, se bobear, criam nova divisão e lançam candidatura própria – afinal, o objetivo é aumentar a sua base parlamentar e, para isso, além das alianças regionais, precisam de massificação do número 25 (claro, é uma hipótese remota). Essas confusões internas têm uma única origem: as pesquisas. A Oposição percebeu que a chapa Lula-Dilma está em alta, Serra está em baixa e Aécio ainda é uma promessa difícil de vingar. Não bastasse o bate-boca público, a Oposição ofereceu mais um indício de que está entregando os pontos. No seu Ex-Blog de hoje, Cesar Maia admitiu que a eleição será plebiscitária, entre o Sim a Lula e o Não a Lula. O problema é que a Oposição até agora não sabe como dizer Não... Vejam o Ex-Blog:
QUADRO ELEITORAL PARA PRESIDENTE COMEÇA A SER DEFINIDO!
1. PlanalTo conta com a impossibilidade da candidatura de Ciro, na medida em que este não conseguiu atrair outros partidos, não terá candidatos a governador em mais que uns 4 estados, não terá tempo de TV suficiente e nem como captar 100 milhões de reais, que segundo os entendidos do PlanalTo, é o mínimo para se fazer uma campanha presidencial.
2. Dessa forma, se teria uma campanha plebiscitária, como Lula deseja, com um ruído - Marina da Silva - que seria o escoadouro dos votos dos decepcionados com o transformismo do PT no governo, dos mensalões, da "flexibilidade" com a base aliada, do retorno dos antigos "senhores"... Nesse raciocínio, não haveria risco do voto higiênico passar para a oposição: iria para Marina.
3. Sendo assim, na eleição, Marina seria ignorada - falaria sozinha - e a meta seria ter mais votos que a oposição na proporção da votação da Marina, resolvendo em primeiro turno.
4. Do lado da oposição - (FSP, 28) "Se o partido em dezembro ainda não tiver decidido seu candidato a presidente, seja por prévias ou não, eu sou candidato ao Senado já a partir de janeiro. Não posso esperar. Preciso então cuidar de Minas", disse Aécio. (...) Serra não comenta ultimato de Aécio: "Esse tititi não leva a nada"-, o quadro caminha para a candidatura de Aécio ao Senado.  Paradoxalmente, Aécio saindo, em dezembro, da disputa, compulsoriamente, Serra é candidato a presidente. Curiosamente - independente da vontade dele - seu "lançamento"  estará antecipado. E desaparece a hipótese de reeleição a governador.

Eleições 2010, RJ: "Essa é a chapa!"


Há pouco mais de duas horas, Benedita me ligou, falou dos eventos de hoje, com a participação do Presidente Lula, do Governador Sérgio Cabral e da Ministra Dilma Roussef. Disse ela que em certo momento Sérgio Cabral puxou ela de um lado, Dilma do outro, chamou também o Vice Pezão e mandou fazer a foto. No final disse: "Essa é a chapa!" Benedita prometeu me enviar uma cópia assim que tiver em mãos. (E a foto está aí, que peguei agora às 19:25h, no Blog Extra!Extra!, da Berenice Seara)

terça-feira, 27 de outubro de 2009

The Wall Street Journal diz como o FMI deve funcionar: "É nós contra eles"

The Wall Street Journal abriu o jogo e abriu o bico: os países emergentes que se danem. O editorial do jornalão dos poderosos (Debtors to the Front) não entende por que os países emergentes devem ter mais poder de decisão dentro do FMI. Ele não entende por que "devedores" devem decidir como os "credores". E ainda faz questão de distinguir os "credores de longo prazo" dos "credores de curto prazo", onde se incluiria o Brasil, um dos líderes dessa verdadeira revolução (dentro dos conceitos do WSJ). O editorial acha que os "credores" deveriam ter deixado claro que aquilo não é uma democracia e que para ter mais direito a voto é preciso botar mais dinheiro no fundo, o que não foi feito. O board do FMI aprovou transferir mais 5% de poder de voto para os emergentes - para desespero do WSJ, que propõe que os constribuintes americanos parem de contribuir com o fundo. O que o jornalão esconde é que foram esses "credores" todo-poderosos que inventaram o Consenso de Washington (que acabou tendo o consenso do "nosso" FHC e sua trupe...), que levaram o mundo a uma crise sem precedentes e que só estão se safando agora graças a esses países emergentes que eles amaldiçoam. Com todo o respeito aos editorilistas do WSJ, esse não é o momento para "eles" (no casos os chamados "países credores") radicalizarem. Se não dialogarem com "nós", "eles" não têm muito futuro.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Resultado eleitoral uruguaio comprova que Dilma pode vencer no primeiro turno


O candidato do Frente Amplio (pouco à esquerda, pouco ao centro), José Mujica, venceu o primeiro turno das eleições presidenciais uruguaias com 47,49% dos votos.  O Presidente Tabaré Vazquez, que apoiou sua candidatura, quase conseguiu que ele vencesse logo no primeiro turno, graças à excelente transferência de votos. Seu governo tem 65% de aprovação, e os votos de Mujica correspondem a 73% desse índice. Se isso se repetir no Brasil, com Lula tendo 80% de aprovação, Dilma terá cerca de 58,5% dos votos, já no primeiro turno! Entendem por que a oposição está atônita? ATENÇÃO: No seu Ex-Blog de hoje, Cesar Maia se atrapalhou com os números (nada grave). Os resultados corretos são os do gráfico acima. (Clique para ampliar)

domingo, 25 de outubro de 2009

Victoria amplia em Uruguay


A frente de esquerda (Frente Amplio) uruguaia teve grande vitória nas eleições de hoje, com cerca de 48% dos votos. As primeiras projeções apontam para um segundo turno daqui a um mês, entre Frente Amplio e Partido Nacional (29%), mas até o momento nada certo - ainda pode dar vitória no primeiro turno. Em terceiro, o Colorado (17%), em quarto, o Independiente (2,5%) e em quinto o Asamblea Popular (0,5%). Gráfico do OBSERVA.COM.UY. Clique para ampliar.

Concreto: Décio Pignatari

Minha poesia é concreta. E fiquei muito feliz em voltar a assistir Décio Pignatari . 82 anos, pensamento de vanguarda. Mas se apresenta como jurássico.

Metade do eleitorado ainda não sabe que Lula tem candidato para sua sucessão

Na sexta-feira, tive um papo telefônico com Cláudio Gama, diretor do Instituto Mapear, sobre sua última pesquisa de intenções de votos no Rio de Janeiro. Enquanto ele pedalava sua bike na Lagoa Rodrigo de Freitas, comentava detalhes da pesquisa que aponta "Dilma, a candidata de Lula" com 25% e José Serra com 18% (ver postagem Dilma lidera no Rio: conforme queríamos demonstrar... ). Ele ficou particularmente impressionado com o desconhecimento que o eleitor ainda tem sobre "quem Lula é o(a) candidato(a) de Lula". São 47% que ainda não sabem que Dilma é o nome escolhido por Lula para a sua sucesão na Presidência. Imagina como vai ser daqui a 1 ano, quando todos associarem Dilma a Lula! A questão (cada vez maior) é saber quem será o candidato da Oposição...

sábado, 24 de outubro de 2009

Tucano sobrevive no deserto?

Li hoje no Painel da Folha: "Enquanto o PSDB empurra a definição do candidato ao Planalto, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG) vão iniciar uma temporada de viagens. 'Não dá mais para falar só para os militantes dos nossos partidos. Eles precisam interagir com a sociedade, falar com os que estão fora', defende o presidente da sigla, senador Sérgio Guerra (PE)". Sábia decisão. Correm o risco de ter audiência ainda menor... Mas vida de tucano é assim mesmo. Tem que bicar! Tem que bicar!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Dilma lidera no Rio: conforme queríamos demonstrar...


Faz quase cinco décadas que digo aqui do alto deste Blog que as pesquisas que mostram Dilma lá atrás, na grande maioria das vezes, não têm grande valor. Isso porque a próxima eleição presidencial está tendo um caráter plebiscitário: sim ou não ao Governo Lula. Portanto, é fundamental que os questionários das pesquisas esclareçam quem é o(a) candidato(a) de Lula. Foi o que fez agora o Instituto Mapear no Rio de Janeiro. E vejam o resultado: “Dilma, a candidata de Lula” tem 25% e “Serra” tem 18% das intenções de voto. CQD...

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Chega de barbárie!

A ação dos policiais que ignoraram o corpo caído de Evandro João, do Afroreggae, para ir atrás dos assassinos em busca de um ganho qualquer não faz parte do mundo civilizado. Está muito aquém do que se deseja para o ser humano. Policiais e bandidos seres de outros mundos  - que infelizmente fazem parte do nosso dia-a-dia.

Eleições 2010, RJ: com a saída de Gabeira, Sérgio Cabral deve se eleger no primeiro turno

O Informe do Dia de hoje publica ("Cabral na pista" e "Lindberg patina") resultados de uma pesquisa do Instituto UP (Ulrich Pesquisas), feita entre os dias 10 e 14, com dois cenários. No primeiro, ainda se vê o nome de Gabeira, mas ele não será candidato: Sérgio Cabral 37%, Garotinho 22%, Gabeira 15% e Lindberg 4%. Nesse cenário, Sérgio Cabral teria 47% dos votos válidos. No segundo cenário, sem Gabeira, temos: Sérgio Cabral 39%, Garotinho 22%, Cesar Maia 7% e Lindberg 5%. Nesse caso, Sérgio Cabral subiria para 53% dos votos válidos. Como Lindberg não deve ser candidato e Garotinho e Cesar Maia não devem herdar seus votos, Sérgio Cabral deverá crescer ainda mais. A pesquisa foi feita antes das manchetes da queda do helicóptero policial no Morro dos Macacos e não se sabe se isso terá impacto negativo. Creio que, caso seja negativo, será por pouco tempo. A política de segurança do atual governo provavelmente será uma de suas bandeiras para a re-eleição.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Coordenador político de Lula joga mais um balde de água fria nas pretensões de Lindberg

A entrevista que o novo articulador político deu hoje à Folha é cristalina: “a prioridade é eleger Dilma”, portanto “o PT poderá ter de abrir mão de lançar candidatos em alguns Estados em 2010”. Alexandre Padilha, novo Ministro de Relações Institucionais, deixa bem claro que o importante é atender o projeto nacional. Segundo a Folha, ele sugere até “que pode haver uma determinação nesse sentido em caso de resistências”. E vai mais longe, ao declarar que, além da eleição de Dilma, a “outra prioridade é constituir uma forte bancada no Senado e na Câmara”. Como se pode concluir facilmente, o pré-candidato Lindberg, atual Prefeito de Nova Iguaçu (RJ), não se encaixa em nenhuma das duas prioridades (talvez na Câmara, mas talvez ele prefira mesmo a opção da Alerj). E o mesmo acontece com outros pré-candidatos em outros estados que se afastam do eixo principal. Sobre como será a eleição de 2010, Alexandre Padilha também pensa da mesma forma que temos dito insistentemente: “vai ser polarizada, confronta dois projetos para o país”. Ele analisa que “o eleitor vai decidir sobre o futuro a partir dos ganhos que teve no presente”.

"Esse canal de televisão é um partido político": não é frase do Chávez nem sobre a Globo

Quem falou isso foi David Axelrod, principal assessor de comunicação de Obama, no programa "This Week", da ABC, ao defender a decisão da Casa Branca de passar a tratar a Fox News como partido, não jornalismo. Peguei a notícia da coluna Toda a Mídia, de Nelson de Sá, da Folha: "Mr. Rupert Murdoch tem talento para fazer dinheiro, e eu entendo que sua programação é voltada a fazer dinheiro. Só o que argumentamos é que eles não são um canal de notícias de verdade. Não só os âncoras, mas a programação. Não é notícia de verdade, mas forçar um ponto de vista. E nós vamos tratá-los assim, e outras organizações jornalísticas deveriam tratá-los assim". O chefe da casa civil, Rahm Emanuel, sublinhou, também ontem na CNN, que outras organizações não deveriam "deixar-se guiar pela Fox News". Aqui no Brasil, a mídia está quase pedindo registro partidário no TSE...

sábado, 17 de outubro de 2009

Quem tem medo de plebiscito?

O que mais preocupa a Oposição Ociosa (ÓÓ) é a possibilidade de a próxima eleição ter caráter plebiscitário. Ou seja, o eleitor tendo que decidir entre a candidatura que representa Lula e a candidatura que representa o anti-Lula. De um lado um projeto, personificado por Lula, com um Estado atuante, com alta preocupação social; do outro lado um projeto, personificado pela oposição a Lula, com Estado mínimo, mais disposto a obedecer ao FMI e sua política de privataria. Correm disso como o diabo foge da cruz. Mas por que tanto medo de um plebiscito (procuram mudar o assunto, falando em choque de biografias) entre esses dois projetos? Será uma decisão popular com mínimo de redundância, um bit único de informação. Se preferirem um pouquinho de redundância, podemos fazer urna especial, com detalhes dos dois projetos colocados lado a lado para que todos possam decidir sem sombra de dúvida. Sugestão (que pode ser ampliada):


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cesar Maia dá lição de marketing ao marqueteiro tucano

No seu Ex-Blog de hoje, Cesar Maia pega um trecho da entrevista de Luiz González para mostrar que ele está desatualizado em marketing eleitoral. Detém-se particularmente na questão da internet e seu alto poder de "comunicação virótica" (fluxos tardeanos). Aqui o trecho do Ex-Blog:
3. Na polêmica entrevista de González, marqueteiro do PSDB-SP, a resposta final sobre o uso de internet em campanha mostra que ele ainda não entendeu que não se trata de uma televisão pequenina. Ele compara a eficácia da TV com a da Internet pelo alcance de cada uma, medindo em milhões de TVs e de PCs disponíveis.
4. De uma forma simplificada: a TV é um processo vertical, como a chuva, que cai sobre as pessoas desabrigadas, e pode ter diversas intensidades e tempos. Nos últimos anos, aqui e no EUA, sua intensidade e impacto sobre as emoções se tornou decrescente. A Internet é um processo virótico que se multiplica, ou não, na base e horizontalmente. Vírus que pode ser de baixíssima contaminação e pouco permanecer no próprio contaminador. Ou multiplicar-se como a gripe suína, com um enorme acelerador de partida e de impacto.
5. Ambas, pelo efeito multiplicador, podem ir além de suas audiências, mas quando isso ocorre na Internet o multiplicador é ativo e na TV é passivo. A Internet não é Imprensa, pois seus emissores são ilimitados e sua diversidade e participação no "jogo" independem da audiência.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Marqueteiro tucano tenta ajudar Serra a subir

Luiz González, apontado como “o marqueteiro preferido dos tucanos paulistas”, desceu de seu lugar confortável, distante de holofotes, para dar uma entrevista ao Valor do dia 13, sobre a corrida presidencial. É uma boa entrevista, embora não tenha exatamente o caráter analítico – trata-se de fato de material de propaganda da campanha tucana. O objetivo mais evidente é o de elevar o astral da candidatura Serra, que recebe persistentes abalos com o diz-que-me-diz de sua queda nas pesquisas. A entrevista serve também para dar aos militantes e simpatizantes tucanos argumentos em defesa de Serra. Assim, é necessário ouvir com cuidado suas “análises”. Na resposta à primeira pergunta, “O senhor não teme a transferência de votos de Lula para Dilma?”, ele brinca, diz que isso é verdade em Caetés (cidade pernambucana onde nasceu Lula), não em São Paulo. É verdade que na última eleição, Lula teve 89,5% dos votos em Caetés e apenas 45,5% na capital paulista. Mas não é bom esquecer que, em 2002, Lula teve 51% contra 49% de Serra em São Paulo, cidade natal do tucano. Perguntado se “A força do Lula no Nordeste também não foi decisiva?”, González tenta minimizar, passa para Amazonas e Minas e faz mistura desnecessária. Diz que a derrota amazônica foi por culpa interna (briga de Arthur Virgílio e Amazonino), já que, em “2 milhões, perdemos por 900 mil votos”, enquanto em Minas, “que tem 10 milhões de eleitores, (perdemos) por 1 milhão de votos”. Isso foi no primeiro turno. Ele “esquece” que no segundo turno a diferença no Amazonas foi mais ou menos a mesma (983 mil votos) enquanto que em Minas triplicou (3.170.000 votos). Embora procurando desvios, González responde com precisão à pergunta “Como contrabalançar o Norte e o Nordeste?” Diz ele: “Uma questão central na campanha é que Serra não pode perder Sul e Sudeste. (...) O Nordeste é fundamental, é importante, mas acho que nunca se pode perder suas cidadelas. O negócio é que não se pode perder de muito lá e ganhar bem aqui”. Nas entrelinhas percebemos que a campanha tucana já trata o Norte e o Nordeste como caso perdido, e tenta compensar o desastre ampliando possíveis vitórias no Sul e Sudeste. Mas o que está atravessado de verdade no bico tucano é a questão da eleição plebiscitária. Ou seja, de um lado estará Lula, do outro estará o anti-Lula. Esse é o medo, ter que enfrentar a liderança mais forte do país e uma das mais importantes do mundo. Um medo justificável, mesmo considerando um “Lula sem Lula”. González procura sair dessa sinuca dizendo que “o embate não vai ser entre Lula x FHC, mas entre a biografia de um realizador e a de uma desconhecida”. É a jogada que lhe resta, mas vai ser muito difícil encaçapar essa bola. Lula faz tabela em todos os cantos e, com toda certeza, fará as jogadas vitoriosas. Nesse emaranhado de frases dissimuladas, González ainda encontra espaço para uma frase completamente sem nexo: “A vantagem da campanha política é que o contraditório é exercido todos os dias. Cada um fala o que quer, ouve o que não quer e o eleitor julga. Por isso a campanha não é publicitária, é jornalística” (grifo nosso). Campanha nenhuma é publicitária ou jornalística. O marketing eleitoral utiliza a forma de comunicação que for mais adequada à sua estratégia. Pode ser a comunicação publicitária. Pode ser a comunicação jornalística. Pode ser o telemarketing. Pode ser a comunicação boca a boca (uma das preferidas de Cesar Maia, inclusive na sua versão web de marketing viral, que não deixa de ser fluxo tardeano). Pode ser tudo. Não existe uma que seja melhor do que a outra – tudo depende do marketing. Seja como for, ponto para o “marketing pessoal” de Luiz González, que conseguiu com sua entrevista fazer render o nome de seu cliente Serra entre os “formadores de opinião”. Pena que, na minha opinião, isso é muito pouco, quase nada diante da eleição plebiscitária que se avizinha.

domingo, 11 de outubro de 2009

Reforma política: mãe de quem mesmo?

Não li o livro “Brasil pós-crise”, coordenado pelos economistas Fábio Giambiagi e Otávio Barros, com textos tanto de nomes ligados ao Governo Lula quanto ao Governo Fernando Henrique. Li a coluna de Merval Pereira de hoje no Globo, comentando alguns de seus aspectos e destacando como ponto central “um grupo de capítulos sobre as diversas reformas estruturais que precisariam ser feitas pelo futuro governo, mas que dependem de uma delas, a reforma política, considerada “a mãe” de todas as reformas, mais complexa e delicada, que pode colocar a perder o clima político que permitiria a aprovação das demais”. Na coluna é citado particularmente o artigo do economista Alexandre Marinis, da Consultoria Mosaico, que buscaria o “timing de uma verdadeira reforma política”. Mas Merval toca em dois pontos do artigo que, a meu ver, são no mínimo discutíveis. O primeiro diz respeito à “concentração de poderes nas mãos do presidente da República, gerando um hiperpresidencialismo de fato, um fenômeno não apenas brasileiro, mas que se espalha pela América Latina”. Se isso existe, é responsabilidade em primeiro lugar da Constituição (que não foi escrita por um Presidente da República) e em segundo lugar de parlamentares (e até de partidos) que negociam seus votos como se negocia banana nas feiras livres. Esse “fenômeno”, aliás, é observado não apenas no Brasil ou na América Latina – mas é mais intenso onde os partidos são fracos. Poderia dizer que com a lógica do nosso sistema político, ao contrário do que sustenta Marinis, o Executivo jamais terá poder para levar adiante reformas sem a “negociação” com parlamentares – que talvez sejam, de fato, os que concentram poder nas mãos. O segundo ponto diz respeito à afirmação de que estando “a maioria eleitoral nas regiões Sul e Sudeste, os presidentes quase sempre saem dessas regiões, com raras exceções como a eleição de Collor, que Marinis considera uma anomalia”. Já mostrei aqui que, ao contrário do que diz o artigo, a maioria eleitoral está nas regiões Nordeste e Sudeste e os presidentes e seus vices sempre saem daí, desde o fim da ditadura. A Câmara dos Deputados reflete essa maioria. O Senado sim, formado por 3 representantes de cada um dos estados mais o Distrito Federal, reflete a maioria federativa do Norte-Nordeste-Centro Oeste - e se mostra muito mais conservador. Concordo com o pessimismo de Marinis sobre uma reforma política que vá contra os interesses desse Congresso que detém a chave do poder perpétuo. E concordo com Merval Pereira que Alexandre Marinis sonha quando fala de uma Constituinte específica independente e transformadora. Afinal, caso fosse convocada, ela poderia estar profundamente dependente da nossa mídia conservadora.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Peace we can

Vi a notícia do Prêmio Nobel da Paz para Barack Obama hoje mais ou menos às 6,15 horas. Queria postar uma homenagem imediatamente. Mas meu dia hoje foi uma guerra. Parabéns, Obama!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Pesquisa Ibope não passa no exame antidoping

Vira e mexe sai uma denúncia contra as pesquisas, às vezes com fundamento, às vezes completamente desprovida de sentido. Mas inúmeras vezes os institutos erram não por questões estritamente técnicas, mas, sim, pelo uso dos resultados das pesquisas. Vejam o exemplo desse Ibope publicado hoje na coluna Informe do Dia. Diz a manchete da coluna, com suas letras garrafais: “SERRA LIDERA NO RIO”. E o texto continua: “José Serra (PSDB) é o favorito dos fluminenses para a Presidência da República”. Mostra Serra com 27% e Marina, Dilma e Ciro tecnicamente empatados (suponho, porque não foi divulgada a margem de erro) entre 12% e 17%. A coluna depois diz que a pesquisa foi “feita na semana passada”. De tudo que foi divulgado, há dois aspectos que tornam a pesquisa altamente desclassificável. O primeiro diz respeito ao fato de o questionário não tornar evidente que “Dilma” significa “Lula”. Até agora, pelo menos, a próxima eleição resume-se a estar contra ou a favor de Lula, ou melhor, quem é que ele indica. Sem isso, desconsidere qualquer pesquisa. Outro aspecto é a data provável em que ela entrou em campo, fim de semana anterior ao resultado do Rio 2016. O Brasil – principalmente o Rio – é outro desde sexta-feira. E por que divulgar agora essa pesquisa antiga? Para dar sobrevida a Serra (que, parece, anda tropeçando feio nos obstáculos)? Garantir que o tucano apareça bem no photochart em meio à euforia olímpica? Isso, pra mim, é puro doping. Reprovação certa em qualquer exame sério.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Marina – da Glória a Ipanema

Bem interessante o artigo com o título “Marina” de Fernando de Barros e Silva, publicado hoje na Folha (reproduzo abaixo). Faz uma análise da candidatura Marina, procurando isenção, mas sem deixar de revelar as dúvidas e contradições da candidatura. Fala de uma “espécie de combustível ético” contra “o desmatamento moral promovido pelo lulismo que o mantra do desenvolvimento sustentável encontra terreno propício para vicejar”. Lembra a frase de Gabeira que se referiu a Marina como possível "voto do sonho" e diz que existe em torno de seu nome a mesma aura rousseaunística que houve em Lula, “o bom selvagem que se ergue contra a marcha cega do progresso e seu cortejo de injustiças”. Mas Fernando de Barros e Silva lembra, como já fizemos neste Blog ("PV, um PMDB nanico?"), que “o PV não é nenhuma flor que se cheire. Seu comportamento, muitas vezes, é mais próprio das legendas nanicas de aluguel do que daquelas minorias aguerridas que defendem a unhas a sua trincheira ideológica”. Também repetindo o que dissemos desde o lançamento de Marina ("Como Heloísa Helena [...], Marina tenderia a conquistar os votos de quem já decidiu não votar nos candidatos de Lula, concentrados provavelmente na classe média de São Paulo e Rio", em  "Marina Silva, fatos e versões") , conclui que a “reparação histórica que ela vocaliza é música que toca nos bares da Vila Madalena ou no Baixo Gávea, seduzindo parte da classe média progressista e sensível”. Sem ameaçar os outros pré-candidatos à Presidência, Marina, poderá, na verdade, servir de adubo para algumas candidaturas regionais, como a de Gabeira a Governador do Rio. Mas nesse caso específico, depois da conquista da sede olímpica, Gabeira não terá preparo físico para chegar perto da “Marina da Glória” e talvez lhe falte oxigênio até mesmo no Posto 9...
Marina
Além de ter óbvio apelo ecológico, a candidatura presidencial de Marina Silva parece contar com uma espécie de combustível ético, como se viesse galvanizar uma insatisfação difusa de setores da sociedade diante das extravagâncias patrocinadas pela turma de Lula em nome do pragmatismo.Marina seria uma representante da energia limpa contra a fuligem produzida pela política petista, da farra do mensalão à defesa de Sarney e sua camarilha. É sobre o desmatamento moral promovido pelo lulismo que o mantra do desenvolvimento sustentável encontra terreno propício para vicejar.
Fernando Gabeira resumiu isso numa frase: a senadora poderá ser a depositária do "voto do sonho". Há em torno dela, de fato, certa aura de rousseaunismo, o mito do bom selvagem que se ergue contra a marcha cega do progresso e seu cortejo de injustiças. Lula, a seu modo, ocupou esse lugar simbólico um dia.
Bastaria evocar essa memória para manter reservas em relação à nova utopia ecoética que nasce de mais uma costela do PT. Além do mais, e sem trocadilhos, o PV não é nenhuma flor que se cheire. Seu comportamento, muitas vezes, é mais próprio das legendas nanicas de aluguel do que daquelas minorias aguerridas que defendem a unhas a sua trincheira ideológica.
Não parece ser nem entre os povos da floresta nem na massa de espoliados a quem Lula dá de comer que Marina tende a colher seus frutos. A reparação histórica que ela vocaliza é música que toca nos bares da Vila Madalena ou no Baixo Gávea, seduzindo parte da classe média progressista e sensível.
Que a candidata dessa esquerda órfã de ideais seja também uma evangélica com restrições ao aborto e à pesquisa com células-tronco soa como um sintoma gritante de uma época confusa, em que progresso e regressão social andam misturados. Não é à toa que Marina procure se manter equidistante de PT e PSDB, esses inimigos que são dela e entre si tão diferentes, mas tão iguais.

domingo, 4 de outubro de 2009


Os "caronas" do Rio 2016

Pronto. Foi aberta a temporada de caça ao sucesso do Rio 2016. Hoje mesmo já podemos ver artigo "eufórico" (como se fosse possível...) de José Serra. Cesar Maia quebrou a sua norma de não distribuir o Ex-Blog nos fins de semana e fez uma edição especial, mostrando vídeo dele mesmo e do DEM sobre o assunto. A tendência é aumentar o caronismo. Mas a nossa lista (que publicamos ontem e ampliamos hoje) é implacável. Veja quem está em alta:
  • Brasil
  • Rio
  • Lula
  • Sérgio Cabral
  • Eduardo Paes
  • Nuzman
  • COI (graças a Lula)
  • Dilma
  • Benedita
  • Pezão
  • Michel Temer
  • Henrique Meireles
  • Orlando Silva
E em baixa:
  • Serra
  • Oposição
  • Garotinho
  • Cesar Maia (fez algo pelo Rio, mas se dedicou a ser oposição)
  • os 4 "honduleiros" (deputados brasileiros pró-Michelleti, também conhecidos por "michelleteiros")
  • Lindberg
  • Gabeira
  • Mídia negativa
  • Quércia
(A lista continuará. Aceitamos sugestões.)

sábado, 3 de outubro de 2009

Altos e baixos da conquista do Rio 2016

Em alta:
  • Brasil
  • Rio
  • Lula
  • Sérgio Cabral
  • Eduardo Paes
  • Nuzman
  • COI (graças a Lula)
  • Dilma
  • Benedita
  • Pezão
Em baixa:
  • Serra
  • Oposição
  • Garotinho
  • Cesar Maia (fez algo pelo Rio, mas se dedicou a ser oposição)
  • os 4 "honduleiros" (deputados brasileiros pró-Michelleti)
  • Lindberg
  • Gabeira
  • Mídia negativa
(A lista continuará)

Vergonha!!! Enquanto o mundo abraçava o Brasil, 4 deputados brasileiros abraçavam o ditador hondurenho

O encontro, "regado a vinho branco, canapés e sorrisos", foi dos deputados Raul Jungman (PPS), Bruno Araújo (PSDB), Claudio Cajado (DEM) e Maurício Rand (PT) com o ditador Michelleti, em Honduras. Os deputados demonstraram sua "anti-brasilidade", reconhecendo um governo ilegítimo e troglodita, apesar da posição contrária do Governo Brasileiro. Temos que aplaudir a posição dos deputados Ivan Valente (PSOL) e Janete Pietá (PT) que se recusaram a ir à reunião espúria. Segundo reportagem do Globo, para eles, "qualquer forma de diálogo com o governo interino poderia ser interpretada como um reconhecimento por parte das autoridades brasileiras. Segundo testemunhas, houve uma séria discussão entre os integrantes da comitiva antes da reunião". A atitude dos deputados michelletianos corresponde a aplaudir o dopping nas Olimpíadas. São desclassificáveis, são "honduleiros".

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Pezão de coelho

O Rio resolveu investir pra valer na conquista das Olimpíadas 2016. A prova disso é que quem vai comandar a Festa da Apuração nas areias de Copacabana é o Vice-Governador Luiz Fernando Pezão. Além da companhia de Dilma Roussef, Pezão carregará no bolso aquilo que sempre o acompanhou nas idas bem sucedidas a Brasília em busca de verbas para investir no estado: a imagem de São Pidão. Nota: Trecho de "Cidade Maravilhosa" com execução de Caetano Veloso

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Eleições 2010, RJ: o imbróglio eleitoral de Cesar Maia

Cesar Maia continua fazendo o que mais gosta, “imbrogliar”. No seu Ex-Blog de hoje volta com sua ladainha de oposição a Sérgio Cabral e Lula. Faz a análise que mais lhe agrada como se fosse uma análise altamente científica. Interessa que Sérgio Cabral seja derrotado? Lança todos os possíveis argumentos nessa direção. Interessa que Lindberg (ou Lindbergh, nome real, que Cesar prefere) seja candidato a governador? Apresenta essa hipótese distante como se fosse fato consumado. Interessa que Gabeira seja candidato a Governador? Faz de conta que ele já está eleito. Veja o texto, com observações que fiz, em negrito e itálico.
IMBRÓGLIO ELEITORAL NO ESTADO DO RIO!
1. O quadro eleitoral no Estado do Rio caminha para uma eleição em que quem chegar aos 25% dos votos irá para o segundo turno.(Os cenários não estão definidos. Mas a eleição pode até mesmo ser definida no primeiro turno. Se Gabeira e Garotinho forem candidatos, pode ser que haja segundo turno. O papel de Zito é uma incógnita, mas seu nome tornou-se um balde de água fria em todas as pretensões de Gabeira.) Cabral, com um noticiário convergente, com comícios periódicos de Lula e todos os recursos que precisa, empacou no entorno dos 30%. Esse, claramente, é seu teto. (Já vi pesquisas apontando Sérgio Cabral com 47% - no primeiro turno!) Quando a pré-campanha esquentar, ano que vem, as demais forças políticas terão espaços crescentes e o quadro deverá afunilar mais. Ou seja, ninguém pode afirmar que esse ou aquele candidato estará no segundo turno. (Se houver segundo turno, é fácil prever que Sérgio Cabral estará nele, disputando com vantagens. A seu favor, podemos anotar a aprovação de seu governo, o apoio de Lula, a máquina partidária, o Rio 2016, o desenvolvimento, a segurança)
2. Garotinho cresceu em qualquer pesquisa que se faça, estando quase no empate técnico com Cabral no Interior e Baixada Fluminense. Coloca-se como adversário contundente de Cabral. (É verdade que Garotinho cresceu, mas nada que garanta qualquer coisa. Aliás, colocar-se como o oponente de Sérgio Cabral está correto porque não lhe sobrou outra alternativa de posicionamento, mas pode significar queda mais rápida) Para isso basta ler seu blog (http://www.blogdogarotinho.com.br). Diz que tem armas poderosas contra Cabral. O problema é que boa parte dessas armas atingem indistintamente os dois governos do PMDB, o atual e o anterior. Afirma que é candidato a pedido de Dilma, para armar outro palanque, pois o palanque de Cabral seria insuficiente. Bem, se o PR do ministro de transportes o lançou, parece que é verdade.
3. Lindbergh cada dia é mais candidato. (Lindberg cada dia é mais candidato – a Deputado Estadual...) Usar de forma isolada o número 13 dará ao PT mais deputados que numa campanha de apoio a Cabral, onde o número 15 só favorecerá os deputados do PMDB (Não necessariamente. Já mostrei aqui que em 98, quando preferiu apoiar Garotinho a lançar Vladimir, o PT conquistou 7 vagas de deputados estaduais; já em 2006, quando lançou Vladimir, conquistou apenas 6 vagas). Por outro lado, se o recuo dele significar um acordo com Cabral, será ele o candidato ao senado. Benedita não terá legenda. Nesse caso, como votarão - discretamente - os delegados de Benedita na convenção? Lindbergh terá que se desincompatibilizar em abril: é acordo de campanha. Como sempre fez suas campanhas com grande energia e competência, uma vez sendo candidato, em pouco tempo estará sinalizando suas possibilidades de ir a um segundo turno. (Lindberg prepara-se para ser candidato a Deputado Estadual. Será a melhor forma de apoiar a bancada estadual do PT)
4. A entrada de Marina Silva terminou servindo de pretexto para um processo com o qual Cabral sonhava. Gabeira vence, e na campanha muito mais, nas pesquisas no Rio-Capital e Niterói, e com isso sua probabilidade de bater os 25% é enorme. Afinal, Denise Frossard foi para o segundo turno com 22% contra um Cabral muito mais forte com 37%. A confusão, ou pretexto, a partir do nome de Marina, tem colocado em suspenso a coligação ampla com PV, PPS, PSDB e DEM. Com isso, a decisão estará sendo deslocada para depois da semana santa. Nada disso ajuda a campanha presidencial do PSDB no Estado do Rio. Afinal, a diferença de Serra para Ciro não é tão grande aqui. (Caso seja candidato a Governador, Gabeira certamente perderá até mesmo no Rio-Capital e Niterói – afinal, esse eleitorado não é inteiramente de elite).
5. E ainda há a possibilidade – ou necessidade – de Ciro ter candidato a governador no Rio, onde seu nome é forte, o que ajudaria sua alavancagem. Se for assim, o quadro caminharia para todos os candidatos serem competitivos na faixa dos 20%. (Devaneios de uma madrugada chuvosa...)