Blow-up, A Aventura, A Noite, Monica Vitti, O Eclipse, O Passageiro Profissão Repórter, Jack Nicholson, Maria Schneider, Gaudì, Hotel Oriente, Barcelona, Vanessa Redgrave, David Hemmings, Alain Delon, Deserto Vermelho, Zabriskie Point. Milhares de nomes, um mundo fabuloso do cinema. Jack Nicholson declarou certa vez que foi preciso trabalhar com Antonioni (O Passageiro Profissão Repórter) para aprender interpretação (algo assim). Um gênio. Fiz um poema-didático (Blow-up, Blow-down) inspirado no seu filme. Acho que fui o primeiro no Brasil a escrever crítica sobre o Profissão Repórter. Adorava o longo trecho sem cortes com a câmera passando pela grade da janela, que trouxe do YouTube. Valeu por tudo, Antonioni.
terça-feira, 31 de julho de 2007
O "Cansei" já cansou
O movimento anti-Lula chamado "Cansei" fez jus ao nome. "Veio, ninguém viu e cansou". Reuniu mais espaço na mídia do que pessoas. Tentou decolar com os parentes das vítimas do acidente da TAM, mas faltou pista. Ou melhor, sobrou pista, faltou gente. A caminhada, dizem eles, tinha 6.000. Mas um comentário aqui do Blog fala em bem menos:"quem esteve lá sabe que não passavam de umas 800 pessoas, somando os funcionários do estado e da prefeitura que apareceram depois da passeata começar, com não mais que 200 gatos pingados". A Reportagem de Bob Fernandes, ontem, no site Terra, fala assim: "Domingo, 11 da manhã. Com duas mil pessoas, a passeata convocada pelos movimentos "Cansei" e "Cria" (Cidadão, Responsável, Informado e Atuante) chega à avenida 23 de Maio. O coro "Fora Lula" já deu o tom à caminhada. A alguns quilômetros dali, abraçado e beijado por populares e tendo a seu lado o senador Marco Maciel (DEM-PE), o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo assiste à missa na Catedral da Sé". A frase de Cláudio Lembo faz o título da reportagem: "Cansei" é termo de dondocas enfadadas". A propósito do "Cansei" (e outros cansaços...), Jânio de Freitas escreve hoje na Folha: Cansei de "basta!" O que mais deseja a riqueza do país, além das condições inigualáveis que o governo Lula lhe proporcionou? Sobre a mistura do movimento com parentes das vítimas, disse Lembo na sua entrevista ao Terra: "a utilização de um movimento natural e de motivos nobres por movimentos e atividades com claro objetivo político ainda que tentem escondê-lo ou apesar de o negarem, e isso não é bom (...) porque as vítimas, os familiares, os acidentes comoveram o Brasil e produziram, inclusive na sociedade, uma dor imensa, enquanto o movimento de Campos do Jordão o que quer é ter espaço na mídia etc. (...) um dos organizadores centrais, senão o principal, ao menos no início (...) o empresário João Doria Jr., ao que li e acompanhei nas últimas semanas, há pouco dedicava-se a um desfile de cãezinhos de madames em Campos do Jordão". Cansei? Tenha Dó...ria!
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segunda-feira, 30 de julho de 2007
Xeque-Morte
Acabo de saber da morte do chato mais fantástico que existiu. Chatíssimo e estupendo. Ingmar Bergman, o cineasta sueco rei da deprê. Gostava muito de ver seus filmes. "O Sétimo Selo" vi apenas uma vez, há décadas. Memorável. Trouxe um trecho do YouTube. Gostaria de trazer também o trecho final de "A Última Noite de Boris Grushenko", de Woody Allen, com uma referência deliciosa ao final do "O Sétimo Selo", mas não encontrei. Encontrei outros trechos, dublados em espanhol, o que tira toda a graça - se é que é o caso...
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Acidente da TAM: César Maia versus José Serra
No seu Ex-Blog de hoje, o Prefeito do Rio, César Maia (DEM, ex-PFL), resolveu levantar a bandeira do "anti-paulicentrismo". Citou Vargas, mencionou JK, Afonso Pena, Prudente de Morais, Campos Sales, Rodrigues Alves, Washington Luís, Julio Prestes e Bernardino Campos, e ainda parafraseou Otto Lara Resende para concluir que "a elite paulista não é solidária nem na tragédia!" Trouxe de volta até a "bucha" (organização de estilo maçônico, - criada no séc 19 - dos alunos da escola de direito do Largo de São Francisco, nos moldes alemães). Tudo para protestar contra a posição do Governador de São Paulo, José Serra (PSDB) na questão aérea. César Maia acusa Serra de estar lutando contra a descentralização das operações aéreas (o centro é São Paulo) e com isso fazer o jogo das empresas aéreas, mais interessadas em economia de escala do que na segurança dos passageiros ("Lixe-se a segurança do vôo e dos passageiros. Lixem-se todos, e que as empresas aéreas se lambuzem com esta economia de escala."). César Maia defende - com propriedade - a descentralização para aeroportos do Rio, Belo Horizonte, Salvador e (se der) Brasília, "antes que a próxima tragédia surja nos jornais e afete a todos - mais próximos ou menos próximos das futuras vitimas". Sua defesa da descentralização faz sentido, é por uma boa causa - a da maior segurança nos vôos. Mas duvido que não haja uma boa dose de política, um plano para os próximos vôos eleitorais.
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Acidente da TAM: cansei, está na hora de jornalismo sério
O noticiário sobre a tragédia do Airbus da TAM até agora foi um verdadeiro descalabro. O caos informativo começou com a certeza de que a causa do acidente teria sido a aquaplanagem na pista de Congonhas que, por sua vez, teria sido liberada irresponsavelmente pelo Governo Lula, causador também de um suposto apagão aéreo. Com o fim da culpa do tal do grooving, seguiu-se uma sucessão de trocas de causas e efeitos insuportáveis e irresponsáveis. A caixa-preta virou uma caixinha de surpresas. Todo mundo tira dela uma informação nova e exclusiva, reveladora da verdadeira causa do acidente. Mas na maioria dos casos o que se tem é uma campanha política que usa a dor das famílias das vítimas como escada para tentar atingir mortalmente o Governo Lula. A investigação jornalística é importantíssima, é da natureza da profissão. Mas ela tem que ser profunda. Ousada, mas bem fundamentada. Caso contrário, trata-se apenas de manipulação jornalística. O momento crítico exige mais seriedade do que nunca. O culpado foi o piloto, foi a pista, foi a TAM, foi a Infraero, foi a Airbus, foi a relação homem-máquina, foi a soma de tudo isso? Daqui a pouco vamos saber com certeza. Duvido que não se chegue a uma resposta precisa, esclarecedora. Queremos saber o certo para que haja uma solução capaz de evitar outras tragédias. Até o Arnaldo Jabor já percebeu que não temos que achar um culpado a qualquer custo. Está na hora de sair das nuvens e pôs os pés no chão. Com toda segurança.
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Acidente da TAM: a manifestação foi um ato de justa indignação ou teve jogada política?
Ontem, entre 5.000 e 6.000 (dados dos organizadores, Defesa Civil e Guarda Civil Metropolitana) fizeram caminhada do Ibirapuera ao ao prédio da TAM Express, em São Paulo, em protesto contra a tragédia do Airbus da TAM. Com certeza, começou como um protesto justo, movido pela dor dos parentes das vítimas. Mas tá na cara que houve manipulação. Um dos que participava do comando era Floriano Pesaro, secretário de Assistência e Desenvolvimento Social do governo Kassab (DEM, ex-PFL). Segundo a Folha, ele contou que estava lá, discursando em cima do caminhão que conduzia a passeata, como integrante do Cria (Cidadão, Responsável, Informado e Atuante) Brasil e como "paulistano indignado". "Essa passeata é apartidária", disse Floriano. "Viajo de avião com freqüência. Estamos sujeitos a pegar um vôo e não voltar para casa. Não vamos mais tolerar a inércia do Estado. Vamos protestar, entrar na Justiça." Difícil acreditar no apartidarismo. Parece que foi mesmo coisa de Demos com bicadas Tucanas...
O PAN 2007 foi excelente. Não apenas pelo quadro de medalhas, mas principalmente pelo astral geral do país. Isso, apesar de ter acontecido a tragédia da TAM logo no início. Os atletas estão de parabéns, o público está de parabéns. Tivemos algumas decepções, claro, mas quero fazer alguns destaques (devo ter esquecido um ou outro):
- O adesivo "We love Congo", reação à frase preconceituosa do representante americano
- A nossa primeira medalha de ouro, para Diogo Silva
- O futebol feminino
- O homem-água, Thiago Pereira
- Bernadinho (mais uma vez)
- Paz no Rio
- A final entre os brasileiros Jorvan Vieira e Hélio dos Anjos, técnicos de futebol na Copa Ásia, claro, com a vitória lindíssima da Seleção Iraquiana sobre a Seleção Saudita.
domingo, 29 de julho de 2007
Estão faltando leitos nos hospitais... da Inglaterra!
A matéria de capa do The Independent deste domingo é explosiva. Fala da crise dos leitos hospitalares, algo secularmente conhecido entre nós - mas neste caso trata-se da Inglaterra. A situação da falta de leito para tratamento de vítimas de traumato-ortopedia é considerado um escândalo nacional e está levando milhares de vítimas a sofrerem sem tratamento adequado. Alguns acidentados podem ficar até 3 semanas esperando para que seus ossos quebrados sejam reparados. O doutor Martin Bircher, um cirurgião conceituadíssimo, responsável pela denúncia ao jornal, declara que esse atraso prejudica a recuperação. Ele disse que "pacientes que foram seriamente feridos em estradas ou outros acidentes têm que esperar em média 12 dias - em agonia pelas dores - para receberem o tratamento especialista vital". Esperamos para breve a notícia de que o culpado é o Lula.
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sábado, 28 de julho de 2007
Cuidado, Jobim, que você está sendo colocado nas alturas...
Nelson Jobim soube ocupar muito bem os espaços nos seus primeiros dias como Ministro da Defesa. Chamou para ele o acidente da TAM e todos os problemas de gestão do setor aéreo. Visitou o Aeroporto de Congonhas, conversou com os tucanos, antecipou medidas, ameaçou trocar o segundo escalão do setor, deu entrevistas, falou e disse, mostrou que está no comando. Tudo muito bom. Tirou Lula do foco, aliviou as tensões, saciou parte das hordas sangrentas da classe média. Só precisa ter cuidado com a dosagem. Outro dia, um amigo meu, jornalista, falou para a mulher, também jornalista, que começava a achar que Nelson Jobim estava falando demais (Vejam só: com apenas dois dias de nomeação!). Talvez esse seja o risco: quando alguém é colocado demais nas alturas, o tombo pode ser maior. E é bom não esquecer que quem está do outro lado, no comando da oposição, são figuras como César Maia, Serra, a grande mídia e muitos outros de olho em 2010. É verdade que quem vê de cima vê melhor (do filme "Por um punhado de dólares") - mas também é melhor visto...
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Guerra do algodão: Brasil vence Estados Unidos na OMC
O Itamaraty revelou ontem que a OMC - Organização Mundial do Comércio decidiu contra os subsídios do governo americano à produção de algodão. Isso dá direito ao Brasil de "retaliar os Estados Unidos se o país não cumprir integralmente a decisão do órgão de eliminar os subsídios". A medida também favorece os países africanos. Leia na BBC.
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Comitê Político do Partido Comunista Chinês adverte contra economia superaquecida
O Diário do Povo de hoje divulga advertência do Partido Comunista Chinês feita a governos chineses regionais que estariam "ignorando decisão do Conselho de Estado para economizar energia e reduzir emissão de gases e que continuariam investindo pesado em setores de alto consumo dos recursos energéticos". Os investimentos em áreas urbanas cresceram 26,7% no primeiro semestre e grande parte do dinheiro está indo para indústria com alto consumo de energia. O Comitê Político do PCC, dirigido pelo Presidente Hu Jintao, declarou como prioridade "prevenir a economia contra o superaquecimento" e enfatizou a "necessidade de colocar o ambiente econômico doméstico e internacional na perspectiva certa, evitando excesso de liquidez e de produção além do necessário. A produção agrícola, principalmente de grãos, deve aumentar, e o desenvolvimento da infraestrutura agrícola deve acelerar. O compromisso de cortar o consumo de energia em 20% por cada unidade do PIB até 2010 é um desafio a ser cumprido", diz ainda o Comitê Político. São medidas que todo mundo está cansado de saber que são imprescindíveis para combater o aquecimento global e garantir um futuro melhor para a humanidade. E é bom saber que a alta direção da economia que mais cresce (ou uma das) no mundo está levando o assunto a sério.
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Nelson Jobim faz plano de vôo para 2010
Quando um político diz "minha mulher não deixa" quer dizer "não penso em outra coisa". E a idéia de candidatura à Presidência da República com certeza já sobrevoa a cabeça de Nelson Jobim há muito tempo. A alta exposição positiva que teve como Presidente do STF dava margem a pensar nessa direção. A tentativa de presidir o PMDB seguia nesse rumo, mas a derrota para Michel Temer mostrou fragilidade política e abortou a decolagem mais ousada. Agora uma nova chance pousou perfeitamente em seu colo. Primeiro, claro, ele terá o que resolver a chamada crise aérea. O que não é difícil. Na guerra das percepções, ele já conseguiu passar muito bem a imagem de "salvador da Pátria". Postura austera, mostrando decisões, comando, disposição para análise e carta branca para mudar o que for preciso. Já conquistou a mídia, está agradando a classe média e até calou a oposição. As condições climáticas estão favoráveis. Mas é claro que ainda existe muita pista pela frente. O mau tempo começará a surgir exatamente entre seus amigos Serra e Fernando Henrique, que verão no seu nome turbulência para os vôos tucanos. Da mesma forma, César Maia e seus "demos" não gostarão de ver seus eleitores conservadores embarcando nessa viagem. O céu nordestino também não será de Brigadeiro. Ciro Gomes vai ligar os sinais de alerta, claro. E o próprio povo nordestino pode se mostrar arredio ao ar imperial de Nelson Jobim que agrada tanto em regiões sulistas. Dois fatores vão contribuir para que Nelson Jobim mantenha as turbinas ligadas: o fato de finalmente o PMDB ter um nome próprio forte para concorrer à Presidência e o seu trânsito fácil no terreno petista, a começar por Lula, Mercadante, Tarso e até, quem sabe, José Dirceu. Mas, como já disse, ainda existe muita pista pela frente e Jobim terá que ter mais combustível para alçar vôo com segurança.
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quinta-feira, 26 de julho de 2007
Acidente da TAM: afinal, a altura do Hotel do Oscar interfere ou não interfere na extensão da pista de Congonhas?
Todos nós vimos no Fantástico, e até já falei aqui no Blog, que o Oscar's Hotel, que teve sua construção autorizada no ano 2000, contribui para reduzir em 130 metros a extensão da pista do Aeroporto de Congonhas. Agora, acertadamente e espertamente, o Prefeito Kassab decidiu interditar o prédio. O empresário Oscar Marone, claro, está chiando e acusando os governos de incompetência. O Prefeito retruca, diz que o empresário enganou a Aeronáutica, dizendo que ia construir um edifício de escritórios e fez um edifício de flats residenciais. A jornalista da sala ao lado não resiste e solta o berro: E DAÍ??!!! QUE DIFERENÇA FAZ PRA EXTENSÃO DA PISTA???!!! Realmente, não faz sentido. Se é de escritórios ou de flats a altura é a mesma. E a construção deveria ter sido proibida em primeiríssimo lugar pela altura, não por causa do "zoneamento de ruído". Leia a reportagem completa no G1 e aproveite para ver a foto do docinho do empresário.
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Jobim, defesa da imagem ou do país?
Na sua luta quase ensandecida contra Lula, o Prefeito César Maia, do Rio de Janeiro, escreve hoje no seu Ex-Blog que Nelson Jobim é o "ministro da defesa da imagem do governo". Trocadilho à parte, ele está certo. Em política, a guerra de percepções é travada incessantemente e nós todos somos testemunhas dos ataques violentos que são feitos para destruir a imagem de Lula. Isso acontecia mesmo antes de sua eleição, mas intensificou-se em 2005. Teve o mensalão, que não deu certo. Tivemos vários escândalos, fabricados ou não, que tentou-se atribuir a Lula, mas também não deu certo. Teve a queda do avião da Gol e a crise dos controladores que já estavam quase sendo abandonadas como arma política, trocadas pelo caso Renan. Com o recesso, Renan ganhou sobrevida. Tentou-se a vaia do PAN, logo desmascarada. Mas para a felicidade geral da não-Nação, veio a tragédia da TAM. O primeiro movimento dos abutres de ocasião foi no sentido de culpar a pista do Aeroporto de Congonhas e, por tabela, a Infraero e, por tabela, Lula. Viu-se logo que não era bem assim, mas não importava. O sofrimento das 200 famílias passou a ganhar corpo como culpa de Lula. E o país passou a viver os efeitos dessa batalha. Como qualquer batalha real, digo, dessas que são vistas no Iraque, na Palestina ou no Complexo do Alemão, a batalha das percepções pode ser algo cruel, de baixarias, insensível, completamente desprovida de bom senso. É uma batalha assim que estava (está) em marcha, com vantagem momentânea para os degradadores. Trata-se de uma situação que abala qualquer governo, mas abala principalmente o país. Ao mover as peças em defesa de sua imagem, o Governo Lula também procura defender o país. A retomada do clima de serenidade é fundamental para todos nós. Não queremos dizer que não deva haver o embate político, com batalhas de percepções renhidas. Mas não se pode ficar eternamente na "batalha pela batalha" ou no "quanto pior melhor". Pessoalmente, não tenho nada nem a favor nem contra Nelson Jobim. Apenas penso que ele foi a melhor escolha de Lula em defesa de sua imagem (nisso, César Maia concorda) e também em favor do país (isso os César Maia não querem aceitar).
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quarta-feira, 25 de julho de 2007
Médicos dos EUA contornam embargo e se formam em Cuba
Os governos americanos não desistem de fazer campanha anti-Cuba. Mas, segundo essa notícia da BBC, oito estudantes americanos acabam de se formar na Escola Latino-Americana de Medicina, em Havana. Os jovens, todos de famílias pobres, passaram seis anos estudando medicina na ilha, com bolsas de estudo do governo cubano, que incluíam as aulas, os livros-texto, a comida e a acomodação. Como pagamento, os médicos devem regressar a suas comunidades nos Estados Unidos e oferecer serviços assistenciais de baixo custo aos que necessitarem. Como centenas de outros estudantes em toda a América Latina e África, os oito estudantes, que não tinham como pagar por seu treinamento nos Estados Unidos, receberam bolsas integrais de Cuba. "Recebemos tudo, dos livros aos uniformes. As condições são que voltemos às nossas comunidades, onde quer que sejamos úteis, e que providenciemos atendimento à saúde", disse Evelyn Erickson, de Nova York. Os estudantes vieram a Cuba graças a um acordo entre o presidente cubano, Fidel Castro, e membros do bloco de legisladores negros do Congresso americano. Em outras circunstâncias, cidadãos americanos são legalmente proibidos de visitar Cuba. Segundo as autoridades cubanas, mais de 80 jovens americanos estão estudando na Escola Latino-Americana de Medicina, cujos diplomas são reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Ao todo, já seriam mais de 5 mil jovens de 25 países estudando medicina em Cuba.
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Estados Unidos usam dinheiro cubano para indenizar vítimas de seus ataques frustrados
Segundo notícia distribuída pela Reuters, uma mulher do Maine (nordeste dos EUA) abriu processo contra o líder cubano, Fidel Castro, pela captura e morte do seu pai (Geoffrey Francis Sullivan), um piloto que teria desaparecido sobre Cuba há mais de quatro décadas, disseram autoridades judiciais na quarta-feira. O processo foi aberto em maio por Sherry Sullivan e remetido nesta semana a Cuba. Acontece que Sullivan-pai tinha se envolvido "em várias operações secretas anti-Castro na América Central e Cuba" antes de desaparecer, quando sobrevoava a ilha, em 1963 e foi declarado morto pelas autoridades dos EUA, segundo a ação, que pede uma indenização não-especificada. Quem pensa que isso é maluquice, enganou-se. Olha só a esperteza: graças a uma lei norte-americana de 1996, vários casos desse tipo já foram abertos na Justiça dos EUA contra Cuba, e várias famílias conseguiram indenizações, pagas em parte com verbas congeladas de contas cubanas em bancos dos EUA. O jornal Miami Herald diz que o fundo chegou a somar 268 milhões de dólares, mas há relatos de que o dinheiro já praticamente acabou. Traduzindo: os Estados Unidos primeiro seqüestram o dinheiro cubano, depois tentam tomar o poder local à força e por fim pagam os prejuízos e as indenizações com o dinheiro da grande vítima - Cuba!
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Lula vai para o ataque trocando a Defesa
A questão de Waldir Pires no Ministério da Defesa era acima de tudo de percepção. Sobre ele eram descarregadas todas as responsabilidades pelos problemas aéreos que cruzaram os céus brasileiros nos últimos tempos. A percepção negativa existia tanto na oposição civil (incluindo a mídia) quanto entre os militares saudosos do Golpe de 64. Nelson Jobim na Defesa é um bom movimento de ataque. É um bom nome para neutralizar as percepções negativas e vencer a crise. O país (exceto o Prefeito César Maia, claro) conta com isso.
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Acidente da TAM: Arnaldo Jabor contra César Maia
O Arnaldo Jabor, todo mundo conhece, é aquele intelectual polêmico, que gosta principalmente de falar mal de alguém ou de alguma coisa. Pessoalmente, acho muito chato, mas, queira-se ou não, tem um trabalho respeitável no meio intelectual. Seu tucanismo é forte, mas o mais forte nele é ser do contra. Hoje, na CBN, ele tomou uma posição louvável. Disse que é um momento de trégua, em nome do Brasil. Foi motivado, disse ele, se me lembro bem, pelas palavras do Brigadeiro que falou que não há apenas uma causa para o acidente da TAM, mas, sim, que há vários fatores que podem ter contribuído para a tragédia. Não se deve buscar um culpado, mas um conjunto de fatores. Segundo Jabor, não é o caso de se culpar Lula por tudo, nem é o caso de Lula achar que a imprensa está errada em tudo. Perfeito. O país precisa dessa postura. Ao contrário do que pensa César Maia, que não passa um único segundo sem tentar politizar a tragédia. Hoje no seu Ex-Blog ele relembra a crise do mensalão e lamenta mais uma vez que a Oposição, na época, tenha diminuído os ataques e perdido a oportunidade de liquidar Lula. No momento, ele continua loucamente em busca de destruir Lula junto com o Airbus da TAM. Tudo bem que ele é político e, por isso, não consegue fazer outra coisa além de política. Mas isso não dá o direito de brincar com a dor alheia. Essa velha prática do "quanto pior melhor" não faz bem ao país.
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terça-feira, 24 de julho de 2007
Para TAM, o lucro está em primeiro lugar
Deu no Blog do Mello:
Hoje, sétimo dia após o acidente com o Airbus 320 da TAM, publicamos os sete mandamentos, que são a base da filosofia da empresa.
Estão lá no site da empresa os sete mandamentos da TAM. Veja a lista, reproduzida abaixo, e repare bem qual é o primeiro e mais importante.
1º - Nada substitui o lucro 2º - Em busca do ótimo não se faz o bom 3º - Mais importante que o cliente é a segurança 4º - A maneira mais fácil de ganhar dinheiro é parar de perder 5º - Pense muito antes de agir 6º - A humildade é fundamental 7º - Quem não tem inteligência para criar tem que ter coragem para copiar
Precisa falar mais alguma coisa?
A Pira pirou?
Diz a Globonews, em plantão jornalístico, que a chama da Pira Olímpica do Pan 2007 apagou e ninguém sabe por quê. Na próxima edição vão dizer que é culpa do Lula...
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Acidente da TAM: chega de politização
A politização da tragégia com o Airbus da TAM chegou a extremos. Não é que eu seja contra as análises politicas dessas situações. Mas não dá para fantasiar, forçar a barra, simular "fatos". Tudo começou pelo desejo de crucificar o Governo Lula, utilizando-se para isso da pista sem grooving. Depois, como viram que essa "causa" não se sustentava, transformaram a justa indignação de Marco Aurélio Garcia em comemoração anti-vítimas. Deputados da CPI, que foram aos Estados Unidos fazer não sei bem o que, deram depoimentos sobre o conteúdo da caixa-preta que nem tinha sido aberta ainda. E agora César Maia, no seu Ex-Blog inventou uma história de que o defeito no reverso é coisa do Governo e que o Marco Aurélio Garcia, na hora do famoso top-top, já sabia disso. Alguém tem que ter mais respeito à dor das famílias das vítimas, à dor de toda a população e a um mínimo de inteligência do ser humano. Parem com essa brincadeira de mau gosto, que parece não ter fim. Na sua coluna Toda a Mídia, na Folha, Nelson de Sá relata algumas dessas maluquices que percorrem a mídia (transcrevo trechos mais abaixo). Também na Folha, há bom senso nas críticas de Adyr da Silva, presidente da Associação Brasileira de Direito Aeronáutico e Espacial e do Instituto do Transporte Aéreo do Brasil, chefe permanente do Brasil na Organização da Aviação Civil Internacional e professor da Universidade de Brasília, ex-presidente da Infraero (1995-98), ex-diretor-geral do Centro Tecnológico Aeroespacial (1991-92) e ex-diretor do extinto Departamento de Aviação Civil (1987-91). Trecho de Toda a Mídia:
O blog de Marcelo Coelho na Folha Online avisou, dias antes, contra os esforços seguidos de "capitalizar politicamente a tragédia", apesar das evidências de causas conflitantes e, mais provavelmente, múltiplas. A oposição "usa" uma possibilidade, os governistas "comemoram" outra. Ontem foi a vez de Fernando Rodrigues, diante do vaivém no laudo do IPT, postar no blog do UOL que "a guerra política para faturar com a morte de 200 inocentes não pára nem tem limites". E de Helena Chagas, em seu blog no iG, apontar "politização da caixa-preta" nos vazamentos dos dois deputados que a seguem -um da oposição, contra a pista, e outro da situação, contra o avião.
A PISTA, A PISTA O vazamento do deputado da oposição foi destaque por todo lado, mas a manchete que causou espécie foi a do Globo Online, que assumiu a informação, "Caixa-preta mostra que a pista teria contribuído para acidente". Ou ainda, no texto blogueiro de Ricardo Noblat, "a pista contribuiu de algum modo para ocorrer a tragédia". Duas horas depois e o site mudou o enunciado para "Caixa-preta revela que piloto não tentou arremeter", como nos demais sites e portais, com eco por rádio e TV paga.
O AVIÃO, O AVIÃO O UOL foi o único a dar as duas versões. Primeiro, em uma submanchete, "Piloto não tentou arremeter, diz deputado" -o da oposição. Depois, no lugar da anterior, "Falha no computador do Airbus é hipótese investigada, diz deputado" -o da situação.
"ESPECULAÇÃO" Só no fim da tarde surgiu a manchete "Aeronáutica ataca especulação, nega informação sobre caixa-preta", Folha Online e depois vários outros, inclusive Globo Online, com enunciado um pouco diverso. Segundo um brigadeiro, "no grau em que estão as investigações da caixa-preta, não se pode afirmar nada nem especular sobre dados".
SOBERANOS Depois dos três dias de bate-estaca na mesma Globo com a entrevista dos dois pilotos "autorizada pela TAM" -declarando que o problema é pista, não avião- o "SPTV" noticiou que os "pilotos se recusam a pousar". Daí os vôos cancelados, o saguão lotado, as cenas do dia. De sua parte, segundo a Globo, também ontem sobre os cancelamentos, "a TAM disse apenas que é questão de soberania dos pilotos".
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Datafolha: entre paulistanos, até quem votou em Alckmin apóia Lula
Interessante essa pesquisa Datafolha, realizada na cidade de São Paulo em 20 de julho, com 1092 eleitores e margem de erro máxima de 3%. Em primeiro lugar, ela trouxe um problemaço para os tucanos, com o crescimento da aprovação do "aliado" Kassab. Os alckmistas e o Aécio estão vendo a nova força de Serra localmente (dizem até que ele quer transformar o "S" do PSDB em inicial do seu nome...). Em segundo lugar, para desespero de toda a Oposição (partidos e mídia), o Governo Lula continua muito bem avaliado entre os paulistanos. Pior: até quem votou em Alckmin ou votou em Branco/Nulo está dando bons índices de Ótimo/Bom para Lula.
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segunda-feira, 23 de julho de 2007
Apagão elétrico: dessa vez em Barcelona...
O centro de Barcelona está caótico. Um incêndio nos transformadores seria a causa. Veja a notícia publicada há 10 minutos no El País:
Un apagón deja sin luz gran parte de Barcelona
La avería afecta a domicilios, hospitales y transportes y coincide con el incendio en dos transformadores eléctricos de la ciudad
(EFE - Barcelona - 23/07/2007)
Un apagón eléctrico está afectando desde esta mañana gran parte de Barcelona y ha dejado sin luz a numerosos domicilios particulares, comercios, hospitales, semáforos y transportes públicos, como el servicio de Metro o los Ferrocarriles de la Generalitat. El Ayuntamiento de Barcelona ha explicado que el apagón ha coincidido con sendos incendios en dos transformadores eléctricos de la ciudad, situados en el Paseo Maragall y en la Avenida Josep Tarradellas, donde se han traslados varias dotaciones de Bomberos. Un portavoz de la compañía Fecsa-Endesa ha confirmado que el apagón afecta a varios puntos de la ciudad, como los distritos del Eixample, Sants y El Clot, si bien ha afirmado que aún se desconoce las causas y el número de afectados.EL APAGÓN EM UM HOSPITAL DE BARCELONA. Até agora, 15:22h Brasília, o escuro continua.
Acidente da TAM: a culpa vai acabar sendo do Pitta...
Segundo denúncia do Fantástico, a pista do Aeroporto de Congonhas, na prática, tem 1.810 metros, não 1.940. Esses 130 metros a menos seriam resultado de um hotel que está sendo construído próximo, tem 50 metros de altura e está interferindo nas manobras aéreas. A licença para a construção do hotel - aparentemente irregular - teria sido dada no ano 2000, final do Governo Fernando Henrique e adivinha quem era o Prefeito de São Paulo? Ele mesmo, o já famoso Celso Pitta. Na verdade, ele e todos os prefeitos paulistanos que permitiram o estrangulamento de Congonhas têm parcela de culpa pelo caos local. Também têm culpa os departamentos da Aeronáutica que permitiram obras perigosamente altas na região. Sem contar, claro, as empresas aéreas que forçaram a barra para lucrar mais com o Aeroporto de Congonhas. A lista de culpados é extensa e revela um Brasil secularmente sem infraestrutura adequada para crescer - e em certos aspectos até mesmo para sobreviver...
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domingo, 22 de julho de 2007
Kassab, quem diria, dá a volta por cima
A Folha de hoje publica pesquisa Datafolha que coloca o atual Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL), como forte candidato à reeleição, em 2008. Segundo a pesquisa (1092 entrevistas), a avaliação de bom/ótimo para sua administração pulou de 15% em março para 30%. É um desempenho fantástico, devido provavelmente a uma atuação mais low-profile que passou a ter. O problema agora passsou a ser a aliança dos Demos com os Tucanos, já que estes estão interessados na candidatura de Geraldo Chuchu Alckmin. Na mesma pesquisa, a avaliação positiva de Serra subiu 6 pontos (de 31% para 37%).
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Acidente da TAM: a mídia refletindo mais
A mídia continua em sua campanha irracional anti-Lula aproveitando-se da desgraça alheia. Mas aqui e ali começam a surgir análises e reportagens menos interesseiras e menos temperamentais. Na postagem abaixo, reproduzi texto de Tereza Cruvinel no Globo de hoje. Também o Globo, em reportagem (Soma de problemas pode explicar tragédia) de Chico Otavio, Soraya Aggege e Lino Rodrigues, começa a dizer que "condições da pista, chuva, falha mecânica, excesso de peso e velocidade do avião são aspectos sob investigação". Ou seja, tiraram um pouco o foco de cima de Lula. Elio Gaspari, na sua coluna de hoje, vê o aspecto ainda pouco analisado, da bagunça que sempre gerou lucro. Reproduzo na íntegra:
O cartel dos aerocratas gerou o caos
O Código de Aeronáutica fixa indenizações irrisórias em moeda que não existe; a Justiça atropelou-o
AS MEDIDAS ANUNCIADAS na sexta-feira por Nosso Guia vieram tarde, mas são um passo para enfrentar o descalabro do aeroporto de Congonhas. Tudo indica que, pela primeira vez, o assunto foi tratado sem a decisiva interferência do cartel de aerocratas da TAM, da Gol, da Infraero e da Anac. Em vez de reclamar, as empresas podem oferecer aos seus passageiros uns 20 pontos de embarque em ônibus para Guarulhos e Viracopos. Neles, poderiam até adiantar o check-in. A aviação comercial brasileira e a administração aeroportuária entraram em colapso porque a bagunça dá lucro. Basta que se reflita sobre um dispositivo do Código Brasileiro de Aeronáutica, de 1986. Ele determina que, em caso de morte de um passageiro, a companhia deve indenizá-lo até um limite de 3.500 Obrigações do Tesouro Nacional, ou OTN. Esse papel não existe mais. É uma peça de arqueologia financeira. Virou BTN e hoje se chama TR. Numa conta, a indenização pode valer R$ 14 mil. Noutra, R$ 125 mil. Trata-se de um dispositivo iníquo e anacrônico que só sobrevive porque tudo o que se refere à aviação comercial passa pela manipulação dos interesses de uma aerocracia privada e pública. Felizmente, os tribunais atropelaram essa maluquice, mas o fato de ela ainda estar por aí mostra como colecionam-se absurdos. A pista de Congonhas é curta, o aeroporto está engarrafado, as empresas submetem os passageiros ao overbooking e nada resta à patuléia senão relaxar e gozar. Os três grandes desastres da TAM e da Gol mataram 445 pessoas. Para conseguir indenizações adequadas, seus familiares tiveram que contratar advogados, ir à Justiça e, em muitos casos, aceitar acordos. As vítimas da TAM que batalharam na Justiça americana conseguiram compensações até três vezes superiores. Em Pindorama, a maior indenização paga pela empresa, por ordem do juiz, foi de R$ 800 mil. Só numa atividade que desrespeita os clientes em benefício da patranha um presidente de empresa pode fazer o que fez o doutor Marco Antonio Bologna, da TAM. Na quarta-feira ele disse que o Airbus estava em "perfeitas condições". Na quinta-feira, confrontado com informações que tinha, mas não revelava, Bologna confirmou que havia um defeito no sistema que ajuda a frear o avião.
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Acidente da TAM: as responsabilidades de cada um
Gostei bastante da análise feita por Tereza Cruvinel no Globo de hoje. Reproduzo na íntegra:
A gula das aéreas e a inépcia estatal
As companhias aéreas vão chiar. Com as medidas baixadas pelo governo na sexta-feira, elas vão ganhar menos dinheiro. Vão gastar mais para redistribuir os vôos que concentraram em Congonhas. TAM e Gol tiveram lucros gordos na crise, enquanto eles minguavam lá fora. Desafogar Congonhas é uma medida corajosa, mas, com esta Anac servil às companhias, será difícil. Mais difícil ainda será enfrentar a resistência da Infraero à abertura de seu capital e à construção do novo aeroporto de São Paulo pelo regime de PPPs. Para especialistas, as medidas são boas, mas têm dois graves defeitos. Um, não terem sido adotadas antes. Para isso, só faltou decisão ao governo. Outro, não terem vindo acompanhadas da unificação da gestão num só comando. Com o remanejamento dos vôos de Congonhas, os primeiros cálculos indicam que a TAM perderá mais de cem conexões e cerca de 200 escalas. A Gol, quase o mesmo número, e a Pantanal, menos de cem. Elas não estão acostumadas a obedecer, e sim a convencer a Anac. Obtiveram o aumento de cerca de 40% dos pousos e decolagens em Congonhas, nos últimos três anos, e a liberação da pista reformada antes das ranhuras prontas. Como irá esta Anac amiga impor mudanças que vão reduzir os ganhos? Pode ser preciso trocar alguns diretores, admite um ministro de Lula. O governo agora excomunga a Anac, mas foi ele mesmo que nomeou seus diretores por critérios políticos. Recentemente, a ministra Dilma brecou, escandalizada, uma proposta de recesso (fora as férias) para servidores da agência, cujo presidente é ligado à ministra. É verdade que, com o fim do monopólio TransbrasilVarig-Vasp, e a entrada da Gol em cena, a competitividade aumentou, os preços baixaram e mais gente passou a voar. As tarifas caíram cerca de 40%, embora o preço do petróleo tenha subido. A demanda aumentou 12% em 2006 e 13% só no primeiro semestre deste ano. Mas as companhias levaram também para o setor uma mentalidade de empresas de transporte coletivo: ônibus cheio, faturamento alto. Se nos últimos cinco anos os passageiros saltaram de 40 milhões para 57 milhões ao ano, a frota nacional encolheu, de 366 para 230 aeronaves. A receita para manter o faturamento nas alturas foi operar em regime de “ônibus cheio”: cerca de 72% de ocupação média dos assentos. Às vezes, como no caso do avião que explodiu em Congonhas, 100% de ocupação. E cortando custos com a centralização das conexões em aeroportos centrais como Congonhas. Estas são críticas às empresas, feitas por uma autoridade do governo que não é da Anac, naturalmente. Agora, vejamos o que diz do governo um alto executivo do setor. Ele supõe que o acidente de São Paulo não teve relação com o apagão, não teria acontecido se o avião com defeito no reverso tivesse ido logo para a oficina. Não foi porque a empresa não podia prescindir da aeronave. Mas apagão mesmo virá, diz ele, se o Estado não for além do já prometido. A Infraero, com a governança atual, leva dez anos para tirar uma decisão do papel e começar uma obra. Este novo aeroporto de São Paulo não sairá nunca. Com a abertura do capital, a gestão da empresa terá que mudar, aposta o governo. Mas é preciso mudar a mentalidade: a Infraero gosta mesmo é de investir em terminais de passageiros. Não gosta de fazer nem reformar pistas, não gosta de obras pequenas, porém necessárias. Talvez porque isso não dê propina, diz o aeroteca. A pista principal de Congonhas pede reforma há cinco anos, mas só saiu na emergência.
Obra cara e sem licitação.
Melhor do que abrir o capital da Infraero, diz ele, será adotar o modelo da Inglaterra, onde todos os aeroportos são privados. Ou o de Nova York, onde um ente público, a Port Authority, concede a exploração do serviço a quem constrói a infra-estrutura. A gestão, ele concorda com o que se discute no governo, terá que ser centralizada e tendo a Anac como cabeça do sistema, mas chefiada por um gestor buscado no mercado de talentos. Pode haver acertos e impropriedades nestas considerações sobre o setor aéreo. Mas, agora, tudo é subsídio. O tema para especialistas entrou na esfera pública.
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sábado, 21 de julho de 2007
Sugestão para as próximas manchetes: "Lula é o culpado pelos problemas de Heathrow"
O jornal inglês The Independent fez matéria de primeira página com o título "Heathrow: The world's least favourite airport", onde relata alguns dos problemas do aeroporto internacional mais movimentado do mundo. Logo no primeiro parágrafo fala de "tempestade de atrasos, falta de investimentos e protesto ecológico" como ingredientes explosivos do momento no Aeroporto de Heathrow, em Londres, na Inglaterra. O jornas alerta para o início da próxima temporada de 8 semanas, com cerca de 10 milhões de passageiros circulando, atormentados pelos atrasos causados "pelas checagens de segurança e pela lentidão da modernização do aeroporto". Diz um alto executivo do setor que o aeroporto está prestes a não cumprir mais sua finalidade e "são os passageiros, as linhas aéreas e a economia britânica que pagam por isso". Heathrow está recebendo 68 milhões de passageiros por ano, mas sua capacidade é de apenas 45 milhões. A reportagem fala também que ontem, sexta-feira 20, o aeroporto esteve caótico, com 141 vôos cancelados por causa da chuva torrencial. Eu pergunto: será que isso é realmente na Inglaterra? Será que não é mais um dos pecados do Governo Lula, o bode expiatório preferido de nossa mídia? Em toda parte do mundo crescem os problemas de infraestrutura - que precisam ser resolvidos, mas não com chantagem política. Se a imprensa quer cobrar seriedade - e está certa, agindo assim -, deve começar sendo ela mesma mais séria.
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Acidente da TAM: aeroportos como Midway, em Chicago, ou Congonhas, em São Paulo, foram feitos para o século passado
Congonhas e Midway, cercados de perigo
Vocês conhecem o filme Metropolis, de Fritz Lang? É lindíssimo, uma ficção realizada no início do século XX (1927, o YouTube tem trechos). Mostra uma cidade do futuro, bem verticalizada, cortada por aviões a todo instante. O curioso é que os aviões que voam pra lá e pra cá, longe de parecerem os aviões de hoje, lembram mais o 14 Bis... Congonhas (1936), Midway (1949) são aeroportos assim, voltados para o passado (como muitos outros, aliás). Os administradores das cidades não pensaram em proteger os aeroportos contra o crescimento metropolitano. Ao contrário, as grandes cidades foram crescendo mais e mais, desordenadamente e inviabilizando o acesso aos terminais aéreos. Leiam essa notícia de Antonio Perez sobre um acidente no Midway, em Chicago, em dezembro de 2005, e me digam se não é parecidíssimo com o da TAM:
Na tragédia de quinta à noite, no Aeroporto Midway, um jato da Southwest Airlines deslizou pela pista e foi parar na avenida, matando uma criança de 6 anos que estava em um automóvel. (...) O acidente mortal (...) renovou a necessidade de áreas de escape ou outras medidas de segurança em centenas de aeroportos americanos para dar aos pilotos margem mais ampla de reação aos erros.Uma cidade como São Paulo não merece o tratamento que vem tendo há décadas, por parte dos Governos Federal, Estadual e Municipal e por parte das empresas aéreas, na política de transporte aéreo. O vai-vem dos helicópteros é assustador, pousar-aterrissar em Congosnhas é assustador, o ir e vir para Cumbica ou Viracopos é assustador, circular próximo aos aeroportos é assustador. Mais assustador ainda é nada ter sido feito com planejamento. A mentalidade é do passado, pensando-se no lucro futuro e com um presente trágico. Se continuar como está, teremos que mudar o lema de "São Paulo não pode parar" para "São Paulo não pode voar"...
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sexta-feira, 20 de julho de 2007
Acidente da TAM: nossas câmeras flagraram um digno representante do povo brasileiro reagindo à notícia do fim da farsa sobre a tragédia em Congonhas
Tenho certeza que, se estivesse vivo, Henfil reagiria da mesma maneira. O que a mídia andou fazendo, explorando a dor da população, é motivo mais do que justo para muita indignação. Para escapar da ira popular, monta-se agora outra farsa, tentando provar que o gesto de Marco Aurélio Garcia foi uma comemoração indevida, desrespeitosa às vítimas. Na minha opinião, se houve comemoração nas imagens, foi pelo fim da mentira que estava sendo construída.
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A "barriga " de ACM
Lembro que li, eram pouco mais de duas horas da manhã, quando o Plantão Globo, citando a Rádio do Moreno, noticiou a morte de Antônio Carlos Magalhães. Na CBN das 5 horas ouvi que ele estava vivo. Voltei ao Plantão Globo e a notícia tinha desaparecido. Só tinha uma, das 3:17h, dizendo que ele tinha tido parada cardíaca, mas está vivo.
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Guerra santa
Curiosa notícia do Painel da Folha de hoje: "Entre as chapas que se inscreveram para disputar vagas na direção da UNE, em congresso realizado duas semanas atrás, uma surpreendeu pelo nome inusitado: "Deus". No discurso a que teve direito, seu único representante leu passagens da Bíblia. Em seguida foi a vez dos integrantes do DEM defenderem sua tese diante dos estudantes, a maioria ligada a partidos como PC do B e PT. Encerrados os debates e a apuração dos votos, chamou a atenção da platéia o fato de o solitário religioso ter recebido mais votos do que a chapa do Democratas. Rapidamente, um slogan se espalhou entre os presentes: -"Deus" vence os "demos" no congresso da UNE!
Acidente da TAM: a mídia deve desculpas a todo o povo brasileiro
Nos últimos dias, a mídia praticou incessantemente o anti-jornalismo. Usou e abusou do direito de mentir, camuflar, enganar o próximo, usar o sofrimento alheio para fazer campanha política baseada em falsificação de notícias. Ter posição política de oposição ao governo é absolutamente natural - e até desejável para o fortalecimento da democracia. Mas a mentira escancarada passando por cima da dor da população é inadmissível. Os editores deveriam vir a público pedir desculpas pela cobertura nefasta feita sobre a tragédia do Airbus da TAM no Aeroporto de Congonhas.
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quinta-feira, 19 de julho de 2007
Acidente da TAM: Organizações Globo abandonam o jornalismo e escancaram campanha contra Governo Federal
Nas capas do Extra e do Globo de hoje, as Organizações Globo fazem tudo, em verdadeira forçação de barra e total anti-jornalismo, para associar o Governo Federal à tragédia da TAM.
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Acidente da TAM: Cony dá aula de jornalismo a Heródoto Barbero
Carlos Heitor Cony já foi um grande nome da resistência jornalística brasileira, durante a ditadura, no Correio da Manhã. Hoje, no programa da CBN que divide com Artur Xexéo e é capitaneado por Heródoto Barbero, ele deu aula singela sobre jornalismo, digamos, de oposição. Disse que 1) deve-se sempre desconfiar dos governos - se eles dizem que o céu é de uma cor, a gente deve achar que é de outra cor -, mas 2) linchamento não faz parte do jornalismo. Ele falou algo asssim por causa da incessante pergunta/cobrança de Heródoto (desde as 6 da manhã) sobre a necessidade de se demitir alguém do Governo Federal (provavelmente ele pensa no próprio Lula...) como responsável pelo acidente da TAM. Cony falou apenas o óbvio: ninguém sabe nada certo ainda; é preciso investigar e ter certezas, antes de acusar. Elementar, meu caro Heródoto. Mas parece que o âncora matinal da CBN não se convence com o uso do bom senso. Continua tentando provar que o tráfego aéreo do Brasil é um dos mais perigosos do mundo, e mostra-se cego e surdo (e mudo) sobre os índices internacionais que dizem o contrário. O índice de acidentes aéreos do país (0,87 acidentes por milhão de decolagens) está bem abaixo da média internacional, que é de 1,2 (Ler entrevista na Folha do dia 3 de outubro de 2006 com especialista em segurança de vôo do SNEA (Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias), Ronaldo Jenkins). O ideal, é claro, é aperfeiçoar cada vez essas atividade, com a meta de se chegar a acidente zero. Isso, sim, deve ser permanntemente cobrados dos governos. O que não se pode é usar a tragédia com oportunismo político.
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Acidente da TAM: Oposição encontrou o substituto para o recesso do Renan
Sai Renan, entra TAM. A Oposição ganhou novo fôlego. Alguns parlamentares que pareciam desiludidos com o início do recesso que hibernou o caso Renan ganharam (macabramente) vida com essa tragédia nada anunciada. Vociferam, atacam, falam sem parar, sem saber nada do que aconteceu e sem se preocupar muito com a dor das famílias das vítimas. Destaque positivo para o Prefeito do Rio, César Maia, que abriu seu Ex-Blog com condolências e não procurou aproveitar-se do momento para fins puramente políticos.
Nem tudo é tragédia em São Paulo: finalmente poderemos usar celular no metrô...
Uma boa notícia essa de que finalmente as operadoras de celular e o Metrô chegaram a um acordo e que até o final do ano haverá sinal nos túneis metroviários. A população paulistana não merecia continuar às margem desse avanço tecnológico.
Acidente da TaM: mericanos querem transformar a tragédia em outro "Congo"
O correspondente do Globo em Washington, José Meirelles Passos, manda hoje uma reportagem, feita com "especialistas" dos Estados Unidos, que é o primor na demonstração da arrogância de alguns irmãos do Norte. Procuram demonstrar acima de tudo a negligência do Estado (brasileiro, claro) sem saber praticamente nada do que aconteceu. Falam de "uma provável falha ou negligência de controladores de vôo na torre de controle do aeroporto". Falam da " extensão da pista, que não é adequada para operações com grandes jatos, condição agravada pelo fato de ela estar muito próxima de edifícios e vias expressas". Há, ainda, certa preocupação em trazer de volta o acidente da Gol de volta e colocar sua culpa no Governo e nos controladores brasileiros. "Quantas pessoas mais serão mortas antes que o governo brasileiro interrompa as experiências que a FAB (Força Aérea Brasileira) vem fazendo ao vivo com a segurança do público viajante?" — perguntou, irritado, Marc Baumgartner, presidente da Federação Internacional das Associações de Controladores de Tráfego Aéreo (Ifatca, na sigla em inglês), sediada em Montreal, no Canadá. Há uma posição mais serena, é verdade, como a de outro especialista do ramo, Todd Curtis, fundador e diretor da AirSafe.com Foundation (ASF), sediada em Seattle, que disse que ninguém deveria se precipitar em apontar uma causa principal, uma vez que “a realidade é que a maioria dos acidentes não tem uma única causa, mas muitas causas diretas e secundárias”. A maioria, no entanto, deve estar pensando que Congonhas é o nome por extenso de Congo...
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Acidente da TAM: grooving or not grooving, uma falta questão
A primeira notícia que tive do acidente da TAM foi através da CBN, enquanto eu dirigia o carro. Um dos personagens centrais da reportagem era um Brigadeiro (ou ex-Brigadeiro, não lembro), autoridade no assunto, sem dúvida, que insistia em um ponto que depois viria a se transformar em personagem central de todas as reportagens: o grooving, as ranhuras que se aplicam nas pistas para favorecer a drenagem da água durante as chuvas. O Brigadeiro apresentava como um absurdo a pista do Congonhas ter sido liberada sem o grooving. As obras teriam sido concluídas dia 20 de junho, mas a implantação do grooving estaria programada para ter início dia 25 de julho. Absurdo, realmente, principalmente em um dia de chuva como aquele, o que certamente teria provocado a aquaplanagem do AirBus, sua derrapagem, sua tragédia. Daí em diante foi fácil encontrar na Infraero, no Governo Federal, no Ministério da Defesa, na Anac, na FAB e principalmente em Lula os responsáveis pelo acidente. Hoje descobrimos que o grooving talvez nem seja tão importante assim, já que alguns aeroportos não têm e outros até discutem a sua necessidade. Descobrimos também que a pista do Congonhas está bem mais segura e que momento antes do acidente não tinha água acumulada, fato que não possibilitaria aquaplanagens. Ou seja, todos os argumentos que colocaram no ar para criticar o Governo foram por água abaixo. O grooving transformou-se em falsa questão. O que fazer, então? Continuar atacando o Governo, claro, sem se saber a causa de nada.
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quarta-feira, 18 de julho de 2007
As vaias, segundo Os Amigos do Presidente Lula
Existe um blog, que eu desconhecia, chamado Os Amigos do Presidente Lula. Recebi um texto que estava postado nele que trata do mistério das vaias e é bem interessante. Reproduzo:
Decifrando o mistério das vaias a Lula... Saiu tudo conforme o planejado. O operário Luiz Inácio Lula da Silva foi vaiado e passou pelo maior constrangimento público de seus quatro anos e meio na presidência. A solenidade de abertura dos jogos Panamericanos seguiu à risca o roteiro definido pelo "comando central", o mesmo que controla toda a campanha de mídia contra o Governo Federal. No Rio desde quinta-feira, dia 12, procurei descobrir se e de que maneira foi arquitetado o plano de humilhação. Conversando muito aqui e ali, com jornalistas, políticos e gente do povo, levantei 14 informações que futuramente poderão ser úteis à reconstituição histórica do episódio. 1) Havia mais de um mês, já se falava numa "recepção" diferenciada a Lula na festa de abertura do Pan. O assunto era comentado com freqüência na Avenida Alfredo Baltazar da Silveira, no prédio da Secretária Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. 2) Há cerca de três semanas, esse foi supostamente o tema de uma reunião entre Marcelino (que deve ser o D'Almeida), Moacyr (que deve ser Barros Bastos) e Gustavo Coimbra Coelho Cintra, na sede do Recreio dos Bandeirantes. 3) Estranho é que, no dia seguinte, o assunto voltou à baila num encontro entre Coelho Cintra e as senhoras Ágata Borges de Castro e sua lugar-tenente, Cecília de Moraes. Na secretaria especial de comunicação, gerou-se uma turbulência. Era preciso recrutar gente para um serviço especial. 4) No mesmo dia, na Rua Afonso Cavalcanti, apareceu o Sr. Alexandre da Fonte, do Riocentro, disposto a ajudar no que fosse necessário. Tinha uma lista de voluntários para ajudar nos serviços extras - relação que circulou por mais de um departamento. 5) Dias depois, noutra secretaria, ouviu-se exatamente a mesma coisa. Os preparativos para a recepção a Lula tinham de ser especiais. O Sr. João Marcos de Alburquerque pediu, então, uma reunião com o pessoal do COB, que se deu no dia seguinte. Carlos Arthur Nuzman, sabe-se, recebeu Albuquerque para tratar do assunto. Não se saber exatamente sobre o que falaram. 6) Consultado sobre o assunto, na época, o responsável pela imprensa do Comitê disse apenas tratar-se de "assunto político", não diretamente ligado aos preparativos para o Pan. 7) Estranho é que, em todo canto, o assunto "recepção a Lula" era ouvido. Há três semanas, esse mesmo assunto foi suposto tema de uma reunião do Relações Públicas Roberto Falcão com um grupo de publicitários paulistas, capitaneados por um certo Fabra e um incerto "Catchola", que apresentou uma série de desenhos do estádio, com destaque para as arquibancadas. Que se saiba, esses homens de propaganda não faziam parte do grupo de trabalho. Ao contrário, o tal Fabra parece ser o mesmo homem por trás do site e-indignação, destinado a espicaçar o atual governo e amplificar o movimento de oposição. 8) No mesmo dia, o tal Fabra esteve por horas com o Sr. Ali Kamel, diretor-executivo de jornalismo da Rede Globo e colunista de O Globo. Oficialmente, segundo a agenda do bam-bam-bam global, o assunto foi o Pan do Rio. 9) Há quinze dias, o tal Fabra teria novamente aparecido na sede do COB. Outro participante da reunião, segundo fontes confiáveis, foi um tal de Saulo Romay. Bendito Google. Vem a calhar que o sujeito é algo como representante da juventude do PSDB no Rio de Janeiro. O que teria ele a ver com a organização do Pan? É um mistério que perdura. 10) Nesse mesmo dia, coincidentemente, houve uma reunião especial entre os coordenadores dos voluntários do Pan. Cerca de 16 pessoas estiveram presentes. Ao fim, foram avisadas sobre um treinamento especial, que ninguém ainda sabe do que se trata. Segundo uma atenta secretária, alguns saíram assustados do encontro. 11) Dia 2 de Julho. Informalmente, é criado - sabe-se lá por quem - um grupo de setenta voluntários, para serviços especiais. 12) Dia 12: preparação para a solenidade. Do nada, um grupo começa a treinar uma vaia. Não se sabe para quem. Não se sabe com qual interesse. Isso ocorre por três vezes durante o ato preparatório. 13) Aparentemente, os tais 70 são estrategicamente distribuídos pelo Maracanã. Alguém protesta, antes da cerimônia. Há confusão. No portão 18, cerca de 100 voluntários são barrados. Segundo a organização, seus lugares foram provisoriamente tomadas pelo pessoal da "coordenação estratégica". 14) Dia 13 de Julho, quase meia-noite. O estudante Rogério, de 18 anos, morador em Duque de Caxias, conversa com este repórter. Reproduzo fielmente o que me foi dito: - Era mesmo para vaiar o Lula, do jeito que disseram. Uns das coordenações, do grupo, puxaram mesmo e o pessoal foi atrás. Se dois, três começam, vai todo mundo no arrastão. Tinha gente lá ontem que nem tinha participado de nada. Foi lá só para agitar mesmo. E o pessoal foi no embalo. Eu não vaiei. Fiquei quieto. Mas teve uma agitação. Se alguém filmou direito, vai ver quem é que botou fogo na galera. Por Mauro Carrara - Jornalista
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Ninguém merece o Congonhas
A home page do Aeroporto de Congonhas explica a origem de seu nome (o Visconde de Congonhas foi um presidente da antiga província de São Paulo, o seu primeiro governante após a Independência) e o significado da palavra Congonhas: é uma palavra derivada do tupi kõ'gõi, que significa "o que mantém o ser". O aeroporto não anda fazendo jus ao significado de seu nome. Nos seus dois grandes acidentes (ambos com a TAM) morreram cerca de 300 pessoas. É um aeroporto cercado de perigo por todos os lados. E, por mais que adore a sua localização perto de tudo, insistir em mantè-lo como é hoje, naquele local, é um absurdo. São Paulo merece alternativa segura.
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Vaias no Globo
As Organizações Globo têm vaiado o Governo Lula a plenos pulmões, de forma até selvagem. Apesar disso, aqui e ali surgem em suas páginas impressas ou eletrônicas momentos de certa serenidade e até de humor. Hoje, na capa do Globo o cartunista Chico resume muito bem a percepção geral sobre a origem das vaias. E Zuenir Ventura faz texto muito bom, que reproduzo na íntegra, salpicado de dois comentários:
“Todas as vaias são boas, inclusive as más”, dizia Nelson Rodrigues, especialista no assunto e um dos autores mais vaiados do país. Nesse sentido, as recebidas por Lula no Maracanã podem vir a lhe fazer bem, ainda que injustas e impróprias para a ocasião. Afinal, não se tratava de um comício, mas de um espetáculo esportivo que só estava acontecendo graças aos recursos (R$ 1,8 bilhão) repassados pelo governo federal. Um mínimo de civilidade recomendaria reconhecer que o presidente, além de convidado protocolar, era um dos donos da festa. Tenho visto na imprensa muitos aplausos às vaias. Cesar Maia, por exemplo, anda tão exultante que até parece ter tido alguma coisa a ver com o sucesso da manifestação que, segundo um vídeo no You Tube, foi treinada pelos convidados do ensaio geral. Mas nem assim dá para concluir, como fez o governador, que houve “armadilha”. Quem consegue orquestrar 80 mil pessoas se não estiverem a fim? (Acredito na possibilidade de orquestração, que funcionaria como um detonador, mobilizando quem estava a fim e quem apenas estava ao lado mas entrou no ritmo.) Digamos que poderia haver um clima. “A grande vaia é mil vezes (...) mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem”, afirmava ainda Nelson, que quase sempre tem e não tem razão, confirmando sua recusa à unanimidade e seu gosto pelo paradoxo. Ele sabia que nem todas as vaias são boas, pois há as reacionárias, que não servem como julgamento de mérito, como as que ele próprio recebeu na estréia de “Vestido de noiva” e de “Perdoa-me por me traíres”. Ao lado do Maracanã mesmo, no Maracanãzinho, houve uma outra famosa, dada a ninguém menos que Tom Jobim e Chico Buarque pelo clássico “Sabiá”. Ainda no plano das vaias artísticas, houve outra, e essa deixou Nelson indignado. Foi quando Caetano Veloso recebeu apupos, ovos e tomates no III Festival da Canção de 1968, ao tentar cantar “É proibido proibir”. Já no ano anterior ele fora vaiado por uma das mais belas canções da época: “Alegria, alegria”. Com rara coragem, Caetano afrontou uma agressiva histeria com um discurso inesquecível. “Mas é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder?”, gritou, mais alto do que a gritaria geral. (Na platéia, se não me engano, estavam Nelson Motta e Augusto de Campos, indignados com a juventude atrasada. Foi um momento importante, que ajudou a dar impulso ao movimento tropiconcreto, um dos movimentos mais felizes de nossa cultura. Redações mais de vanguarda, como Jornal da Tarde e - quem diria! - Veja, passaram a apoiar o movimento que surgia.) Sobre o quase linchamento promovido pelos jovens “pra frente”, Nelson, o reacionário, escreveu: “A vaia selvagem com que o receberam [a Caetano] já me deu uma certa náusea de ser brasileiro”. Quanto às vaias políticas, são diferentes, e os governantes têm que estar sujeitos a elas. Escrevi lá em cima que os protestos na abertura do Pan poderiam vir a fazer bem a Lula. Talvez já tenham feito, obrigando-o a sair do pedestal, a descer do salto alto. As suas declarações sobre o incidente são de uma humildade que contrasta com a costumeira arrogância de antes. Que ele compreenda também agora que, apesar de injustas, as vaias do Maracanã acabaram fazendo justiça, se não ao conjunto de sua obra, pelo menos a uma parte dela — a que teima em proteger a impunidade.
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terça-feira, 17 de julho de 2007
Sobre os aplausos para a vaia
Tenho recebido diversos comentários sobre as vaias do Maracanã, contra Lula. Uns defendem a interpretação de que houve orquestração da vaia. Outros acham isso bobagem, a vaia teria sido espontânea. Quero me posicionar claramente a respeito.
- Acho bastante provável que tenha havido orquestração. A justificativa contra essa posibilidade ("Eu não trabalho na Prefeitura, mesmo assim vaiei") não serve. Orquestrar significa exatamente o uso de uma ou algumas pessoas para conduzir muitos. (Ver a postagem abaixo "César Vaia e os fluxos tardeanos")
- O Prefeito do Rio, César Maia, foi o grande beneficiado do momento. (Já houve momentos - não tão grandiosos, mas também importantes - em que ele esteve na situação inversa. Em 98, durante a sua campanha para Governador do Rio de Janeiro, contra Garotinho, ele apareceu em um show gospel montado por seus aliados na Praça da Apoteose e foi vaiadíssimo pela multidão evangélica.)
- Mesmo que tenha sido orquestrada, a vaia se fundamentou em sentimentos da população, principalmente da classe média conservadora. Captou a insatisfação com os políticos em geral e com os recentes escândalos (Roriz, Renan, águas profundas) em particular.
- Entendo a irritação de Lula, mas ele poderia ter tido um pouco mais de "sangue de barata".
- Os desdobramentos políticos da vaia, ao contrário do que se imagina no meio oposicionista, poderá transformar-se em ganho político para Lula. (Sobre isso falarei no futuro.)
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César Vaia e os fluxos tardeanos
Em 96, César Maia coordenava a campanha de Luiz Paulo Conde para sua sucessão à Prefeitura do Rio e o adversário era Sérgio Cabral, atual Governador do Rio de Janeiro. Segundo declarou, César Maia estava magoado com Sérgio Cabral, a quem teria ajudado na carreira política e que agora chamava-o de fascistóide. Ele conta em seu livro Política é Ciência (págs. 86-89 ) que certa noite sonhou com Sérgio Cabral e acordou mal. Mas esse sonho ajudou-o em uma de suas espertezas políticas:
Acordei, peguei um carro, junto com um assessor, e fomos para o aeroporto. Aí eu disse: "Sonhei com o Sérgio Cabral e ele dizia: 'César, você está com a razão, vou renunciar, vou sair dessa fria'. Imediatamente eu disse: 'Pegue o celular, liga para o fulano, manda colocar umas 150 pessoas em botequins tomando cafezinhos e dizendo: Eu soube que o Sérgio Cabral vai renunciar. Diz esta frase que é boa'. Dali a três dias alguém veio me dizer: O Serginho vai renunciar, vai renunciar..." (...) Os fluxos tardeanos (referindo-se a conceito do filósofo francês Gabriel Tarde) não são mais do que o boato ou a verdade. Vai contaminando... (...) Fluxos retransmitidos da mesma maneira, por muitas pessoas, acabam contaminando a opinião pública até formarem a opinião pública. (...) Não acredito em formação de opinião pública. Acredito em contaminação de opinião pública, a partir de fluxos individuais.César Maia sempre soube usar a disseminação de boatos (ou fluxos tardeanos...) como arma política. Não seria difícil para ele espalhar "uma 150 pessoas" para puxar a vaia do Maracanã.
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segunda-feira, 16 de julho de 2007
O Pan-Demônio do Senado recomeça
Demos e tucanos vão jogar tudo o que podem nesses dias pré-recesso. Eles estão embalados pela vaia do Maracanã e pela visível repercussão negativa junto à classe média dos bois voadores de Renan e Roriz e das águas profundas da Petrobras. Mais do que tirar Renan da Presidência do Senado, eles querem imprimir imagens negativas em Lula. Acho que não descansarão nem mesmo durante o recesso. Da parte do Governo, é fundamental agir rápido para limpar a má impressão. Provavelmente vai procurar se livrar do "fardo Renan", sem se desligar de sua maioria parlamentar (maioria difícil, dispersa, problemática, mas indispensável). Mais importante será a consolidação do PAC e mais um mergulho de Lula nos braços do povo.
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Ouro extra
Ninguém esperava nada desse esporte bobo chamado taekwon-do, criado na Coréia em 1955 (apesar de origens milenares) e que tem o mesmo significado do japonês karate-do (caminho dos pés e das mãos). Mas foi ele que nos deu a primeira Medalha de Ouro no PAN-2007. E nos deu também a excelente reportagem de Débora Gares e Pedro Motta Gueiros (O Globo), "Com a cara dio Brasil na medalha", falando de Diogo Silva que, "sem pai nem patrocínio, vence no taekwondo e na vida"
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Nós merecíamos uma final assim
O Brasil estava jogando muito mal. E aquele primeiro jogo, contra o México, é a melhor prova. Estava todo mundo se preparando para entregar o ouro ao bandido na final, eu inclusive, quando surgiu o gol-surpresa de Elano-Júlio Baptista. Daí em diante, tudo se transformou. Diz La Nacion com precisão: "Brasil había golpeado primero y tenía el escenario ideal para imponer su juego más industrial, el que le inculca Dunga, con mucha presión en el medio, aplicación para recuperar la pelota y sus líneas muy juntas, sin darles espacios a los tocadores argentinos. El duro Mineiro se pegaba a Riquelme, Josué no descuidaba a Verón y los imponentes zagueros centrales, Alex y Juan, apretaban a Messi y a Tevez. (...) Brasil mostró raza de campeón, más allá de que futbolísticamente no es nada del otro mundo". Para nós, foi um grito que já estávamos guardando para o futuro. Valeu, Dunga! Mas, por favor, melhora esse time... Leia também Clarin, Olé-Clarin e La Nacion.
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sábado, 14 de julho de 2007
Cesar Vaia e a politização do PAN
Já não existem muitas dúvidas de que foi realmente o Prefeito Cesar Maia (DEM, ex-PFL) que orquestrou a vaia anti-Lula e os aplausos para ele mesmo. Inúmeros jornalistas presentes perceberam o movimento, inclusive correspondentes estrangeiros. Eduardo Guimarães, no cidadania.com, mostra os índícios:
Indícios sobre as vaias Aos poucos, vai ficando mais claro o por que das vaias a Lula na abertura dos Jogos Pan-Americanos. Tenho a esperança de que algum órgão de imprensa independente vá fundo nesse assunto, porque os indícios de que o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), usou dinheiro público para tentar desmoralizar Lula, são gritantes. Há testemunhas que relatam indícios que precisam ser investigados. (...). Vamos aos indícios: 1º - A mídia está divulgando que os preços dos ingressos para a cerimônia de abertura do Pan ficaram entre R$ 20 e R$ 250. O objetivo é claro: pretende-se insinuar que os que vaiaram Lula são de todas as classes sociais. Não é bem assim. Segundo o portal Globo.com, os preços das entradas da Abertura do Pan foram de R$ 20, R$ 100, R$ 150 e R$ 250. Contudo, já no dia de abertura da venda de ingressos nas bilheterias do Maracanã, os de R$ 20 já estavam esgotados. Só havia os mais caros. Não se sabe, ainda, onde foram parar os ingressos “populares”. Mas há indícios, como vocês verão no 2º item. 2º - Estão me chegando incontáveis relatos de que o prefeito Cesar Maia (PFL) promoveu ampla distribuição dos convites mais baratos para funcionários da prefeitura do Rio, sobre os quais ele detém poder de coação. Uma boa investigação descobrirá facilmente se o povão carioca não pôde assistir a cerimônia de abertura do Pan porque os ingressos de preços populares, que custam dinheiro público, foram entregues à claque de Maia. 3º - Estou recebendo vários relatos de que no dia da cerimônia de abertura do Pan, uma expressiva quantidade de ônibus lotados de funcionários da prefeitura do Rio saíram dessa mesma prefeitura rumo ao Maracanã. Com que ingressos os servidores públicos foram ao estádio se tais ingressos estavam “esgotados”? E por que saíram DA PREFEITURA? 4º - Há, no You Tube, um vídeo que mostra que as vaias a Lula foram “ensaiadas” um dia antes da cerimônia de abertura do Pan. Luiz Carlos Azenha divulgou em seu site o link para o vídeo.Desde o começo, Cesar Maia tratou de transformar o PAN 2007 em sua bandeira política. Sem ter o que transferir para seu apadrinhado na próxima eleição municipal, ele se agarrou ao PAN com unhas e dentes. E fez um bom trabalho. Mas ele precisava ir além. Não podia permitir que Lula continuasse com aprovação crescente no Rio. Todas as pesquisas mostravam que Lula, junto com o Governador Sérgio Cabral (PMDB), era o nome que detinha maior confiança do eleitorado na indicação do candidato a Prefeito em 2008. E a presença de Lula, com todo o peso do investimento Federal, só contribuiria para aumentar essa força, exatamente no terreno de Cesar Maia. A vaia a Lula era uma necessidade, principalmente porque teria todo o apoio da mídia conservadora. Está na cara que ela foi planejada, e muito bem planejada. Mas o autor deixou rastro.
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O porque das vaias
Recebi e-mail de Roberto Moraes: "Gadelha, Você como especialista em marketing político e permanentemente atualizado sobre pesquisas de opinião tem muito mais condições de avaliar as vaias à Lula que eu. Ainda assim resolvi arriscar postando a nota abaixo em meu blog: Os Porquês das vaias a Lula". Obrigado pelas palavras, Roberto, e devo dizer que, como você, também "já passei da idade de acreditar em manifestações espontâneas em eventos de grande porte". Não acho que seja um delírio completo ou uma teoria conspiratória a informação de que o Prefeito Cesar Maia (DEM, ex PFL) teria orquestrado tudo (ver postagem "Cesar Vaia?"). Mas tenho também duas considerações. Primeira: apesar de todo o esforço e do imenso investimento feito pelo Governo Federal (e também pelo Governo Estadual), quem melhor soube capitalizar o PAN 2007 foi Cesar Maia. Essa percepção ele conquistou e ninguém tasca. Segunda: praticamente não tinha povão na festa do Maracanã (a não ser, talvez, o "povão" que ganhou ingresso da Prefeitura"...). Com ingressos entre 100 e 250 reais (uns poucos de 20 reais, provavelmente distribuídos gratuitamente), o Maracanã foi ocupado pela classe média-média, média-alta, exatamente onde se concentram os conservadores (cariocas e turistas) anti-Lula e pró-Cesar. A considerar também que, com os escândalos da semana e o barraco do Senado, eles ganharam ainda mais munição.
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Rússia rompe Tratado de Controle de Armas
De nada valeram os salamaleques do início do mês, quando Putin foi passear nas propriedades da família Bush, em Kennebunkport, Maine. Considerando as "extraordinárias circunstâncias (...) que afetam a segurança da Federação Russa e requerem medidas imediatas", Vladimir Putin suspendeu a participação no Tratado de Controle de Armas Convencionais da Europa (assinado em 1990 e que ganhou emenda em 1999). Na prática, como diz o analista Pavel Felgenhauer, significa que daqui pra frente os países da OTAN não poderão mais fazer inspeções no território russo-europeu, como costumavam fazer - o que, para os Estados Unidos, que tem uma extensa rede de espionagem das forças russas, não faz a menor falta. O gesto é simbólico. E demonstra a insatisfação de Putin com o plano americano de instalação de mísseis antibalísticos na Polônia, praticamente no seu quintal. Os russos também estavam descontentes pelo fato de até agora os países da OTAN ainda não terem assinado a emenda de 1999, alegando que antes a Rússia teria que retirar as tropas de Moldova e Georgia. Na verdade, na verdade, isso só serve para azedar as negociações de paz permanente e coloca o comércio das armas em novo patamar. Leia mais no Pravda.
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Xô, Demônios!
"A sessão do Senado foi amarga. (...) Com todo o respeito que tenho ao espiritismo (...), se trouxermos dez chefes de terreiro, sendo três da Bahia, ainda assim não se faz o descarrego desta Casa hoje, pelo peso da espiritualidade negativa que está tomando conta do Senado". A declaração é do Senador Romeu Tuma, que é do Demo...
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Romeu Tuma
Cesar Vaia?
Ontem, na festa de inauguração do PAN 2007, no bloco das autoridades (não apenas federais) a indignação era muito grande com a descoberta de que as vaias a Lula teriam sido detalhadamente planejadas pelo Prefeito Cesar Maia (DEM, ex-PFL) do Rio de Janeiro. Segundo informações colhidas, os puxadores das vaias, munidos com os ingressos distribuídos pela Prefeitura, teriam se espalhado por pontos estratégicos do Maracanã.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
Momento difícil para o Chile
Dois golpes dados simultanemente na administração chilena da Presidenta Bachelet. Além da queda nas pesquisas, ela tem que enfrentar a crise do frio argentino que levou ao corte nas exportações de gás para o Chile. A aprovação do Governo Bachelet esteve em alta até dezembro de 2006. De lá para cá, caiu 11 pontos. Caiu também em 11 pontos (de 45% para 34%) a aprovação de sua política econômica. Não faltasse isso, começa a faltar gás para a economia. A pesquisa foi feita pelo Centro de Estudios Públicos (CEP), entre 9 e 27 de junho, com 1505 adultos, margem de erro de 3%. Leia mais no El Mercurio Online e no La Tercera.
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A Oposição precisa de Renan
O caso Renan - com seus bois, sua jornalista, seu lobbysta, sua cerveja, seja lá o que for - caiu como um presente dos deuses no colo da Oposição. Os políticos oposicionistas não sabiam o que fazer para ganhar destaque na corrida pela simpatia do eleitorado, principalmente a classe média bem conservadora. Nada parece incomodar os índices de aprovação do Governo Lula, nem mesmo o tão paparicado "apagão aéreo". Lula do 2º mandato tem a seu favor, além da Bolsa-Família, os índices de crescimento, o etanol e os biocombustíveis em geral, o governo americano, a União Européia, o Grupo dos 20, as ações na segurança, o PAN 2007, o Governo do Rio, o não-Governo de São Paulo, Aécio, o Nordeste, etc, etc, etc. Eis que surge o escorregão de Renan, um forte aliado de Lula - e a Oposição tratou imediatamente de aproveitar a oportunidade. Estava indo tudo bem, mas ontem ficaram sem ação, quando Renan desistiu de presidir o Congresso, anulando o seu discurso e tirando os seus holofotes. Hoje voltaram à carga, com a decisão de Renan de só convocar a mesa do Senado para a próxima terça-feiça. Foi um verdadeiro "Deus nos acuda". Está todo mundo batendo o pezinho, dizendo que não participa mais das sessões do Senado presididas pelo... Presidente do Senado. O desespero é maior porque todos sabem que o início do PAN 2007 vai tirar a atenção do malabarismo diário que se faz na arena (epa!) parlamentar. Ninguém sabe mais o que inventar para subir no pódio do apoio popular. Enquanto isso o povaréu, de boca fechada para não entrar mosquito da dengue, vai tocando sua boiada. Ê, boi...
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