sábado, 30 de junho de 2007
O Complexo do Alemão e a lógica da guerra
sexta-feira, 29 de junho de 2007
Bye-bye, Roriz
Deixamos a Sirley com o olho roxo
Dei um soco na Sirley. Quando a empregada doméstica estava sendo espancada covardemente no ponto de ônibus, um dos socos quem deu fui eu. Você também deu um soco na Sirley. Nós esmurramos a Sirley quando compramos aquele brinquedinho que apareceu no comercial do Cartoon e que nossos filhos abandonam depois de cinco minutos. Nós deixamos a Sirley com o olho roxo quando fomos grossos com o frentista que errou e pôs mais gasolina do que nós pedimos. Nós derrubamos e chutamos a Sirley quando não respeitamos os mais pobres, os mais fracos, e passamos aos nosso filhos na prática o oposto do nosso discurso politicamente correto. Nós demos uma surra na Sirley quando pagamos R$ 380 às nossas empregadas domésticas. Quando pedimos, “por favor”, que elas façam uma hora extra no sábado à noite para que possamos ir ao cinema e jantar, enquanto elas tomam conta dos nossos filhos. E gastamos num vinho o que elas ganham de salário. Nós damos um soco na Sirley quando vestimos as babás de branco e pedimos que elas passeiem na Lagoa, no Baixo Bebê, para que possamos dormir um pouco mais. Você bate na Sirley toda vez que passa na Avenida Atlântica e olha as prostitutas com desprezo, quando ri do mendigo que passou fedendo, quando vira a cara para o menino malabarista, quando xinga o garoto que jogou água no pára-brisa do seu carro novo e pediu uns trocados. A mídia espanca a Sirley quando usa eufemismos para tratar os delinqüentes de classe média, mas não hesita em chamar de criminosos os meninos do morro. Nossos filhos são “pitboys”, “estudantes”, “rapazes de classe média”. Os deles é que são bandidos. Os jornais quebram o braço da Sirley quando chamam ladras estudantes de direito que roubavam roupa no shopping da Barra de “cleptomaníacas”. As revistas dão socos na boca do estômago da Sirley quando perguntam onde os pais de classe média erraram quando os filhos deles cometem crimes; mas pedem a redução da maioridade quando os filhos dos miseráveis fazem o mesmo. Eu e você saímos por aí num carro de madrugada para espancar a Sirley quando optamos por ser o “pai amigo”. Aquele cara legal, que sempre entende os filhos, que nunca dá limites, que não cobra nada. Quando nosso filho chega às 5h da manhã de porre, dirigindo, e a gente não fala nada porque acha que ser jovem é assim mesmo, nós estamos batendo na Sirley. Nós entramos no carro e fugimos rindo da cena do crime quando dizemos: “Eu fiz tudo por ele, eu dei tudo a ele. Por que ele fez isso?” Nós batemos na Sirley. O melhor que temos a fazer, agora, é confessar.
quinta-feira, 28 de junho de 2007
Cadê o prefeitável que estava aqui? Sumiu...
Tartaruga: comer sem culpa?
Tudo como dantes no quartel d' Abrantes
quarta-feira, 27 de junho de 2007
Teremos um boi de piranha?
Bye-bye, Blair
terça-feira, 26 de junho de 2007
O povo quer fidelidade
Lista fechada favorece PT, PMDB e PSDB
Internet à frente de jornais e revistas
NOTA. Em seu Ex-Blog de hoje, Cesar Maia escreve sobre esse tópico da pesquisa: "Cuidado com a pergunta errada. Dará resposta errada. Exemplo. Qual a sua mídia preferida? TV 69,3% / Radio 14% / Internet 9,4% / Jornal 5,4% / Revistas 0,9%. Como muitas pessoas usam mais de uma mídia a resposta nada significa. Se a pergunta fosse feita sobre leitura continuada de jornais daria 20% e não 5,4% como algum desatento pode imaginar. A própria audiência de TV é maior que essa. Etc..." Na verdade, ele é que deve ter cuidado. Pergunta sobre "preferência" tem que dar resposta sobre "preferência", não sobre "audiência" ou "leitura". O importante aqui é exatamente testar "preferência" - e a conclusão é que a internet avança muito.
Motivos para não ter orgulho do Brasil
Cesar Maia e a segurança
CRIMINALIDADE NO RIO! TOTAL DE DELITOS E MORTES VIOLENTAS! 1. Este Ex-Blog tem insistido que a sensação de insegurança não está nas mortes violentas. Essas, somando os homicídios, latrocínios, agressões seguidas de morte, somam 3 mil ao ano, no Rio-Capital. Um número enorme, mas que representa 1% dos delitos cometidos no ano. Esses 99% é que constroem a percepção de violência e insegurança, claro, multiplicada pelas imagens rotineiras de mortes violentas. Ninguém aconselha a ninguém, a usar um colete a prova de bala quando vai a rua, mas, a não levar dinheiro, bolsa, celular, jóias, ou a cuidar dos mesmos.(Comentário fraco, esse que ele faz sobre "coletes". Ninguém aconselha usar coletes, mas todo mundo aconselha evitar certas ruas, certos horários, certas situações, para escapar de balas perdidas ou de assaltos mais violentos.) 2. Paradoxalmente quando se compara a criminalidade - excluídas as mortes violentas - do Rio com outras grandes cidades brasileiras, a posição se inverte, como nos casos de S. Paulo e Belo Horizonte, sendo que com esta última, mesmo as mortes violentas se equivalem ponderadas pela população (100 mil habitantes). 3. Em 2005 foram registrados 295.935 delitos no Rio-Capital. Em 2006 foram registrados 310.245. E nos primeiros meses de 2007 a tendência é de um aumento de 4 a 5% sobre 2006. 4. Usando 300 mil como parâmetro, estamos falando de 25 mil delitos por mês, ou uns 830 por dia ou 35 por hora. Como os delitos que não mortes violentas, se concentram durante o dia poderíamos, falar de 52 por hora num dia de 16 horas ou quase um por minuto. 5. Se ponderarmos o total dos delitos pela população -digamos por 10 mil habitantes- e usando a população do Rio-Capital de 6 milhões de habitantes quase fixa, temos em 2005 um total de 493 por 10 mil habitantes. Em 2006 tivemos 517, tendendo em 2007 para 540. 6. Duas recentes pesquisas de opinião em Buenos Aires-Capital mostraram que em torno de 65% dos portenhos respondem que segurança publica/violência é o maior eixo de problemas na cidade. Quando comparamos o numero de homicídios do Rio e de Buenos Aires por 100 mil habitantes, o Rio tem 40 por 100 mil e Buenos Aires tem 5 por cem mil. Uma enorme diferença. 7. Mas quando comparamos a soma total de delitos registrados, Buenos Aires em 2005 anotou 195.225 delitos, ou 703,2 por 10 mil habitantes. Isso explica porque a sensação de insegurança lá é igual ou maior do que a do Rio. As pesquisas sobre vitimização no Rio, Belo Horizonte e SP, mostram que a sensação de insegurança em BH e SP é maior que no Rio. A razão é a mesma: uma proporção de delitos que não mortes violentas, maior do que a do Rio. 8. Os números, todos eles, são trágicos, claro. Mas pelo menos nos ensinam que as polícias deveriam tratar os "demais delitos" como o ponto fulcral da percepção de insegurança e de violência. E ampliar em muito o patrulhamento nas ruas. E - quem sabe - passar às grandes cidades - por emenda constitucional - o patrulhamento e a repressão aos pequenos delitos ou "delitos de rua".
segunda-feira, 25 de junho de 2007
A semana do Congresso continua folclórica com esse ritmo maluco do Bumba-meu-Boi
domingo, 24 de junho de 2007
Kirchnner perde mais uma vez em Buenos Aires - e a cidade move-se para a direita...
sexta-feira, 22 de junho de 2007
A verdade do jornalista, a verdade do publicitário
Cesar Maia e 2008
quinta-feira, 21 de junho de 2007
Gil & Pezão, uma banda larga
quarta-feira, 20 de junho de 2007
Bolsa-Família na disputa presidencial americana
terça-feira, 19 de junho de 2007
Aconteceu o óbvio: os muçulmanos estão indignados com a Grã-Bretanha por causa de Rushdie
Acredite se quiser: para exportar álcool hidratado para os Estados Unidos é preciso primeiro tirar a água!
A reforma do "faz de conta"
Sarkozy troca o "derrotado" pelo "causador da derrota"
segunda-feira, 18 de junho de 2007
Papo de mesa de bar: "Misturaram mulher magra com boi gordo - não podia dar certo..."
Contas de Renan Calheiros não batem. O presidente do Senado, senador Renan Calheiros, acredita que são convincentes as explicações sobre seus ‘rendimentos agropecuários’ que garantiam a mesada de 16 mil reais para a jornalista Mônica Veloso. De ordem do Conselho de Ética do Senado, investigadores viajaram a Alagoas para verificar se as notas fiscais apresentadas pelo senador condizem com a verdade. Por que não perguntar a quem conhece o assunto? Sim, quem entende de boi é fazendeiro. O senador Renan Calheiros é a bola da vez, a última piada por esse Brasil afora nas fazendas e rodas de bate-papo de pecuaristas. A conta não fecha. Nem que a vaca tussa. Um amigo meu, engenheiro civil, empresário, é também fazendeiro em Carlos Chagas, norte de Minas Gerais. A fazenda é um primor de organização, de terra boa e capim excelente. Ali o boi engorda com facilidade. Meu amigo limitou a capacidade da fazenda em 600 bois para não detonar as pastagens. O escritório do meu amigo acompanha diariamente a cotação da arroba do boi para vender na melhor época ao frigorífico de Carlos Chagas, que tem uma linha de exportação para Israel, paga os melhores preços, e ainda vai buscar o gado na porta da fazenda. Tudo muito bem estruturado. Eu perguntei a ele – já sabendo a resposta – sobre a produtividade das fazendas do senador: 1700 cabeças, lucro líquido de 1 milhão e 900 mil reais. “Impossível” – disse o meu amigo. Ele acompanhou as reportagens sobre os ‘rendimentos agropecuários’ de Renan Calheiros e achou muito estranha a declaração do gerente da fazenda. O capataz informou à reportagem do Jornal Nacional da Rede Globo que havia 1.100 cabeças. O senador desautorizou a informação. O total soma 1.700. A diferença atinge 600 cabeças, todo o gado da fazenda do meu amigo em Carlos Chagas. “Gerente não sabe quantas cabeças de gado tem na fazenda?” – pergunta o meu amigo. “O senador, que vive em Brasília, e raramente vai à fazenda, sabe mais do que o gerente? Tem coisa errada. Gerente sabe esse número na ponta da língua. É a profissão dele que está em jogo. E se há divergência entre o senador e o gerente, a administração da fazenda é precária. Vender essa quantidade de gado para açougue? Pecuarista só vende para açougue o boi que sofreu acidente, foi sacrificado, a preço vil, sem recibo. Açougue vai dar recibo por um ou dois bois? Se há esse movimento todo na fazenda do senador não faz sentido que as vendas sejam feitas para açougue.” Agora eu peço licença para contar a minha experiência. Eu vivi três anos – três temporadas de seis meses – em Queensland, Austrália, na gigantesca Lawn Hill Station, a fazenda do lendário pecuarista Tião Maia. Apesar de ter sido em 1988, quase duas décadas se passaram, a análise não perdeu prazo de validade. O gado australiano vale 3 vezes mais, em dólar, do que o boi brasileiro. A produção de carne australiana concentra-se em dois mercados que pagam bem: Estados Unidos e Japão. A fazenda de Tião, com 1 milhão de hectares, estava no fundo de poço se considerarmos a quantidade de bois nos retiros. Eram apenas 17 mil cabeças quando ali caberiam mais de 100 mil. Tião estava reformando o plantel, substituindo a raça Short Horn, australiana, pelo gado indiano desenvolvido nos Estados Unidos, o Brahma, parente do Nelore, que é o mesmo animal das fazendas do senador Renan Calheiros. Eu vi, ninguém me contou. Sabem qual foi o lucro líquido de Tião Maia ao final da temporada de 1988? Ele apresentou-me as contas sorridente, orgulhoso. “Lucro líquido de 500 mil dólares australianos.” O lucro de Tião na fazenda de 17 mil cabeças, vendendo todo o gado que precisava ser descartado, foi o equivalente a 900 mil reais. Senador Renan Calheiros, conte outra história. Essa do ‘rendimento agropecuário’ em Alagoas é para boi dormir.
Resultado na França: separação de Hollande e Ségolène
domingo, 17 de junho de 2007
A Folha ou desconhece Lamarca ou desconhece jornalismo ou os dois
Erros em série sobre Lamarca A Folha cometeu uma sucessão de erros na cobertura de quinta e sexta sobre a promoção a coronel concedida a Carlos Lamarca (1937-71) pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. O jornal afirmou que Lamarca, um dos mais destacados militantes da esquerda armada contra a ditadura militar (1964-85), "morreu como capitão" em 1971 na Bahia. Não procede: ao desertar do Exército em 1969 por iniciativa própria, o então capitão deixou de pertencer à Força. Não era oficial ao ser morto, mas ex-militar. O jornal contou que em 1969 "Lamarca e companheiros rouba(ra)m o cofre do ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros". Errado: o antigo capitão não participou do assalto. Mais infeliz foi a afirmação, sem conceder margem a dúvida, de que, "para não ser presa", a revolucionária Iara Iavelberg "se suicidou" em 1972. O correto é 1971, mas a falha essencial é a Folha se associar a uma versão controversa (há suspeita, também não provada, de assassinato pelos órgãos de segurança). Recentemente, os restos da companheira de Lamarca foram retirados da ala dos suicidas no cemitério judaico onde estavam enterrados e transferidos para outro setor. Grave erro consta do editorial de sexta: "A morte [de Lamarca] em combate -como acabou ocorrendo há quase 36 anos no interior da Bahia- é risco natural para quem escolhe pegar em armas". Assim, a Folha bancou o relato do regime militar. Em 1996, a União concluiu que o guerrilheiro foi assassinado quando -desnutrido, doente e exausto- já não tinha condições de reagir. Não teria, portanto, havido combate algum, mas homicídio, em vez da prisão possível. É o que a imprensa noticiou há 11 anos. Leitores se dividem sobre a condenação da Folha à promoção a coronel. Os que criticam o jornal protestam contra o emprego do termo "terrorista" para qualificar Lamarca. No entanto, Carlos Marighella (1911-69), um dos líderes da luta armada, se dizia guerrilheiro e terrorista. É direito do jornal emitir opinião. Recomenda-se que o faça com transparência. A Folha deve ser rigorosa ao narrar a história, sem subscrever relatos superados ou carentes de comprovação.
Sarkozy ganha, mas perde...
sábado, 16 de junho de 2007
Será que o comércio na Internet chegou ao seu turning point?
Viva o Pasquim
sexta-feira, 15 de junho de 2007
O tico tico no fubá da mídia golpista, segundo o Blog do Mello
O Tico tico no fubá da mídia golpista (Zequinha de Abreu / Antonio Mello) Eu manipulo cá, eu manipulo lá Eu manipulo pro governo derrubar O Lula cai aqui, o Hugo Chávez lá E a minha grana corrigida vai voltar Aí omito aqui, aí aumento lá Distorço tudo pra melhor manipular O Lula cai aqui, o Hugo Chávez lá E essa raça vai voltar pro seu lugar Deus me defenda dos governos compañeros Estão querendo dividir o meu dinheiro Bolsa Família virou tudo de pernas pro ar O pobre já não reconhece o seu lugar Filho de pobre agora vive na escola E a Polícia Federal da minha cola não descola Sei que esse operário de gravata Acabou me transformando num burguês de passeata Eu manipulo cá, eu manipulo lá...
A esquerda argentina decide se abster na eleição do dia 24
quinta-feira, 14 de junho de 2007
Parece que o sucesso no G-8 foi 51...
O presidente francês recém eleito, Nicolas Sarkozy, apresentou-se para uma entrevista coletiva aparentando, digamos, estar em estado de graça. Cambaleava nas palavras e parecia segurar o riso. O apresentador da TV belga comentou ao vivo que “aparentemente ele bebeu mais do que água” e a imprensa francesa, ao contrário do que faria a nossa, ficou indignada com o comentário belga. Resultado: o vídeo foi vetado nas emissoras francesas. Mas acabou no YouTube. Na sua apresentação, Sarkozy pede desculpas pelo atraso por causa do longo diálogo com Putin...
quarta-feira, 13 de junho de 2007
Record-Universal X Globo: a luta continua!
A Família, cuidado com a família!
Há quem diga que é herança da monarquia, mas até onde se lê de histórias sobre a nossa realeza, quero dizer a que antecedeu à proclamação da República, a família real não era chegada a essas misturas de interesses públicos com vantagens pessoais. Havia um cuidado enorme até porque a autoridade do monarca não se apoiava só na força dos seus exércitos, mas também na força moral dos seus bons exemplos. Pelo respeito que inspirava, fortalecia-se na devoção popular. Tanto que a República no Brasil não chegou a ser nem um golpe de estado. Quando o Imperador Pedro II assentiu em largar tudo e ir embora nem bandeira havia para simbolizar o novo momento da história. Por quase uma semana ficou hasteada na porta da Câmara Municipal uma bandeira que só diferenciava-se da norte-americana nas cores e na quantidade de estrelas. Foi quando entrou na história o nosso estimado Raimundo Teixeira Mendes, conterrâneo ilustre, amigo de Dona Flora, a costureira que em três dias fez a nossa bandeira republicana, conforme o desenho que ele lhe havia entregado. Exatamente essa dos versos de Bilac – salve lindo pendão da esperança, salve símbolo augusto da paz... Pois na monarquia, que se esvaiu depois da canetada da Princesa Isabel, acabando com o trabalho escravo, os cuidados eram enormes. O Imperador tinha um genro conhecido como Conde Deu. Dizem que ele passou aqui por São Luís, foi vaiado pelos estudantes no Largo do Carmo. Mas, se não deu, também não levou nada. Eram assim os familiares da realeza daqueles tempos, não misturavam mesmo, não avançavam no que era dos outros, não ficavam com nada do erário, não queriam as dádivas de Deus, nem as coisas da natureza nem os direitos das leis só para si. Não tomavam nada de ninguém. Eram até mais republicanos do que muitos que se acham republicanos nos nossos dias. Já na nossa República, infelizmente, que pena! Afora os ascendentes, os descendentes e os colaterais, ainda proliferam os áulicos. É que os parentes, de todos os gêneros e graus, se julgam tocados pela magia do poder e, sempre que os demônios atentam, eles tentam provar que têm prestígio e que podem também alguma coisa. Há as exceções que a prudência e a boa educação mandam sempre que se faça. Como há também aqueles que até que não são do mal, querem sempre estar do lado do bem, mas que nem por isso, tendo uma chance, querem também se mostrar – às vezes até por um sonho de valsa. Há ainda os que vendem e não entregam. Isso de amigo vender amigo, parente vender parente é tão antigo. No Velho Testamento vamos encontrar a história do décimo primeiro filho de Jacó, chamado José, sendo vendido pelos filhos, epa pelos filhos, não, ele ainda era de menor, só tinha 17 anos de idade quando foi vendido na casa de Potifar, no Egito. Para a sorte de todos, ele só depois, aos 30 anos, se tornou Governador. No Egito, é claro. Muito posteriormente, um gênio da raça, um sujeito com uma história de vida brilhante, nascido numa ilha perdida, possessão francesa na Itália, de uma família pobre, mas numerosa, já estando próximo dos píncaros da glória cunhou, este conselho que, embora lembrado por muitos governantes, não chegou a ser praticado por todos - olha a família, gente, cuidado com a família! Napoleão Bonaparte, grande estadista, um incansável trabalhador, um visionário que plantou no seu tempo as sementes do que é hoje a União Européia, ele próprio sucumbiu ao descumprimento de sua própria advertência. Distribuiu o seu poder imperial entre a parentela e acabou como acabou. The end.
terça-feira, 12 de junho de 2007
Política e elos familiares
Mães da Praça de Maio entram na política eleitoral
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Política externa ganha reforço
Esquerda perde feio na França
domingo, 10 de junho de 2007
Reforma política: Zé Dirceu dá aula a Elio Gaspari
sexta-feira, 8 de junho de 2007
A proposta de Putin sobre o escudo de mísseis não é novidade para este Blog.
Por que votar no Cristo?
Camjojano, um povo cheio de grilo, mas feliz...
quinta-feira, 7 de junho de 2007
Quem diria, o Estadão apóia Lula...
O irmão, o compadre e a batota
Todo político tem um séquito: é da natureza do ofício. O séquito, naturalmente, tem uma hierarquia. No topo, ficam os poucos e bons operadores da mais estrita confiança do prócer - a exemplo do falecido Sérgio Motta, no caso de Fernando Henrique, e de Gilberto Carvalho, no caso do presidente Lula. Eles não apenas são incumbidos de missões delicadas e sigilosas, como ainda funcionam como conselheiros do chefe. No sopé dessa estrutura estão os seus paus-para-toda-obra, tarefeiros que abrem portas, guardam costas, dirigem carros, carregam volumes, para o político e seus familiares. Nada mais natural que, subindo o político na vida, membros dessa arraia-miúda de autodenominados “assessores” sejam procurados por espécimes do submundo da periferia do poder e a eles se associem no crime. São figurantes que o chefe pode ou não conhecer pessoalmente, mas há de saber quando se valem da sua conexão consigo, ainda que remota, para conseguir uma boquinha numa repartição - no mínimo. Eis o material com que habitualmente se confeccionam as teias pegajosas como a que a Operação Xeque-Mate, da Polícia Federal (PF), acaba de romper, no combate à máfia dos caça-níqueis. A peculiaridade, agora, é a presença nesse circuito de um irmão e de um compadre do presidente da República. O primeiro, Genival Inácio da Silva, o Vavá, foi indiciado sob a acusação de tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário. O segundo, Dario Morelli Filho, apontado como sócio do batoteiro Nilton Cezar Servo, o 79º preso pela PF em seis Estados, é acusado de corrupção ativa e formação de quadrilha. Desta vez respeitando estritamente o sigilo de Justiça que recobre a operação, os federais não divulgaram os nomes das autoridades junto às quais teriam delinqüido. De outra parte, não há o mais tênue indício de que, a serem verdadeiras as ações de que são acusados o irmão e o compadre, Lula tivesse motivo para delas suspeitar, antes de ser informado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, da operação em preparo. A conduta do presidente, aliás, foi nada menos do que irretocável. Ao que se sabe, não moveu uma palha para impedir que se expedisse o mandado judicial de busca e apreensão na casa de Vavá. Ao ser entrevistado, em Nova Délhi, pelos jornalistas que o acompanham na viagem, tomou a iniciativa de revelar que é padrinho de um filho de Morelli. Foi elegante com o irmão - a quem repreendera de público, em 2005, quando se divulgou que tentava fazer lobby para empresas do ABC junto ao Planalto -, dizendo enfaticamente “não acreditar mesmo, de verdade”, que ele tenha parte com a gangue da tavolagem, que contrabandeava componentes eletrônicos para os caça-níqueis e, de quebra, traficava drogas. Mas, falando “como presidente”, emendou, “se a Polícia Federal tinha uma autorização judicial e o nome dele aparecia, paciência”. Do compadre, disse pouco: “Se foi preso, será investigado, interrogado e, depois, haverá um veredicto.” Morelli é o típico sequaz de político descrito no início deste texto. Faz-tudo da família de Lula, escoltou o candidato presidencial em eleições anteriores (e José Dirceu, em 1994), fez bicos para o PT e o sindicato dos metalúrgicos, abriu uma firma de segurança e, apadrinhado do petismo, enveredou pelo setor público: conseguiu emprego numa empresa municipal em Mauá, numa secretaria da Assembléia Legislativa e, ultimamente, na área de saneamento da prefeitura de Diadema, da qual foi afastado anteontem. Aparentemente, envolveu-se com caça-níqueis ao cuidar da segurança de uma casa de bingos. Então teria conhecido o ex-deputado estadual paranaense Nilton Cezar Cervo, tido como o capo da quadrilha. Este é outro personagem do submundo da política: ao trabalhar nas campanhas de Zeca do PT, em Mato Grosso do Sul, acabou conhecendo Lula, de quem passou a se dizer amigo e comensal. Depois, teria pedido ao presidente que legalizasse os bingos. A PF registrou pelo menos um telefonema dele a Vavá. Em suma, ele, Morelli e o bingueiro estavam na mesma ciranda. Deveria o presidente ter se informado dos negócios do irmão e do compadre? Seria o ideal. Mas essa saudável curiosidade é incomum entre os políticos brasileiros. Talvez porque saibam que quem procura acha.
Ora, Vavá! Vá... vá...
O deputado federal Ciro Gomes, adepto de teorias da conspiração, fez um comentário, registrado na coluna de Teresa Cruvinel, que é exemplar do grau de desconfiança que tomou conta dos políticos em Brasília: “O nome da operação é Xeque-Mate, que no xadrez é uma jogada que empareda o rei. Será mera coincidência?”. Realmente não há nada na operação policial que justifique o nome, ainda mais quando se sabe que a Polícia Federal tem se esmerado em arranjar nomes criativos para chamar a atenção sobre suas operações. O xadrez não é um jogo eletrônico usual nos bingos espalhados pelo país, e, portanto, a preocupação de Ciro Gomes é justificada.
quarta-feira, 6 de junho de 2007
A verdade de cada um
Nem Vivi viu Vavá
Ciro Gomes andou lendo este Blog
terça-feira, 5 de junho de 2007
O Deputado Jefferson foi indiciado por corrupção. Meu Deus, que país é esse?
Michel Debrun e a Guerra dos Seis Dias
Cerco ao rei
sábado, 2 de junho de 2007
Sobre a nova lista do bicho
Rio de Janeiro, 02 de junho de 2007.
Senhor Diretor da Polícia Federal
Surpreendida pelos noticiários veiculados recentemente na imprensa escrita, especificamente nas edições de 02 de junho de 2007 dos jornais O Globo e Extra, e que envolve meu nome em suposto favorecimento financeiro na campanha política de 2002, através de documentos apreendidos na Operação Hurricane, fato que repudio veementemente por ser absolutamente inverídico, solicito sejam iniciadas e/ou aprofundadas estas investigações e em regime expedito, a fim de esclarecer à sociedade sobre minha não participação naqueles fatos delituosos denunciados pelo periódico.
Certa de sua compreensão, colocando-se à disposição.
Atenciosamente, Benedita da Silva