• O ogro da Córsega acaba de desembarcar no golfo Juan. • O tigre chegou a Gap. • O monstro dormia em Grenoble. • O tirano atravessou Lyon. • O usurpador está a quarenta léguas da capital. • Bonaparte avança a grandes passos, mas nunca entrará em Paris. • Napoleão estará amanhã em frente das nossas muralhas. • O Imperador chegou a Fontainebleau. • Sua Majestade Imperial entrou no Castelo das Tulleries, no meio dos seus fiéis súditos. Moral da história: como é difícil ser jornalista!
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
Alberto Dines pensa que a imprensa tem o dom de buscar a verdade
quinta-feira, 30 de agosto de 2007
Grave denúncia do Ministro do Supremo: a mídia determinou o julgamento
"Tendência era amaciar para Dirceu", diz ministro do STF
Lewandowski afirma que "imprensa acuou o Supremo" no julgamento do mensalão
"Todo mundo votou com a faca no pescoço", declara o autor do único voto contra a imputação do crime de quadrilha ao petista
VERA MAGALHÃES,DO PAINEL, EM BRASÍLIA
Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. "A imprensa acuou o Supremo", avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome "Marcelo". "Todo mundo votou com a faca no pescoço." Ainda segundo ele, "a tendência era amaciar para o Dirceu". Lewandowski foi o único a divergir do relator, Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu, descrito na denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como o "chefe da organização criminosa" de 40 pessoas envolvidas de alguma forma no escândalo. O telefonema de cerca de dez minutos, inteiramente testemunhado pela Folha, ocorreu por volta das 21h35. Lewandowski jantava, acompanhado, no recém-inaugurado Expand Wine Store by Piantella, na Asa Sul, em Brasília. Apesar de ocupar uma mesa na parte interna do restaurante, o ministro preferiu falar ao celular caminhando pelo jardim externo, que fica na parte de trás do estabelecimento, onde existem algumas mesas -entre elas a ocupada pela repórter da Folha, a menos de cinco metros de Lewandowski. A menção à imprensa se deve à divulgação na semana passada, pelo jornal "O Globo", do conteúdo de trocas de mensagens instantâneas pelo computador entre ministros do STF, sobretudo de uma conversa entre o próprio Lewandowski e a colega Cármen Lúcia. Nos diálogos, os dois partilhavam dúvidas e opiniões a respeito do julgamento, especulavam sobre o voto de colegas e aludiam a um suposto acordo envolvendo a aposentadoria do ex-ministro Sepúlveda Pertence e a nomeação -que veio a se confirmar- de Carlos Alberto Direito para seu lugar. Lewandowski chegou a relacionar o suposto acordo ao resultado do julgamento. Ontem, na conversa de cerca de dez minutos com Marcelo, opinou que a decisão da Corte poderia ter sido diferente, não fosse a exposição dos diálogos. "Você não tenha dúvida", repetiu em seguidas ocasiões ao longo da conversa.O fato de os 40 denunciados pelo procurador-geral terem virado réus da ação penal e o dilatado placar a favor do recebimento da denúncia em casos como o de Dirceu e de integrantes da cúpula do PT surpreenderam advogados de defesa e o governo. Na véspera do início dos trabalhos, os ministros tinham feito uma reunião para "trocar impressões" sobre o julgamento, inédito pelo número de denunciados e pela importância política do caso. Em seu voto divergente no caso de Dirceu, Lewandowski disse que "não ficou suficientemente comprovada" a formação de quadrilha no que diz respeito ao ex-ministro. "Está se potencializando o cargo ocupado [por Dirceu] exatamente para se imputar a ele a formação de quadrilha", afirmou. Enrique Ricardo Lewandowski, 58, foi o quinto ministro do STF nomeado por Lula, em fevereiro do ano passado, para o lugar de Carlos Velloso. Antes, era desembargador do Tribunal de Justiça de SP. No geral, o ministro foi o que mais divergiu do voto de Barbosa: 12 ocasiões. Além de não acolher a denúncia contra Dirceu por formação de quadrilha, também se opôs ao enquadramento do deputado José Genoino nesse crime, no que foi acompanhado por Eros Grau. No telefonema com Marcelo, ele deu a entender que poderia ter contrariado o relator em mais questões, não fosse a suposta pressão da mídia. Ao analisar o efeito da divulgação das conversas sobre o tribunal, disse que, para ele, não haveria maiores conseqüências: "Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente". Ainda assim, logo em seguida deu a entender que, não fosse a divulgação dos diálogos, poderia ter divergido do relator em outros pontos: "Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos". Lewandowski fez ainda referência à nomeação de Carlos Alberto Direito, oficializada naquela manhã pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Negou ao interlocutor que fizesse parte de um grupo do STF contrário à escolha do ministro do Superior Tribunal de Justiça para a vaga de Pertence, como se depreende da conversa eletrônica entre ele e Cármen Lúcia. "Sou amigo do Direito. Todo mundo sabia que ele era o próximo. Tinha uma campanha aberta para ele." Ainda em tom queixoso, gesticulando muito e passando várias vezes a mão livre pela vasta cabeleira branca enquanto falava ao celular, Lewandowski disse que a prática de trocar mensagens pelos computadores é corriqueira entre os ministros durante as sessões. "Todo mundo faz isso. Todo mundo brinca." Já prestes a encerrar a conversa, o ministro, que ainda trajava o terno azul acinzentado e a gravata amarela usados horas antes, no último dia de sessão do mensalão, procurou resignar-se com a exposição inesperada e com o resultado do julgamento. "Paciência", disse, várias vezes. E ainda filosofou: "Acidentes acontecem. Eu poderia estar naquele avião da TAM". Além dos trechos claramente identificados pela reportagem, a conversa teve outras considerações sobre o julgamento, cuja íntegra não pôde ser depreendida, uma vez que Lewandowski caminhou para um lado e para outro durante o telefonema. Logo após desligar, ao voltar para o salão principal do restaurante, Lewandowski se deteve para cumprimentar um dos proprietários, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, figura muito conhecida em Brasília e amigo de vários advogados e políticos -entre eles o próprio Dirceu, citado na conversa. Lewandowski ficou pouco mais de uma hora no restaurante. A Expand Wine Store by Piantella é um misto de loja de vinhos, restaurante e bar localizada na quadra 403 Sul, no Plano Piloto. Pertence ao mesmo grupo de proprietários do Piantella, o mais tradicional restaurante da capital federal, ponto de encontro de políticos. Só depois da conversa com Marcelo é que Lewandowski sentou-se e fez os pedidos: uma garrafa de vinho argentino Santa Júlia, R$ 49 segundo o cardápio, uma porção mista de queijos e outra de presunto, cada uma ao preço de R$ 35. No telão localizado às costas do ministro, eram exibidos DVDs musicais -um show do grupo Simply Red e uma apresentação da cantora Ana Carolina.
quarta-feira, 29 de agosto de 2007
O barraco de César e Syrkis na Favela da Rocinha
Mensalão já é passadão
Pobreza americana
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
Mensalão: o Supremo vai julgar fatos ou versões?
sábado, 25 de agosto de 2007
A capa do O Globo de hoje é um primor de campanha anti-Lula
Sem ligação com Goebbels, lembro do caso do jornalista de um estado nordestino que ficou chateado por ter saído da equipe de Veja. Ele também era editor de um pequeno jornal e, uma semana depois da demissão, noticiou a visita de Vitor Civita, o dono da Editora Abril, à sua cidade com uma foto imensa de primeira página. Graças à diagramação (como essa do Globo) parecia que a foto de Vitor Civita era ilustração da manchete principal: "Preso o chefe dos contrabandistas"...
Descobrimento da América em perigo: roubaram o mapa de Colombo
sexta-feira, 24 de agosto de 2007
Os Ministros do Supremo foram flagrados como crianças fazendo travessuras
Inteligência americana afirma que a crise no Iraque deve piorar. Como pode?
quarta-feira, 22 de agosto de 2007
O fato novo nas eleições 2008 do Rio: Garotinho tenta mover o Bispo Crivella para a casa do PMDB
terça-feira, 21 de agosto de 2007
Encontro do MST com a Filosofia: parece encontro de Arado com Odara, mas não é
segunda-feira, 20 de agosto de 2007
Parapan 2007: a maior emoção
domingo, 19 de agosto de 2007
Deu no Blog do Altino Machado que deu no Blog do Josias
Li a notícia primeiro no Blog do Mello, e como ex-morador de Rio Branco (Acre), onde escrevi meus primeiros poemas e cheguei a editar dois jornais estudantis, não poderia deixar de protestar contra o que fizeram contra o blogueiro do Acre Altino Machado. Saiba mais:
Atentado ao bom senso infelicita blogueiro do Acre "O repórter Altino Machado conduz o blog mais conceituado do Estado do Acre. Em fevereiro de 2007, publicou em seu recanto virtual a foto ao lado. Mostra um jovem “cavalgando” a estátua do poeta Juvenal Antunes, assentada no centro histórico de Rio Branco. O “jóquei” de estátua já havia divulgado, ele próprio, a foto de sua proeza no sítio de relacionamento Orkut, aberto à visitação de 67 milhões de usuários em todo o mundo. Mas foi a republicação feita por Altino, cujo blog costuma receber entre 800 e 900 acessos diários, que incomodou a família do “cavaleiro” de escultura. Acionado, o Ministério Público foi à Justiça contra Altino. E uma juíza do Acre ameaça impor, veja você, uma multa ao repórter. De resto, quer obrigá-lo a excluir de seu blog a famigerada fotografia. Alega-se que a imagem do “Jóquei”, por menor de idade, não poderia ter sido exposta. Nenhuma palavra sobre a divulgação prévia no Orkut. Nenhuma menção ao fato de que, naquela comunidade virtual, o “cavaleiro” intrépido apresentava-se como maior, de 18 anos. Nenhuma reprimenda ao comportamento, digamos, atípico do mancebo. Por ora, a pendenga rendeu uma audiência desagradável ao repórter Altino e uma superexposição do “montador” de estátuas. A imagem corre a blogsfera. Até Glória Peres fez menção ao episódio em seu sítio, “De tudo um pouco”. Deve-se à novelista a recente "ressurreição" do poeta Juvenal Antunes, incluído no rol de personagens da mini-série "Amazônia", exibida recentemente pela Globo. Em consequência do rebuliço, o blog de Altino, alvo da tentativa de censura, teve o número de visitas tonificado: os acessos agora passam de 3.000. Como se vê, a falta de bom senso não enxerga nenhum tipo de fronteira. Manifesta-se em todo país, de Sul a Norte". ◙ Josias de Souza é colunista da Folha de S. Paulo. Clique aqui para acessar o blog dele.
Publicado pelo Editor do blog
Sugestão para enfrentar a crise aérea: vamos trocar Congonhas por Heathrow...
sábado, 18 de agosto de 2007
Ancelmo Gois e O Globo chegam tarde à notícia sobre a sede da TV Pública
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
Está explicado por que cansaram do Nordeste: Bolsa-Família não tem produto Phillips...
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Scanner da Wikipédia flagra CIA e Vaticano fraudando a internet
quarta-feira, 15 de agosto de 2007
Sede da TV Pública será no Rio
Ottoni Fernandes Jr., secretário-adjunto da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, afirmou na noite desta 3ª.feira, 14/8, na conferência de abertura do7º Congresso Brasileiro de Comunicação no Serviço Público, no Centro de Convenções Rebouças, em São Paulo, que a sede da Rede Pública de TV / TV Brasil (o nome que ainda não foi definido) será mesmo no Rio de Janeiro. A decisão foi tomada, segundo ele, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e defendida pelo ministro Franklin Martins. Uma das razões da escolha do Rio de Janeiro para cabeça de Rede é a distância em relação ao poder central, o que, na visão deles, deverá conferir maior liberdade e independência às decisões da organização. Ottoni falou também sobre os trabalhos para a fusão das estruturas da Acerp (a associação controladora da TVE), que é homogênea, e a da Radiobrás, mais fragmentada, ambas resultando no que deve se chamar Sistema Público de Informação. Garantiu que não haverá demissões, devendo todos os cerca de 1.400 empregados serem aproveitados na estrutura em construção. Afirmou ainda que está nos planos a criação de uma ouvidoria, para dar voz e poder de crítica à sociedade, e disse que a troca de conteúdo entre as várias tevês públicas do País, como as universitárias, as legislativas e as educativas, será estratégica tanto na qualificação da programação quanto na viabilidade econômica do projeto. Ottoni revelou ainda que estão sendo estudadas várias alternativas em termos de geração de recursos para a nova tevê pública, entre elas doações diretas da sociedade, patrocínios institucionais, venda de conteúdo e venda de serviços. O governo não quer que o projeto dependa apenas de verbas oficiais e também não aceitará a venda de espaços publicitários, devendo as receitas neste campo advirem exclusivamente de inserções institucionais. O anúncio de que o Rio vai sediar a emissora foi feito diante dos 200 presentes à solenidade de abertura do 7º Congresso, evento que vai reunir, até a próxima 5ª.feira, 16/8, cerca de 400 participantes.
Respeito à dor
Suplicy e Eder Jofre fazem carta aberta a Fidel
Carta aberta a Fidel Castro Quem lhe escreve são dois brasileiros, ambos ex-pugilistas. Gostaríamos de fazer um apelo humanitário ao governo de Cuba EXMO SR. Presidente Fidel Castro Ruz: Queremos cumprimentá-lo por seu aniversário e expressar nossos votos de plena recuperação de sua saúde. Acompanhamos com atenção os 15º Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro, em especial o caso dos pugilistas cubanos Guillermo Rigondeaux Ortiz e Erislandy Lara Santoya. Quem lhe escreve são dois brasileiros, ambos ex-pugilistas. O primeiro é Eder Jofre, campeão mundial de boxe dos pesos-galo de 1960 a 1965 e dos pesos-pena em 1973, considerado o melhor peso-galo de todos os tempos pelo Conselho Mundial de Boxe e o nono melhor pugilista de todos os tempos por "The Ring", além de ter sido vereador de São Paulo de 1989 a 2002, pelo PSDB. O segundo é Eduardo Matarazzo Suplicy, que disputou em 1962 -como Eder Jofre em 1953- a "Forja dos Campeões", campeonato amador patrocinado pelo jornal "A Gazeta Esportiva", e atualmente é professor de economia na FGV e senador da República pelo PT, eleito pela terceira vez pelo povo do Estado de São Paulo. Vimos que os atletas cubanos tiveram um extraordinário desempenho no Pan do Rio, com 59 medalhas de ouro, superado só pelos dos EUA, com 97. O mérito de Cuba é impressionante -a população dos EUA é mais de 25 vezes maior que a cubana. Agradecemos pelo voto de pesar transmitido ao povo brasileiro pelo trágico acidente aéreo que causou a morte de 199 pessoas em meio ao Pan. Em relação aos dois pugilistas, sabemos que abandonaram a delegação de Cuba na Vila do Pan e acabaram aliciados por empresários que lhes ofereceram vantagens monetárias e diversões para que deixassem de cumprir a responsabilidade de representar sua nação. Lemos seus depoimentos à Polícia Federal, em que expressam arrependimento, amor a Cuba e vontade de voltar ao seu país de livre e espontânea vontade, segundo assegurou o representante do Ministério Público que os assistiu. Em virtude disso, o governo brasileiro, em coordenação com o cubano, tomou as medidas para que voltassem a Cuba. No artigo de 4/8 para "O Granma", V. Excia. afirmou que "esses cidadãos não sofrerão arresto de nenhum tipo e ainda menos serão vítimas de métodos como os praticados pelo governo dos Estados Unidos em Abu Ghraib e Guantánamo, jamais utilizados em nosso país. Estarão provisoriamente numa casa de visita e poderão ser visitados por seus familiares". Três dias depois, V. Ex.ª escreveu: "É chegado o momento de constituir a lista de pugilistas cubanos que participarão das Olimpíadas de Pequim, com quase um ano de antecipação. Primeiro eles devem viajar aos EUA para participar do campeonato mundial, um dos três eventos classificatórios dos Jogos Olímpicos". Em seguida, V. Ex.ª. adverte, depois de alertar com respeito a oferecer carne fresca aos tubarões da máfia, que "as autoridades desportivas estão analisando todas as variantes possíveis, incluindo trocar a lista dos boxeadores ou não enviar delegação alguma". Se isso significar que Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara não poderão representar Cuba no campeonato mundial e depois nas Olimpíadas de Pequim, gostaríamos de fazer um apelo humanitário ao governo de Cuba. Queremos ressaltar nosso respeito à decisão que vier a ser tomada, pois ambos sabemos que não devemos interferir nas decisões internas e soberanas de cada país, princípio estabelecido na Constituição brasileira. Considerando que Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara reconheceram o erro de abandonar a delegação às vésperas das lutas, qualificado em seu artigo como semelhante ao do soldado que abandona os companheiros em meio ao combate; que já estão de volta ao seio de suas famílias e que são campeões olímpicos com possibilidade de serem novamente vencedores, pedimos que Cuba possa lhes dar uma nova oportunidade, como merecem todos os seres humanos. Esse gesto de generosidade nos aproximará do que disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 5, no jornal "O Globo": "Em nosso continente não precisamos de muros... A verdadeira integração faz circular livremente não apenas mercadorias e serviços mas também pessoas e idéias". Quem lhe escreve tem recomendado aos EUA o final do bloqueio econômico imposto a Cuba há tantas décadas, como sabe V. Ex.ª. Permitir que Rigondeaux e Lara disputem a próxima Olimpíada representando Cuba contribui para o espírito universal do esporte. Amando Cuba, como declararam, certamente continuarão a viver em seu país.
Respeitosamente, EDER JOFRE, 71, bicampeão mundial de boxe, foi vereador pelo PSDB em São Paulo. EDUARDO MATARAZZO SUPLICY, 66, doutor em economia pela Universidade Estadual de Michigan (EUA), professor da FGV, é senador pelo PT-SP. É autor do livro "Renda de Cidadania - A Saída é pela Porta".
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Nelson Jobim, o Presidente da Classe Média
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
A alma política de Bush pediu demissão
domingo, 12 de agosto de 2007
Tropicália ou Panis et Circensis: quarenta anos depois, as pessoas da sala de jantar continuam ocupadas - não se sabe em quê
Gabriel Tarde a serviço de Lula
Crise do Senado: tem Renan pra tudo quanto é lado
Pesquisa Datafolha: Chuchu ameaça voltar à mesa paulistana
- Marta e Kassab lideram com 8% na espontânea; Alckmin e Erundina empatam em segundo lugar com 5%
- Maluf mantém alguma força, apesar de tudo; Erundina - os dois empatam com Kassab na estimulada, primeiro turno
- Kassab é o preferido dos idosos; Marta cresce na faixa dos 25 a 44 anos; jovem gosta de Chuchu
- Marta é o nome do povão; Alckmin cresce no nível superior e renda alta
- Lula não é um bom eleitor em São Paulo; Serra também não é lá essas coisas
- Alckmin venceria com folga o segundo turno com Marta, mas o mais provável é uma disputa apertada entre os dois por causa do perfil dos outros candidatos: Alckmin herdaria mais facilmente os votos de Kassab, enquanto Marta herdaria mais facilmente os votos de Maluf, Erundina e até mesmo de Paulinho
sexta-feira, 10 de agosto de 2007
Cachaça com dendê - tudo a ver
Acidentes aéreos: relação piloto-computador em xeque
Para Kenneth Funk, especialista na interação do homem com os computadores, o alto nível de tecnologia presente atualmente nos aviões, pode levar os pilotos a confiarem nos computadores mais do que deveriam. Funk é professor de Engenharia Industrial e Manufatureira da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, ele ministra cursos nas áreas de engenharia de fatores humanos, programação de computadores, engenharia industrial e inteligência artificial. Entre os seus campos de estudo está a aviação. Em 1998, ele conduziu um amplo estudo para verificar como a automação das cabines dos aviões está afetando os homens no comando do manche - ou do joystick. Descobriu que os computadores e a sofisticação dos aviões criaram novos desafios para os pilotos. A seguir, trechos da entrevista que Funk concedeu à BBC Brasil: * A automação substituiu funções que antes eram do piloto. O piloto tornou-se um supervisor de sistemas. Ele tem menos funções agora no sentido de controlar o avião de momento a momento. Agora ele programa o computador, determina parâmetros e monitora a automação. * No estágio inicial do nosso estudo havia uma indicação de que alguns pilotos estavam preocupados em se tornar apertadores de botões, mas agora os pilotos que entram na profissão estão familiarizados com computadores e entendem como a parte eletrônica funciona. Eles gostam da função de ser um supervisor de sistema. Os pilotos passaram a aceitar cada vez mais a automação. Mas ainda há uma variação entre os pilotos. Há pilotos que preferem voar manualmente a deixar o computador voar. Mas há outros que se sentem confortáveis em deixar que o computador faça o controle momento a momento. * Sim, pode afetar. Os aviões automatizados podem ser operados manualmente e automaticamente. Algumas companhias aéreas exigem que os pilotos voem manualmente por determinado tempo para manter suas habilidades do vôo manual. Se os pilotos contam muito com a automação ou se não mantêm habilidades manuais, isso pode levar a problemas. Há situações em que a automação falha ou situações em que não é apropriado usar a automação, em que seria mais apropriado voar manualmente. * Encontramos evidências em nosso estudo de que os pilotos podem ficar excessivamente confiantes nos computadores. Quando tudo funciona muito bem, é muito fácil nos tornarmos complacentes. Quando algo incomum acontece, não estamos em um estado de alerta para lidar com a situação rapidamente. Os pilotos são seres humanos. São altamente treinados, motivados e habilidosos, ou não seriam autorizados a voar. Mas são pessoas, e pessoas podem relaxar na vigilância. Na maioria das vezes os erros que resultam disso não são sérios, os próprios pilotos os corrigem, mas às vezes os erros não são identificados e algo de ruim acontece. Se você suspeita que há algo de errado com a automação ou se está ciente do perigo da complacência, então isso pode colocá-lo em um alto estado de alerta, ficando melhor preparado se um problema ocorrer. * As informações contidas nesses estudos, ao redor do mundo, tiveram um impacto positivo especialmente em treinamento, procedimentos e, até certo ponto, em equipamentos. Mas aviões e computadores são caros. O processo de evolução é lento para que ocorram mudanças na cabine do avião. Por ser potencialmente de alto risco, os fabricantes são muito cautelosos para introduzir novidades. * Além do treinamento, a companhia área pode adotar uma política de como o piloto deve usar a automatização. No início do sistema de administração de vôo, algumas empresas esperavam que o piloto usasse o máximo de tempo possível os equipamentos comprados. * Em algumas situações é inapropriado usar a automação em sua total capacidade. Às vezes é mais apropriado voar manualmetne. À medida que os pilotos foram encontrando problemas com a política de total automação, algumas empresas adotaram políticas mais realistas: cabe ao piloto decidir que nível de automação deve ser utilizado e em quais circunstâncias. * O piloto é a pessoa que está no controle. Há também a questão do design dos equipamentos e dos controles e a lógica dos programas. Mas as mudanças nesse sentido levam mais tempo para serem implementadas. * O que é importante em qualquer acidente é que, embora tenha havido um erro que o piloto cometeu que possa ser a causa imediata do acidente, nunca existe apenas uma causa. Existe uma confluência de múltiplos fatores como tempo, equipamento, pressão para chegar no horário, fadiga, treinamento, fatores da própria organização. Apenas um desses fatores não causaria um acidente. Eles ocorrem o tempo inteiro, mas em certas circunstâncias eles se juntam. Foi o que aconteceu no dia 17 de julho em São Paulo. * Seria um erro em qualquer acidente e em qualquer sistema complexo apontar apenas o piloto como a causa do acidente. * O piloto é uma pessoa muito conveniente para se culpar porque geralmente está morto e não pode se defender. Levará meses ou mais de um ano para que as autoridades brasileiras tenham um bom entendimento dos fatores que contribuíram para esse acidente. * Nesse meio tempo, podemos apenas especular sobre o que aconteceu. Mas, em acidentes como esse no passado, muitos fatores convergiram e uma catástrofe ocorreu.
quinta-feira, 9 de agosto de 2007
Os atletas cubanos: será que Elio Gaspari não morre de vergonha?
A verdade desmente Elio Gaspari. Ao contrário do que escreveu Elio Gaspari em sua coluna na Folha de S. Paulo deste domingo, 5 de agosto, de que "Lula colocou o Estado brasileiro a serviço da polícia política de Fidel Castro, como resultado da detenção e do anunciado repatriamento dos boxeadores Guillermo Rigondeaux e Erislandy Lara", o presidente brasileiro determinou ao delegado da Polícia Federal em Niterói, Felício Laterça, que informasse os atletas de que tinham direito de formalizar um pedido de refúgio ao Brasil. E que não só informasse mas que insistisse bastante nessa possibilidade. Legalmente quando se pede refúgio, aguarda-se no país a tramitação e o julgamento que é feito por um órgão independente das Nações Unidas e não pela justiça do país hospedeiro. Ao contrário também do que informa o sr. Gaspari de que os "dois foram detidos pela polícia no litoral do Rio, levados para um quartel da PM, transferidos para a Polícia Federal e colocados sob vigilância policial", Rigondeaux e Lara ficaram hospedados num hotel em Niterói entre quinta-feira e sábado, quando retornaram a Cuba em vôo fretado pelo governo cubano, decolando do Aeroporto Internacional do Galeão em torno das 21h00 de sábado, 4 de agosto. Foi no ambiente tranqüilo do hotel e não numa dependência carcerária da Polícia Federal, como insinua o sr. Gaspari, que o delegado Laterça declarou à imprensa "eles estavam ótimos emocionalmente. Pareciam exultantes e felizes com a viagem de volta. Sabem que são grandes atletas. Não estão com medo de retaliações. Acho que foram vítimas da empresa alemã. Um deles me disse: 'Há 11 milhões de cubanos a minha espera em Havana'. Insisti com eles, conversamos muito, mas não quiseram fazer o pedido de refugiados". O sr. Gaspari afirma que a atividade esportiva "na ditadura cubana é compulsoriamente estatal". Afirmação raivosa e caluniosa. Na verdade, em Cuba, o esporte, como a educação, a saúde, o lazer, a arte, é um direito de todo cidadão, desde a mais tenra idade. E esse direito é levado a sério. Os índices dos diversos organismos das Nações Unidas comprovam-no. A excelência desportiva de Cuba, um país com pouco mais de 11 milhões de habitantes, decorre da universalidade da prática desse direito, os atletas sendo descobertos, formados e preparados para as competições de alto nível por uma imensa legião de treinadores, professores de educação física, fisicultores, médicos, psicólogos, etc. O esporte em Cuba é essencialmente amador. Ninguém assina contrato para conseguir mais dinheiro. Se é verdade que alguns desportistas cubanos, especialmente no beisebol, atraídos pelos aliciadores norte-americanos ao preço de muitos dólares, deixaram seu país para viver profissionalmente do esporte, a imensa maioria, entre a qual alguns heróis do esporte universal que deixaram sua marca histórica, como Javier Sottomayor e Alberto Juantorena (atletismo), Teófilo Stevenson e Félix Savón (boxe), Regla Torres e Mireya (vôlei) rejeitaram o saco de dinheiro, preferindo ficar ao lado de seus companheiros de disputa e do povo cubano. O murmúrio do sr. Gaspari de que "Fidel Castro chamou sua delegação de volta antes da festa de encerramento do Pan porque farejou fuga em massa de atletas" já se calou de todo diante dos fatos. Esse murmúrio, que a Globo trombeteou enquanto pôde, foi desmentido, não por esta estação que escondeu vergonhosamente a realidade e sim pela concorrente Bandeirantes que exibiu inúmeros atletas cubanos desfilando no Maracanã na festa de encerramento. Diz finalmente o articulista, em fecho digno de seus colegas que militam na imprensa de Miami, que "o aparelho do Estado brasileiro deteve Rigondeaux e Lara a serviço da repressão cubana." As agências internacionais dão conta que os pugilistas encontraram-se com seus familiares numa casa de visita e colocaram-se à disposição da imprensa local e internacional. A respeito da repressão vale a pena ler as observações de Fidel Castro, antecipando-se aos comentários maliciosos e mendazes que fatalmente viriam: "A esses cidadãos não lhes espera prisão de nenhum tipo, muito menos os métodos que o governo dos Estados Unidos utiliza em Abu Ghraib e Guantânamo. ... Serão oferecidas a eles tarefas dignas e em favor do esporte de acordo com seus conhecimentos e experiência. As autoridades brasileiras podem ficar tranqüilas diante das inevitáveis campanhas dos adversários. Cuba sabe comportar-se à altura das circunstâncias." O resto é conversa fiada, como diz o próprio Elio Gaspari.
O Prefeito César Maia não consultou o estrategista César Maia
Lula recebe Ordem da Paz Martin Luther King
Lula recibe del UPOLI la orden de la paz Martin Luther King. El Presidente de Brasil, Luiz Ignacio Lula Da Silva, recibió de parte de la Universidad Politécnica de Nicaragua, UPOLI, el día de ayer, la Orden de la Paz, Martin Luther King. El mandatario Brasileño llegó acompañado del Presidente de Nicaragua, Daniel Ortega Saavedra y su esposa Rosario Murillo. El Rector de la UPOLI, Ing. Emerson Pérez Sandoval, dijo que era un honor para la Máxima casa de estudios universitarios recibir al presidente Lula y a un digno representante de la Clase obrera por sus aportes a la Cultura de Paz y otorgarle la más alta distinción universitaria. El Rector de la UPOLI estaba acompañado del Patronato universitario constituido por el Dr. Norberto Herrera Zúniga; Ing. Hugo Silva; Msc. Lidia Ruth Zamora; Dr. Ramiro Cruz; Lic. Jerje Ruíz; Msc. Tomás Téllez; el Director del Instituto Martin Luther King, Dr. Hugo Torrez Pérez y el Reverendo Miguel Torrez Pérez. En el acto el Presidente Daniel Ortega Saavedra dio a conocer la firma de varios acuerdos entre la delegación de alto nivel de Brasil que visitó Nicaragua entre los cuales sobresalen el del interés de Brasil en dar sus aportes a la crisis de energía que vive Nicaragua por las 7 horas de apagones continuos por lo obsoleto de la plantas energéticas. Ortega Saavedra dijo que Brasil enviará a Nicaragua flotas de buses como parte de los planes de ayuda a corto plazo y capacitación en el campo de la ciencia y la tecnología en educación superior. El Presidente nicaragüense solicitó al mandatario Lula que los 5. 9 millones de dólares que quedan de la deuda externa que Nicaragua tiene con Brasil se puedan aplicar a programas sociales y desarrollo de Nicaragua para combatir la pobreza en el país. Ortega Saavedra reiteró sus críticas a los EUA por la presencia de sus tropas en Irak y Afganistán y por el embargo comercial contra Cuba de parte de EE.UU. que lleva 50 años. Expresó que la ONU debe de tener coherencia y su contenido debe de ser reformado y democratizado. Manifestó su interés en que Nicaragua debe de estar en el MERCOSUR al igual que lo esta en el ALBA. El Presidente nicaragüense elevó su voz vivando a los presidentes de Venezuela, Cuba y Bolivia.Também reproduzo, do mesmo jornal, a reportagem de Zayda Garméndez, que diz erroneamente que o Brasil promove a produção de etanol a partir de milho (maíz):
Ortega ante Lula rechazó producción de maíz para etanol. La visita a Nicaragua del mandatario brasileño Lula Da Silva, generó ciertas contradicciones que no pasaron a más. Porque este promueve la producción de maíz para convertirlo en etanol a base de maíz pero el presidente nicaragüense, Daniel Ortega Saavedra descartó esta medida desde el primer momento que el mandatario brasileño llegó a Nicaragua, al decir claramente que “producir etanol es un crimen”. A inicios de una conferencia brindada en la Secretaria del Frente Sandinista, lugar que es la sede de la Presidencia de la República, lugar donde recibe el presidente Ortega a sus visitas. Ortega dijo a Lula que no discutirán sobre el tema de la producción de biocombustible a base de etanol porque “sería un locura” iniciar una discusión sobre el tema, dijo Ortega. Sin embargo Da Silva ofreció financiamiento para la construcción de dos plantas hidroeléctricas para la producción de 200 megavatios, pero explicó a su homologo que en una emergencia energética no se puede pedir gustos, pero consideró que usar plantas a base de diesel es un atentado para la economía y no se diga para el ambiente, señaló. Lula explicó las razones por las cuales no ofrece otro tipo de combustible más que la producción de etanol. Lula dijo que los precios de generación de un megawatt por hora con plantas hídricas el costo es de 58 dólares; con plantas termostáticas 66 dólares; las plantas nucleares 75; las que son a base de gas 87; las eólicas 153 dólares; las de aceite o fuel oil 198; las de diesel 300 dólares y las solares 900 dólares la hora, informó el mandatario.
quarta-feira, 8 de agosto de 2007
Caso Renan: a situação fica mais quente - para outras pessoas também
terça-feira, 7 de agosto de 2007
Crise aérea: alô, classe média, queremos oferecer alguns aeroportos com atrasos acima de 45 minutos
PRI MERO MÉXICO!
A chapa de Renan começa esquentar
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Classe Média X Lula
FOLHA - As vaias na abertura do PAN, o movimento "Cansei" e o desgaste com o caos aéreo são sinais são sinais de que acabou a lua-de-mel entre Lula e a classe média?
JOSÉ MURILO DE CARVALHO - A lua de mel com a classe média já tinha acabado desde a última eleição. As vaias são a manifestação pública do divórcio.
FOLHA - Quais são as conseqüências para o governo, a curto e médio prazo, da insatisfação? E para o PT?
CARVALHO - Alguém disse muito bem que já se pode ganhar eleição sem classe média, mas é difícil governar sem ela. A classe média não pode ser conquistada com Bolsa Família nem com aumentos de salário mínimo. E ela é a senhora da opinião pública. Se quiser evitar mais turbulência, o governo terá que aplacá-la de algum modo.
FOLHA - O PT e a CUT traçam paralelo entre movimentos insatisfeitos com Lula e organizações apoiadoras do golpe de 1964. Há quem compare o "Cansei" à "Marcha da Família". O que o sr. acha disso? CARVALHO - Retórica. Dificuldade de aceitar oposição. Dificuldade de entender que há um Brasil importante entre o povão e os banqueiros.
FOLHA - Há alguma chance de o "Cansei" ganhar força a ponto de se tornar um grupo comparável ao MST durante o governo FHC?
CARVALHO - Não. A classe média foi para as ruas em 1964 movida por razões religiosas e políticas, como o anticomunismo, muito fortes, que tinham respaldo popular. Voltou na campanha das Diretas e na do impeachment do presidente Fernando Collor, também com respaldo popular. Agora, esse respaldo é improvável. O apagão ético e o apagão aéreo ajudam a desmoralizar o governo, mas não despertam a reação das classes mais pobres.
FOLHA - O presidente disse que a oposição está brincando com a democracia e que ele sabe, como ninguém, colocar gente nas ruas. Qual o significado das declarações?
CARVALHO - É uma ameaça explícita. É o que [o presidente] Hugo Chávez fez e está fazendo na Venezuela.
FOLHA - Lula também disse que só os pobres poderiam estar bravos, já que os ricos ganharam muito dinheiro com seu governo. Isso é uma forma de "getulismo" escancarado?
CARVALHO - As afirmações do presidente nunca primaram pela coerência. A política econômica tem, sim, favorecido, e muito, o setor financeiro e bastante o povão, mas não a classe média, que está espremida entre o tostão e o milhão. E é ela que está mais descontente.
domingo, 5 de agosto de 2007
Acidente da TAM: Nobel de Psiquiatria prescreve "fazer sexo" para que a mídia brasileira supere sua obsessão anti-Lula
Nobel de Psiquiatria prescreve sexo para mídia Brasileira "Midia brasileira é obssessiva", afirma psiquiatra alemão pai do "Geburtschaf". (Fernando Carvalho, da EFF, Madrid) "Toda a obsessão é um mal da mente. Nesta nova viagem que faço ao Brasil encontro os jornais brasileiros ou melhor, seus chefes de redação, acometidos de uma moléstia mental coletiva que beira a obsessão". "Tudo, absolutamente tudo, para eles é culpa do presidente do país." Rindo bastante hoje pela manhã, entre uma caipirinha e outra, foi assim que Heinz Achlochstrecher, 79, famoso psiquiatra suíço, radicado na cidade de Ulm na Alemanha, comentou as noticias que leu nos jornais de hoje, no hall do Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, onde está hospedado em visita de férias ao Brasil. "Essa história do assessor do Lula que foi filmado fazendo gestos obscenos, por entre as cortinas de seu próprio escritório, é um caso raro". Para o psiquiatra, autor de vários best-sellers como "Eu quero que o mundo seja assim" e "Nicolau, agora pára com isso e larga do meu pé", ter a imprensa ligado a cena dos gestos obscenos ao anúncio de que um avião tinha apresentado problemas mecânicos, sem haver um áudio comprovando isso, é absolutamente doentio. "A obsessão por culpar o presidente por tudo expõe esses jornalistas ao ridículo". "Depois de passar três dias inteiros de manhã à noite culpando o governo pela falta de umas ranhuras que só 5 pistas de aeroporto possuem em todo o país, a mídia, em vez de fazer auto-critica quando o vice-presidente técnico da TAM revelou que o avião estava com o reverso desligado no momento do pouso, sai como louca em busca de uma nova imagem sensacionalista para desviar a atenção do público para a mentira que repetiu setenta e duas horas seguidas, sem descanso, sobre as tais "ranhuras indispensáveis", afirmou o Prêmio Nobel de Psiquiatria de 1988. "Podia ser o Lula tirando meleca. Podia ser Dona Marise, limpando o sapato depois de pisar em cocô de um dos cachorrinhos do presidente. Podia ser qualquer coisa, contanto que desviasse a atenção. Quis o destino que fosse o tal assessor, fazendo "top-top" atrás da cortina do seu escritório. Então, desce o pano rápido e vamos de assessor! "Escondam imagem do avião correndo a velocidade três vezes a normal na pista". "Escondam essa história de reverso quebrado e desligado", "Mostrem o Marco Aurélio fazendo top-top, rápido!" Sinceramente, eu gostaria de perguntar aos "barões da mídia" e seus cumplices: Quem vocês acham que ainda acredita em vocês? Vocês não têm medo de perder completamente o que lhes restou de credibilidade? "Esse caso parece a versão do capitalismo que nos irradiava dia e noite a televisão da ex-RDA (Alemanha Oriental). Tudo para eles era culpa do capitalismo!" Disse Von Achlochstrecherstein que no Brasil a censura é muito mais forte do que sob o comunismo soviético, pois aqui as chefias de redação usam métodos empresariais para exercer a censura, que são muito mais eficientes do que os velhos censores estatizados e burocráticos. Mandar cinegrafistas ficar nas janelas do Palácio do Planalto filmando as janelas dos escritórios para pegar alguém coçando prurido anal, o buraco do nariz ou da orelha é uma atitude que denota absoluta falta de controle emocional e uma obsessão que pode ser contagiosa. Comendo uma "casquinha de siri" abraçado com uma jovem afro-descendente vestido com a camisa do Flamengo, o velho psiquiatra termina a entrevista desafiante: "Em vez de obsessão por Lula, esses jornalistas deveriam transformar toda essa energia em obsessão saudável pelo sexo oposto, como essa que me faz correr 45 minutos todos os dias e ainda dar conta da Licimara, que vive comigo em Berlim há quase cinco anos... Todos os dias!"